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Aa principais correntes teóricas da antropologia

Por:   •  30/9/2018  •  1.403 Palavras (6 Páginas)  •  383 Visualizações

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No capítulo posterior, intitulado “Teorias clássicas da Antropologia do século XX”, de M. Mancusi, destaca-se o particularismo histórico de Franz Boas (1858-1942) que realizou estudos sobre mitos, contos populares e recopilações realizadas em seus idiomas originais. Tal necessidade de investigação histórica originou-se da necessidade de provar a afirmativa de que cada cultura tem uma história única, não existindo, portanto, um único sentido da história.

Para o funcionalista Malinowski, cultura é um sistema complexo de forma material e conductual, além de espiritual, cujo intuito é o de facilitar a supervisão do homem em âmbito hostil e natural e é através da cultura que o homem tentará construir um segundo meio mais favorável, “cultura é o instrumento o qual o homem logra satisfazer suas necessidades”.

Posteriormente, temos as ideologias de Mancusi e Vitello sobre o “Estrutural-funcionalismo” fundado por Alfred Reginald Radcliffe-Brown, dentro da antropologia social britânica. O estrutural funcionalismo se interessava pelos estudos das sociedades como sendo sistemas sociais totais que podem ser descritos a partir de três aspectos diferenciáveis, como por exemplo, a estrutura social, que mantém uma vida social ordenada; aspecto ecológico, modo com o qual o sistema se adapta ao seu entorno físico e aspecto cultural, em que os indivíduos aderem “hábitos e características mentais que o capacitam para a participação da vida social”. (Radcliffe-Brown 1952: 193).

Em oposição à Malinowski, cujo interesse estava no estudo da cultura, Radcliffe-Brown atentou-se ao estudo da sociedade, e seu ponto de partida estava na análise social desde a concepção durkheimiana que apresentava os fenômenos sociais como exterior ao indivíduo.

Assim como Durkheim, Radcliffe-Brown visou a sociedade como um organismo cujos elementos distintos constitutivos contribuíam a vida do conjunto e se ocupava do estudo das relações sociais. O método de análise sociológico fundamentou-se em compreender os variados sistemas estruturais, e, posteriormente, ocorreram comparações sobre a natureza humana, ou seja, análises universais de todas as sociedades, afim de formular generalizações, leis sociais.

Com base no “Estruturalismo e Antropologia” de J. Ghiglino, destaca-se Claude Lévi-Strauss, fundador do estruturalismo na antropologia. Seu modelo de análise exemplifica a relação da estrutura dos mitos sobre os processos materiais y simbólicos da sociedades em sua práxis histórica. Para Lévi-Strauss, o método de investigação permitiria superar uma grave e nociva dificuldade própria das indagações sobre os fenômenos sociais.

Por fim, em contrapartida as teorias clássicas até então apresentadas, têm-se outras abordagens que são os movimentos teóricos contemporâneos. Segundo o autor A. Gravano, as teorias clássicas não deixavam de ser contemporâneas, uma vez que os debates e críticas não estavam “superados”, portanto, continuavam com as mesmas indagações.

Nas teorias clássicas constatava-se uma semelhança entre o objeto de estudo da disciplina e o referente empírico, porém, a medida que esses âmbitos foram ocidentalizados, a Antropologia teve que deixar de lado determinados modos de conceber a sociedade. A sociedade era um conjunto como um objeto e a concentração urbana moderna como um âmbito novo ou um referente empírico com o qual construiria um novo objeto de estudo antropológico não estava nos grupos pequenos e considerados como auto-conteúdos pela antropologia clássica.

Além disso, nos movimentos contemporâneos, observa-se os aportes marxistas, cuja linha de desenvolvimento do marxismo em Antropologia influência nos estudos arqueológicos e etnográficos. A necessidade de explicar a evolução humana em términos de progressos fez com que o marxismo caracterizasse processos de exploração dentro das forças produtivas, sendo que quanto mais progressista fosse o cenário capitalista, mais pobreza aparecia ao redor. Com base na Antropologia, as situações de pobreza extrema não era resultante de ser sociedades tradicionais, primitivas ou atrasadas, mas por estabelecerem relações de dependências dos centros de poder econômico político capitalista e imperialista, o qual desenvolveu a corrente marxista em teoria antropológica.

As “Principais correntes teóricas da Antropologia” desde o movimento clássico até o movimento contemporâneo, é de suma importância para entendermos o modo como as representações da realidade, isto é, em como as ciências nunca são neutralizadas em determinadas épocas. Além disso, nota-se a Antropologia como questão principal dentro da expansão e domínio ocidental e a necessidade de dar resposta cientifica aos indagadores da época, sobre a diversidade de modos (culturas), em função dos interesses dominantes.

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