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GEOPOLÍTICA DA VENEZUELA: Geopolítica global do petróleo

Por:   •  27/11/2017  •  2.111 Palavras (9 Páginas)  •  449 Visualizações

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em duas regiões situadas ao oeste e no leste que podem levar a conflitos armados” (CABRAL, 2013, p. 12)

No leste encontramos a disputa com a Guiana pela região do Essequibo. De acordo com Neto (2012), a disputa territorial da Venezuela pela Guiana na região do Essequibo atravessou séculos e permanece até nos dias atuais. Segundo ele a Venezuela reivindica esse território desde muito tempo, mas essa disputa voltou à tona principalmente depois que a Exxon-Mobil anunciou a existência de uma grande reserva de petróleo na parte ocidental do Essequibo, próximo do delta do rio Orinoco na Venezuela. (NETO, 2012, p. 12).

Em 1814, as colônias (Demerara, Berbice e Essequibo), ocupadas pelos britânicos, foram unificadas e passou a ser dominada pela Guiana Inglesa. Esses conflitos pelo território se iniciou depois que os britânicos, em 1831

contrataram Robert Schomburgk para realizar expedições no interior da região com o intuito de determinar as linhas fronteiriças. Dessas viagens resultou a Linha Schomburgk, que com algumas correções posteriores (a partir de demandas políticas na Grã-Bretanha) afiançava que a colônia inglesa começava no rio Courantyne (que faz a fronteira com o atual Suriname) e seguia na direção oeste até a desembocadura do rio Orinoco (NETO, 2012, p. 13).

Neste cenário, houve a contestação da Venezuela, alegando, de um lado, que a primeira ocupação da região teria sido realizada por missões capuchinhas espanholas (portanto, seria herança dos venezuelanos desde a independência) e, de outro, que a demarcação da fronteira deveria ser feita em comum acordo entre as partes, não unilateralmente a partir das expedições de um naturalista contratado pela coroa britânica. (NETO, 2012, p.14).

Com isso, em 1899, uma comissão de arbitragem, no qual os Estados Unidos também participava, se reuniu em Paris para chegar a um consenso sobre a região disputada. Essa comissão “deu ganho de causa aos britânicos”. (Região da Guiana). (CABRAL, 2013, p. 12).

Mais de um século depois, no ano de 1970, “foi assinado o Protocolo de Porto Espanha, em que se decidiu por um prazo de doze anos para se chegar a um acordo que resolvesse a questão sobre a reivindicação da soberania sobre o território a oeste do rio Essequibo.” (CABRAL, 2013, p. 13)

Passados esses doze anos, a Venezuela não quis renovar o contrato e propôs um acordo com a Guiana, o que foi negado pela mesmo, fazendo com que aumentasse as tensões entre as elas. Esse conflito foi levado à ONU, mas que também não apresentou solução, o que foi amenizado apenas depois da entrada de Chávez ao poder, que quis resolver de forma diplomática. (CABRAL, 2013, p. 13).

Com a morte de Chávez em 2013, “as negociações em relação a está área não foram retomadas, mas estão na pauta da chancelaria esperando o melhor momento para a retomada das conversações” (CABRAL, 2013, p. 13).

No oeste, o conflito foi com a Colômbia quando, em 1987, um navio de guerra entrou na área marítima disputada entre Venezuela e Colômbia, mas a Venezuela considerava como território venezuelano, o que poderia levar a um conflito entre as duas nações. (CABRAL, 2013, p. 13).

“Na iminência de uma guerra, João Baena Soares, diplomata brasileiro e secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) e o presidente argentino Raúl Alfonsín solicitaram que o governo colombiano retirassem a corveta, com o pedido atendido, a crise arrefeceu.” (CABRAL, 2013, p. 13).

As negociações pelo território foram retomadas em 2007 entre Venezuela e Colômbia, mas sem avanços até o momento. (CABRAL, 2013).

4. Imigração

A Venezuela possui um grande número de estrangeiros em seu território. As causas para a chegada destes imigrantes são de diferentes motivos, seja por guerras civis em outros países ou até mesmo a busca por uma vida melhor através da mineração e pela exploração do petróleo. (DIAZ e PÉREZ, 2008).

No período entre 1936 até por volta de 1945, eclodia várias guerras civis nos países da Europa, em especial no país da Itália, Portugal e Espanha, e neste período ocorreu também a 2ª Guerra Mundial, o que fez a população civil abandonar seus países em busca de uma vida melhor. O principal destino destes refugiados foi a América, principalmente Brasil e Venezuela. (DIAZ e PÉREZ, 2008).

Com a alta do petróleo na Venezuela, o país precisava de trabalhadores e com isso “europeus e imigrantes viram na Venezuela um dos países com crescimento rápido que oferecia altas expectativas de qualidade de vida” (DIAZ e PÉREZ, 2008, p. 13).

De acordo com o autor, o período com maior fluxo migratório de todos os tempos foi quando Marcos Pérez Jiménez assumiu o poder em 1948, “trazendo consigo ideias ‘desenvolvimentistas’, com a consequente necessidade de mão-de-obra externa.” Para isso

O governo aplicou uma política de “portas abertas” com base em decretos e circulares emitidos em 1954 e 1955. A década de 50 significa assim a entrada de qualquer estrangeiro “transeunte” com menos de 35 anos, com boa saúde e sem antecedentes penais (XAVIER, 2009, p. 177).

Mas a partir de 1974 este cenário inverteu. A crise econômica e enérgica afetou a Venezuela, o que levou muitos imigrantes a voltarem para seu país de origem. Além dos imigrantes, a própria população da Venezuela apresentava forte interesse em sair do país. De acordo com o autor, baseado em uma pesquisa feita no ano de 2001, 33,80% dos venezuelanos apresentavam interesse em emigrar se tivessem oportunidade. (DIAZ e PÉREZ, 2008, p.27)

Segundo ele “as razões para emigrar são diferentes dependendo do caso”. (DIAZ e PÉREZ, 2008, p. 27). Mas o principal deles é a falta de instabilidade e segurança fornecida pela Venezuela nesses últimos anos, como a alta taxa de desemprego e de pobreza.

Já nos dias atuais, a Venezuela manifestou ajuda aos refugiados da Síria. Em setembro deste ano, o atual presidente Nicolás Maduro “abriu portas” para 20 mil refugiados sírios no território venezuelano.

5. Centro ou Periferia?

Em primeiro momento, deve-se entender o conceito de centro e periferia. Segundo Jaime Preciado (2008):

Os processos de centro consistem em relações que combinam salários relativamente altos, tecnologia moderna e um tipo de produção diversificada. Os processos da periferia

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