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RESENHA: LINCHAMENTO - JUSTIÇA COM AS PRÓPRIAS MÃOS

Por:   •  8/4/2018  •  1.002 Palavras (5 Páginas)  •  222 Visualizações

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acreditam que estão fazendo a coisa certa, punindo e se vingando, mesmo sabendo que agredir uma pessoa é um crime tão grave – ou às vezes de maior gravidade – quanto o que foi cometido pelo linchado. No Brasil, a cada dia ocorrem quatro linchamentos – ou tentativas de linchamento. De acordo com o cientista social José de Souza Martins, nos últimos 60 anos, cerca de um milhão de brasileiros participou de, pelo menos, um ato de linchamento ou de uma tentativa de linchamento e que 10,2% das vítimas são menores de idade; 43,8% são jovens de até 25 anos; 44,5% são adultos e 1,4% são idosos. O ato tende a ser muito rápido, de cinco a vinte minutos, a depender de quantos participaram e do quantum de crueldade envolvida.

Embora no Brasil a aplicação de pena de morte seja exceção, está é aplicada quando ocorre um linchamento. Praticando um ato tão ilegal quanto o crime que pretendem estar punindo, os linchadores acima de tudo estão sendo covardes. “Quando se agride covardemente uma pessoa, a covardia anterior dessa pessoa não diminui a nossa própria covardia” (VALOIS, Luís C.)

Podemos tomar como exemplo, o recente caso do linchamento de Fabiane Maria de Jesus, uma dona-de-casa de trinta e três anos que foi brutalmente espancada e veio a falecer em conseqüência do linchamento.

Em 03 de maio de 2014, no Guarujá – SP, Fabiane foi confundida com uma suspeita de seqüestrar crianças para realizar rituais de magia negra. A mulher foi espancada, arrastada, amarrada e até mesmo jogada de certa altura. Motivados pela tensão causada pelo boato, uma multidão de número incerto participou do linchamento de Fabiane. Divididos entre os que a espancavam e os que gritavam palavras de ódio, estavam aqueles que embora não apoiassem o ato, nada fizeram. Os breves momentos deste acontecido resultaram na morte de uma mulher inocente.

Assim como Fabiane, centenas de brasileiros são linchados por ano. Em sua grande maioria, não tem seus casos divulgados e estampados em grandes tablóides. Talvez seja porque não se é dado à devida atenção aos casos onde a vitima não era de fato inocente. Se a multidão tivesse linchado a “pessoa certa”, talvez o crime do Guarujá tivesse sumido sob o mesmo silêncio que cobre a imensa maioria dos linchamentos que ocorrem no país.

O fato é que sendo a vitima inocente ou não, o linchamento não é a forma correta de se fazer justiça. Não se pode e nem se deve tomar a liberdade de realizar justiça com as próprias mãos. Cabe ao estado julgar e sancionar aqueles que de alguma forma infringiram as leis.

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