SEMINARIO TEMATICO
Por: Evandro.2016 • 12/2/2018 • 4.742 Palavras (19 Páginas) • 312 Visualizações
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percebemos que
em muitas das publicações especializadas, mídia é utilizada no mesmo sentido de imprensa, grande imprensa, jornalismo, meio de comunicação, veículo. Às vezes, é citada no plural, mídias, num esquecimento - deliberado ou não - de sua origem latina como plural de medium (meio). (GUAZINA, p. 49, 2007)
Ainda segundo Guazina, é no embate entre a Comunicação e as Ciências Sociais, especialmente a Ciência Política, que a mídia tem sido mais analisada e referida entre os acadêmicos do campo da Comunicação, mesmo que não tenha sido elemento de uma conceituação mais sólida, pois
se na Comunicação a centralidade e a influência do que chamamos de mídia chegam a ser senso comum, é da perspectiva da Ciência Política praticada no Brasil, que a mídia ainda não se constituiu categoria ou variável relevante nas análises de Cultura Política ou de Socialização Política. (...) Apesar do largo emprego, é difícil encontrar uma definição consensual explícita do conceito de mídia entre os pesquisadores do campo da Comunicação. Seu uso predominante, pelo menos até 2004, parte de uma quase extensão ou decorrência natural de conjunto de meios de comunicação. (p. 50, 2007)
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É nesse contexto, que muitos autores de Comunicação e Política utilizam o termo mídia ainda que a maioria não o defina conceitualmente. Porém, a falta de uma discussão conceitual consistente sobre o termo mídia não evitou seu uso. Ao contrário, as transformações históricas na Comunicação e a sofisticação do suporte tecnológico colaboraram para o fortalecimento do uso do termo podendo significar uma ampla variedade de fenômenos, acontecimentos e mudanças que envolvem a política, o jornalismo, a publicidade, o marketing, o entretenimento, nos diferentes meios. Destarte, nota-se que
a despeito das dificuldades, é incontestável que estudar a relação entre a Comunicação e a Política hoje no Brasil é, em grande parte, estudar a mídia e suas influências, a comunicação mediatizada ou a cultura midiática, mesmo que nem todos os pesquisadores da área concordem. A onipresença da comunicação mediada ou comunicação mediatizada nas sociedades democráticas contemporâneas levou a inúmeras reformulações teóricas sobre como a mídia, e não mais a Comunicação- note-se- influencia a visão de mundo das pessoas, em especial, os processos políticos. O termo transcendeu seu significado de extensão de imprensa ou meios de comunicação e alterou o sentido que eles tiveram até então nas sociedades do século XIX e grande parte do século XX. (GUAZINA, p. 55, 2007)
Indubitavelmente, localizar o termo mídia em uma especificidade única e universal para todos os campos de quaisquer ciências, é no mínimo reduzir a sua tão ampla aplicabilidade a meros conceitos teóricos, esquecendo sua ampla multifuncionalidade que adequa-se aos mais diversos contextos sociais.
2 O PAPEL DA INFORMAÇÃO E O PODER DA COMUNICAÇÃO
Percebemos que o acesso à informação pode limitar o nível de conhecimento e atualização de um grupo, sociedade, indivíduo. Ainda mais em se tratando de um mundo globalizado, no qual as informações correm à velocidade da luz, ou melhor, dos cabos óticos e frequências via rádio e redes virtuais.
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Nesse momento, a comunicação passa a desempenhar um papel preponderante para que essas informações se conectem e cheguem aos usuários de forma clara e concisa. Porém, esbarramos aqui em seu principal elemento; a mídia. Pois, é através dela que a comunicação ganha um poder abissal e atinge drasticamente quem faz dela sua forma de “enxergar o mundo”. Destarte, qual o papel da mídia na sociedade, enquanto disseminadora de informações e detentora do poder da comunicação? Para a jornalista Marisa Sanematsu, a mídia informativa é um importante espaço de poder, debate e mediações de conflitos, pois “estar na mídia é sinônimo de existir” (p. 18, 2004). Sendo assim, o papel da mídia na sociedade é informar, é definir os temas a serem discutidos, é expor ideias e formar opiniões. O papel da mídia é formar cidadãos conscientes e críticos. Mais do que tudo, o papel da mídia é ser leal com o seu público. (...) A parcela de colaboração da mídia na construção e formação política e cultural da sociedade é significativa. Afinal, a mídia atinge a massa, ou seja, a maioria. (PADOVAN, 2010)
Entretanto, cabe a nós, indivíduos críticos e participativos na sociedade democrática, questionar o que realmente vem atingindo essa maioria e se a “lealdade” que a mídia tem que ter com seu público, de fato, é desprovida de qualquer desconfiança.Não se pode negar a importância que tem na modernidade e a prova da evolução humana que a mídia representa. Porém, como em qualquer outro investimento, é o lucro que a mantém ou, no vocabulário midiático, a audiência. E neste aspecto, é onde seus maiores defeitos são expostos. Concatenando com o pensamento de Padovan, devemos nos colocar nessa tricotomia mídia-poder-democracia. Ainda mais contundente e porque não realista, a jornalista assevera
Infelizmente, aos poucos, a mídia e o seu verdadeiro papel estão sendo jogadas no lixo orgânico, aquele que nem mesmo dá para reciclar. Sugiro que a imprensa midiática deva preservar o pouco de responsabilidade social que ainda resta. Apesar de boa parte do povo estar mais atenta a essa sujeirada toda da mídia, ainda existem aquelas pessoas inocentes que são iludidas e que, pior, ajudam a mentir junto à imprensa passando a frente as falsas informações. (PADOVAN, 2010)
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Indubitavelmente, percebemos que o papel da informação até para se conhecer sobre o próprio desempenho da mídia, encontra barreira no poder que a comunicação exerce sobre as influências midiáticas. Se levarmos em consideração que a mídia tem como principal papel informar a sociedade sobre os acontecimentos na política, educação, saúde, segurança, lazer, esportes, cultura, deveria então, ser imparcial e apurar os fatos de todos os lados envolvidos. Será que fazemos parte desse grupo de inocentes iludidos que ajudam a mentir e propagar falsas informações? Se detemos o quarto poder (Mídia) como “Cão de Guarda"1, façamos então desse “companheiro fiel”, um aliado para denunciar, investigar e levar ao conhecimento do público, atos ilegais e ilícitos, corruptos e incorretos, em diversos setores, principalmente fazendo valer o verdadeiro papel da informação e, sobretudo, conhecer o legítimo poder que a comunicação exerce na sociedade.
3 MÍDIA
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