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UM PANORAMA BIOGEOGRÁFICO SOBRE A QUESTÃO DOS CAMPOS SULINOS

Por:   •  5/7/2018  •  1.822 Palavras (8 Páginas)  •  296 Visualizações

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Os Campos Serranos, campos de altitude da Serra Geral, são encontrados sobre platôs cada vez mais altos à medida que avançam para a borda leste, onde a serra de repente despenca em imensos cânions. Vegetação campestre e arbustos predominam nessa área de invernos frios e solo raso, salpicada por afloramentos rochosos, pequenas manchas florestais e regiões encharcadas e ricas em matéria orgânica.

A província Paranaense: compreende o extremo sul do Brasil, ao oeste da Serra do Mar, até o centro do Rio Grande do Sul, o extremo nordeste da Argentina e o leste do Paraguai. Pode subdividir-se em quatro distritos: (1) Florestas, ocupado por florestas sempre verdes; (2) Pinheirais, nas zonas elevadas do sul do Brasil, entre 600 e 1.800m; (3) Campos, savanas entre as florestas; e (4) Serrano, nas partes mais elevadas das serras do sudeste do Brasil, acima de 1.800m (MORRONE, 2011).

DIFERENTES FATORES QUE EXPLICAM A FISIONOMIA DOS CAMPOS

Campos se referem a um tipo de vegetação composta predominantemente por gramíneas e outras herbáceas, classificado como Estepe no sistema fitogeográfico internacional. No Brasil os Campos Sulinos englobam os campos pampeanos e também campos mais altos e algumas áreas semelhantes a savanas.

Clima

Os Campos Sulinos são marcados por um clima subtropical, classificado como mesotérmico úmido (classificação de Köppen), devido à sua posição geográfica, sendo caracterizado por altas temperaturas no verão, possuindo um inverno marcado com geadas, registrando temperaturas negativas.

Vegetação

A vegetação é predominantemente herbácea com alturas que variam de 10 a 50 cm, dentre elas gramíneas, leguminosas, compondo uma paisagem homogênea.

É mais diversificada nas proximidades de áreas mais altas, caracterizada por ser mais densa, arbustiva e arbórea nas encostas de planaltos, onde existem matas com grandes pinheiros, e ao longo dos cursos de água, além de haver a ocorrência de banhados.

Próximo ao litoral, a paisagem é marcada pela presença de banhados, ambientes alagados onde aparecem juncos, gravatás e aguapés.

Relevo

O relevo nos Campos Sulinos é suavemente ondulado, aplainado entre 500m e 800m de altitude. Predominam planícies, mas podem ser encontradas algumas colinas na região conhecidas como “coxilhas”. Além das coxilhas existem também alguns planaltos, cavernas e grutas são comuns.

Solo

Na região dos Pampas o solo é fértil. Por isso estes campos são normalmente procurados para desenvolvimento de atividades agrícolas. Ainda mais férteis são as áreas com do tipo “terra roxa”. Em áreas de planalto os solos são também avermelhados, mas não possuem a fertilidade da terra roxa. Na planície litorânea o solo é bastante arenoso.

Hidrografia

Destacam-se como rios importantes deste bioma o Santa Maria, o Uruguai, o Jacuí, o Ibicuí e o Vacacaí. Estes e outros da região se dividem em três bacias hidrográficas: a do Uruguai, a do Guaíba e a Litorânea. Além disso existem muitos lagos e lagoas. A Lagoa dos Patos, é a maior laguna do Brasil e a segunda maior da América Latina, com 265 Km de comprimento.

Precipitação

Com relação às precipitações, os Campos Sulinos apresentam uma distribuição relativamente equilibrada das chuvas ao longo de todo o ano, em decorrência das massas de ar oceânicas que penetram na região.

O volume de chuvas, no entanto é diferenciado. Ao sul a precipitação média situa-se entre 1.299 e 1.500mm e, ao norte a média está entre 1.500 e 1.800mm, com intensidade maior de chuvas à nordeste do Rio Grande do Sul, especialmente na encosta do planalto, local com maior precipitação no estado.

Fauna

O pampa é considerado um dos mais ricos ecossistemas quando falamos de biodiversidade de espécies animais. Isso inclui espécies endêmicas – desenvolvem-se em áreas muito restritas -, raras, ameaçadas de extinção, migratórias, cinegéticas e de interesse econômico para a região. Como exemplo das espécies ameaçadas de extinção podemos citar a onça-pintada, a jaguatirica, o mico-leão-dourado, o tamanduá, entre muitas outras espécies.

Entre os mamíferos, podemos dizer que 39% são endêmicos, assim como a maioria das borboletas, répteis, anfíbios e aves nativas. A grande biodiversidade da região, no entanto, ainda não foi completamente descrita pela ciência. Estima-se que existam cerca de 3000 espécies de plantas, além de muitas outras de animais, sendo que as aves formam um número de, aproximadamente, 500 espécies diferentes.

Cultura

Desde a colonização ibérica, a pecuária extensiva sobre os campos nativos tem sido a principal atividade econômica da região. Além de proporcionar resultados econômicos importantes, tem permitido a conservação dos campos e do desenvolvimento de uma cultura mestiça singular, de caráter transnacional representada pela figura do gaúcho.

A progressiva introdução e expansão das monoculturas e das pastagens com espécies exóticas têm levado a uma rápida degradação e descaracterização das paisagens naturais do Pampa. Estimativas de perda de hábitat dão conta de que em 2002 restavam 41,32% e em 2008 restavam apenas 36,03% da vegetação nativa do bioma Pampa (CSR/IBAMA, 2010).

A perda de biodiversidade compromete o potencial de desenvolvimento sustentável da região, seja perda de espécies de valor forrageiro, alimentar, ornamental e medicinal, seja pelo comprometimento dos serviços ambientais proporcionados pela vegetação campestre, como o controle da erosão do solo e o sequestro de carbono que atenua as mudanças climáticas, por exemplo.

Em relação às áreas naturais protegidas no Brasil o Pampa é o bioma que menor tem representatividade no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), representando apenas 0,4% da área continental brasileira protegida por unidades de conservação. A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), da qual o Brasil é signatário, em suas metas para 2020, prevê a proteção de pelo menos 17% de áreas terrestres representativas da heterogeneidade de cada bioma.

PROBLEMAS

Com a grande quantidade de atividade agropecuária e seu desenvolvimento desordenado,

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