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A Mosca Transgênica: Uma Alternativa para a Diminuição da Transmissão do Vírus do Mosaico Dourado

Por:   •  4/12/2018  •  4.995 Palavras (20 Páginas)  •  273 Visualizações

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O mosaico dourado consiste em um intenso mosaico amarelo/dourando foliar brilhante, presente inicialmente nas primeiras folhas trifolioladas e nas folhas primárias quando a infecção é precoce. O aparecimento de folhas enroladas, rugosas e de tamanho reduzido nas variedades mais suscetíveis é bastante frequente. Quando a infecção se dá no início do desenvolvimento das plantas suscetíveis, geram trifólios encarquilhados ou curvados para baixo, seguindo de clareamento nas nervuras. Ou seja, representam grande perda à plantação [2].

O seguinte trabalho pautou-se em estudos de controle para a redução da população do mosquito Aedes aegypti, tornando o macho estéril, e em um trabalho desenvolvido por Wilke (2008) [3] sobre a técnica de modificação genética de mosquitos Culex para controle de insetos por supressão da população, ou seja liberação de insetos carregando um gene letal dominante (RIDL).

Esse projeto tem como foco desenvolver um macho B. tabaci transgênico, a fim de controlar a população de moscas brancas, e consequentemente diminuir a disseminação do vírus. Diversas técnicas já foram desenvolvidas para o controle de pragas, no entanto a técnica do inseto estéril (SIT) se baseia na criação massiva e liberação de um grande número de machos submetidos à radiação na qual promove a quebra irreparável do material genético, tornando-o estéril para suprimir a população e é bastante usada, como por exemplo pela mosca das frutas do Mediterrâneo (Ceratitis capitata). No entanto o processo de irradiação dos programas tem limitações, ou seja, insetos que recebem baixa dose não ficam totalmente estéril e em doses altas, os insetos encontram com baixa competitividade contra os insetos selvagens, devido aos efeitos colaterais. Uma alternativa é o uso de transgenia para a esterilização dos insetos, o RIDL, um sistema transgênico espécie-específico, que induz a letalidade nos organismos portadores do transgene, onde tem o princípio causar a esterilidade através da indução de mutação letal dominante por transgenia sem causar danos ao comportamento dos insetos.

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Controle Biológico

O uso recorrente de agrotóxicos no controle de doenças, pragas e plantas na agricultura tem causado diversos problemas ambientais como a contaminação de alimentos, do solo, da água, intoxicação de agricultores, a resistência de patógenos, o desequilíbrio biológico, redução da biodiversidade, entre outros. Em contrapartida, a proteção por meio do uso destes trazem características interessantes como a simplicidade e a necessidade de pouco entendimento de processos básicos para sua aplicação. Quando um praguicida é aplicado, o agricultor não tem conhecimento sobre a ecologia e a fisiologia das espécies, nem das interações biológicas e ecologia de sistemas. Essa simplificação interessa à comercialização e não atrai olhares para o controle biológico, causando um desequilíbrio do sistema [4].

O controle biológico oferece uma alternativa para o uso de agrotóxicos, podendo utilizar o controle biológico natural do ecossistema ou introduzir um novo agente no mesmo. Este é um fenômeno natural que envolve o mecanismo de densidade recíproca, atuando de tal forma que sempre uma população é regulada, no sentido de crescimento populacional, por outras. Porém, algumas das dificuldades observadas para o uso e desenvolvimento de técnicas de controle biológico são: limitação da disponibilidade de produtos comercial no Brasil, a ação é lenta e causa desconfiança no agricultor, a utilização exige cuidados especiais, a qualidade dos produtos disponíveis nem sempre é adequada, pois há produção com baixo nível tecnológico, a especificidade é uma grande barreira a ser ultrapassada, e há a dificuldade de registro desses agentes, pois a legislação é a mesma usada para agrotóxicos [5,6].

O controle biológico pode ser interpretado de três formas: Um campo de estudos em diferentes áreas; fenômeno natural; estratégia de controle de pragas usando parasitoides, predadores e patógenos. É importante ressaltar ainda que haja controle das pragas para que permaneçam abaixo do nível de dano econômico junto a outros métodos que podem ser até integrados com métodos químicos ou com o uso de plantas transgênicas [7].

Visando a agricultura, o controle biológico é dividido em natural e aplicado. O natural abrange ações conjuntas de fatores bióticos e abióticos de todo o meio ambiente na manutenção das densidades da população, conduzindo a um equilíbrio natural. Cerca de 90% de todas as pragas agrícolas são mantidas sobre controle natural [8]. Já o aplicado envolve a interferência humana incrementando as interações antagônicas. Este por sua vez se divide em clássico, de conservação e aumentativo [7].

O controle biológico clássico envolve importação de agentes de controle de uma região para outra, a fim de estabelecer um equilíbrio ecológico. O de conservação envolve medidas de prevenção aos inimigos naturais em um ecossistema, manipulando o ambiente de forma favorável aos inimigos naturais. No aumentativo, os inimigos naturais são periodicamente introduzidos e liberados com a criação massal em laboratórios. Esses podem ser liberados de forma inundativa, onde são liberados em grande número para controle imediato, de forma inoculativa, onde é liberado um número limitado com o objetivo de supressão em longo prazo, ou de forma inoculativa sazonal onde são liberados no período de ocorrência da praga [7].

A liberação do Aedes aegypti transgênico é realizada de forma inundativa, e é esse conceito que será abordado no projeto.

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Feijão-comum

A cultura do feijão é uma das mais importantes para os agricultores da América Latina, porém este sofre perdas significativas devido a presença de patógenos no solo. No Brasil, o feijoeiro comum (Phaeseolus vulgaris L.) é de grande importância socioeconômica, pois é uma das fontes fundamentais de proteína da alimentação da população [9].

O gênero Phaseolus pertence a família Fabaceae, é originado do continente americano e contém aproximadamente 55 espécies. É uma planta herbácea que possui ciclo de vida curto, com duração média de 90 dias dependendo de condições ambientais e do cultivo. O rendimento do feijoeiro normalmente é limitado por doenças, pragas, nutrição mineral e estresse hídrico. O Brasil, por exemplo, é o maior produtor mundial do feijão comum, porém o cultivo de feijão por área apresenta

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