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QUEBRA DE DORMÊNCIA E GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE JATOBÁ-DO-CERRADO

Por:   •  26/9/2018  •  2.009 Palavras (9 Páginas)  •  338 Visualizações

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Segundo Durigan, et al. (2011) as plantas de cerrado geralmente apresentam estruturas subterrâneas muito desenvolvidas (raízes, tubérculos, xilopódios), que possibilitam a rebrota rápida e vigorosa após impactos como o corte, o fogo ou a geada, dependendo muito menos da dispersão e germinação de sementes do que as espécies de floresta. Desta forma, pode-se dizer que o cerrado tem uma enorme capacidade de resistir às perturbações e recuperar rapidamente sua estrutura e riqueza de espécies, sem que seja necessária intervenção humana.

Áreas de cerrado onde o solo tenha sido revolvido muitas vezes e alterado quimicamente por corretivos e fertilizantes geralmente não apresentam potencial de regeneração natural. Essas práticas de uso do solo tendem a eliminar as estruturas subterrâneas que poderiam rebrotar e, além disso, não há registros de recuperação da vegetação de cerrado a partir de banco de sementes do solo ou trazidas por vento ou por animais, colonizando áreas totalmente desmatadas e cultivadas intensamente por anos a fio. Nessas áreas, a única técnica recomendável é o plantio de espécies de cerrado, seguindo as práticas silviculturais convencionais (Durigan, et al. 2011)

O jatobá do cerrado é encontrado no cerrado de nome científico Hymenaea stigonocarpa, da família Leguminosae. Também conhecida como jatobá-do-campo, jatobá-da-serra, jatobá-de-casca-fina e jutaí, a árvore pode alcançar até 9 metros de altura. O nome jatobá vem do guarani e significa “árvore de fruto duro”. Em outras regiões do Brasil podem ser encontradas outras espécies de jatobá (Moraes, 2016). Por ser típica do cerrado e de fácil germinação é muito recomendada para a recuperação do cerrado.

Porém para acelerar sua germinação é necessário quebrar a dormência da sua semente. Em sementes de leguminosas tropicais, a impermeabilidade do tegumento à água é o mecanismo mais comum de dormência (ROLSTON 1978), podendo atingir até 98% das sementes (CRUZ et al., 1997).

O presente trabalho tem por objetivo identificar qual melhor forma de quebrar a dormência do jatobá-do-cerrado, além de analisar em qual tipo de substrato as sementes obtêm maior sucesso de germinação.

- Materiais e métodos

Esse trabalho foi desenvolvido na Universidade Federal do Tocantins, campus Palmas-TO, entre os meses de abril a maio. As sementes do jatobá (Hymenaea stigonocarpa) foram colhidas de árvores nativas, escolhidas aleatoriamente, na própria universidade, todas as sementes já estavam expostas. Foram coletadas 40 sementes as quais foram limpas e secas à sombra. As sementes passaram por um tratamento de superação de dormência no qual tiveram seu tegumento perfurado, por meio da escarificação mecânica, feita em uma superfície áspera até chegar ao tegumento e em seguida, emergidas em água por um período de 48 horas havendo troca da água de 12 em 12 horas.

Após o período de superação da dormência, as sementes foram plantadas em tubetes, no Viveiro Águas do Brejo, coordenado pela professora Iracy Martins no Campus da Universidade Federal do Tocantins. Foram utilizadas para o estudo quatro substratos: a vermiculita, terra preta, solo compactado e areia, foram plantadas 10 sementes em cada substrato com objetivo de avaliar o potencial de crescimento em cada tipo. Após plantados e devidamente identificados, as sementes foram irrigadas diariamente.

[pic 2]

Figura 1. Início da germinação de sementes de jatobá-do-cerrado. Fonte: o autor.

[pic 3]

Imagem 2. Crescimento das sementes de jatobá-do-cerrado, após 2 meses de plantio.

Fonte: o autor

Para avaliação e acompanhamento do potencial germinativo em cada substrato, foi utilizado o Protocolo para investigação de capacidade de propagação vegetativa em plantas para utilização em engenharia natural (SUTILI, 2013).

Após a coleta dos dados foram calculadas as seguintes variáveis: índice de germinação, número médio de folhas por plântulas, comprimento médio das folhas, número médio de raízes primárias por planta, comprimento médio das raízes primárias, diâmetro médio da base da plântula. Com relação à massa seca da plântula foram analisados ainda massa seca média (caule, folhas e raízes), altura média do caule, número médio de folhas, soma do comprimento das raízes por planta, número médio de raízes por planta, número de raízes por comprimento de plântula enterrada, comprimento médio das raízes. Todos os cálculos foram feitos para cada plântula e feita uma média para cada tipo de substrato.

- Resultados e discussão

Depois de coletados os dados e verificado o percentual de sementes que germinaram em cada substrato, observou-se que o potencial germinativo dos substratos vermiculita, terra preta e areia foi de 100%, enquanto no solo compactado foi de 90%. Por ser uma espécie típica de solos ácidos, crescimento lento e pouco exigente em nutrientes para o seu desenvolvimento, o jatobá-do-cerrado apresentou bons resultados quanto aos três substratos analisados (vermiculita, terra preta e areia), sendo o substrato terra compactada o que obteve menores resultados, pois nem todas as sementes germinaram. A tabela 1 mostra as principais variáveis para avaliar o potencial de crescimento em diferentes tipos de substratos.

SUBSTRATO

IG (%)

NF

DC

(cm)

HC

(cm)

MR

(g)

MPA

(g)

NR

Vermiculita

100

3,4

0,32

9,03

3,34

3,83

189,8

Terra preta

100

3,8

0,27

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