Bancos Comerciais Internacionais
Por: Ednelso245 • 1/3/2018 • 4.113 Palavras (17 Páginas) • 385 Visualizações
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• Agência: Uma agência assemelha-se a uma filial em termos das responsabilidades do banco matriz. Contudo, as agências não podem captar depósitos locais. As agências são instituídas quando os governos hospedeiros não permitem aos bancos estrangeiros a abertura de filiais. Também pode ser usada quando a principal atividade da operação local é a concessão de empréstimos e o padrão dos empréstimos é tal que uma filial autorizada a captar depósitos acabaria por infringir as normas bancárias — por exemplo, quando há uma grande exposição de empréstimos a poucos clientes.
• Escritório de Representação: Os escritórios de representação funcionam como pontos de contato com bancos e clientes locais, mas não podem captar depósitos ou fazer empréstimos. São criados quando os governos-hóspede não permitem aos bancos estrangeiros abrirem subsidiárias ou filiais, ou como preparação para a criação de uma representação o mais completa como uma subsidiária ou filial.
• Banco consorciado: um banco cuja propriedade está distribuída entre vários bancos e empreende atividades bancárias diferentes daquelas desenvolvidas pelos bancos acionistas. Nos anos 70 muitos bancos deste tipo foram criados para participar dos mercados de euromoedas, especialmente em Londres. Foram prejudicados quando os bancos acionistas começaram a operar por conta própria com euromoedas.
• Corporação Edge Act: É um tipo especial de instituição dos EUA para a condução de atividades bancárias internacionais. São empresas autorizadas pelo governo federal americano para atuar conforme a Lei Edge de 1919. Prestam serviços de câmbio, de financiamento comercial e operações de mercado monetário. Oferecem meios para que bancos americanos e estrangeiros que operam nos EUA contornem a legislação restritiva às atividades bancárias interestaduais.
• Instrumentos bancários internacionais: [International banking faciliry (IBF)] É um artifício contábil que permite aos bancos americanos concorrerem por depósitos internacionais e concessões de empréstimos externos em dólares. As IBFs permitem captar depósitos em dólar no estrangeiro sem infringir as exigências de reservas ou as restrições interestaduais da legislação americana. Foram criados em 1981 para permitir aos bancos de Nova York e de outros centros financeiros dos EUA concorrerem nos mercados de euromoedas.
A EVOLUÇÃO DAS ATIVIDADES BANCÁRIAS INTERNACIONAIS
As atividades bancárias internacionais têm uma longa história. Na Idade Média, o famoso Banco Médici, de Florença, operava por toda a Europa com oito escritórios e uma equipe de 57 pessoas. Atualmente, o Citicorp opera em todo o mundo com 170 mil funcionários em 100 países e territórios.
As atividades bancárias cresceram acentuadamente na década de 1960. Os bancos americanos assumiram a liderança, estabelecendo operações no exterior para atender seus clientes empresariais americanos que estavam suas atividades multinacionais. Um motivo adicional era participar do florescente mercado de euromoedas, especialmente em Londres e outros centros no exterior. Em 1960, oito bancos americanos tinham 124 filiais no exterior, com ativos avaliados em us$ 12 bilhões. Em 1970, 79 bancos americanos tinham 532 filiais no exterior, cujos ativos somavam us$ 145 bilhões. Entre 1963 e o fim da década o montante de “ativos bancários internacionais” — ativos em moedas estrangeiras de bancos internacionais, uma medida das atividades bancárias sem euromoedas compilada pelo Banco para Compensações Internacionais — aumentou de us$ 12 bilhões para us$ 70 bilhões, uma taxa média anual de 29%.
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A década de 1970 e o início da seguinte testemunharam o rápido crescimento das filiais multinacionais e da atividade bancária com euromoedas, estimulada pela grande demanda por empréstimos dos países importadores de petróleo e pelo surgimento de um mercado de empréstimos consorciados. A expansão internacional dos bancos americanos continuou e, por volta de 1980, havia 159 bancos americanos com 787 filiais e ativos de us$ 311 bilhões. Os bancos europeus, japoneses e de outros países (sobretudo Canadá e Austrália) também estabeleceram operações no exterior a fim de participar do lucrativo negócio da reciclagem de petrodólares. Muitos deles estabeleceram-se nos EUA, especialmente em Nova York: o número de bancos estrangeiros na cidade aumentou de 73, em 1973, para 323, em 1985. O montante dos ativos estrangeiros de bancos internacionais aumentou, entre 1970 e 1982, de us$ 92 bilhões para us$ 1.513 bilhões, implicando uma taxa de crescimento anual médio de 22%.
O início da crise internacional da dívida, em 1982, quando o México e outros devedores soberanos registraram problemas de pagamento, desencadeou uma redução do ritmo de crescimento dos ativos em moeda estrangeira dos bancos internacionais e da criação de filiais multinacionais. Os bancos ocidentais passaram a recear emprestar aos países em desenvolvimento, mas não às empresas multinacionais em rápida expansão. De 1983 ao fim daquela década, os ativos em moeda estrangeira dos bancos internacionais cresceram de us$ 1.573 bilhões para us$ 6.253 bilhões, uma taxa média anual de 15%.
A desaceleração do ritmo de expansão de filiais de bancos internacionais foi mais acentuada especialmente pela retração da representação internacional de alguns dos bancos americanos. O número de filiais de bancos americanos caiu de 864 em 1985 para 703 em 1992. Outro fator que contribuiu para a desaceleração de meados dos anos 80 foi o fato de que os principais bancos internacionais já tinham estabelecido sua presença nos principais centros financeiros internacionais. Ainda assim criaram-se algumas novas filiais, já que bancos de economias em desenvolvimento acelerado, como os tigres asiáticos, se expandiram para o exterior.
Em 1991 e 1992, a recessão dos países industrializados reverteu a expansão dos ativos plurimonetários dos bancos internacionais, que seria retomada logo a seguir. Entre 1990 e 1997, os ativos dos bancos internacionais aumentaram de us$ 6,2 trilhões para us$ 8,9 trilhões, um crescimento médio anual de 7%. O ritmo mais lento de expansão dos ativos dos bancos internacionais em meados dos anos de 1990 refletiu o aumento do uso da emissão de títulos como alternativa ao financiamento bancário - conhecido como “securitização”. De fato, a securitização e outras inovações foram apenas formas diferentes de fazer negócios por parte dos bancos comerciais internacionais. O relatório anual do Banco para Compensações Internacionais de 1996-97 observou:
Apesar
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