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Fichamento do artigo Governança Corporativa: nível de evidenciação das informações e sua relação com a volatilidade das ações do Ibovespa.

Por:   •  22/12/2017  •  1.612 Palavras (7 Páginas)  •  525 Visualizações

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entre as partes interessadas da empresa. Segundo as autoras, a Governança Corporativa surge para controlar o conflito de agência, que pode surgir a partir da separação entre propriedade e gestão. Na perspectiva da teoria da agência surge a necessidade de criação de mecanismos para garantir sintonia entre o comportamento dos gestores e os interesses dos acionistas. A Governança Corporativa surge

para criar mecanismos de controle tanto para os gestores internos quanto para os acionistas para evitar os conflitos de agência que podem surgir na organização.

Por a Governança Corporativa utilizar vários conceitos relacionados à contabilidade há uma interação muito grande entre elas. Dentre esses conceitos pode-se citar a transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa, que são utilizados para explicar e solucionar os conflitos entre os chamados stakeholders, que são os usuários da informação contábil.

No Brasil, segundo as autoras, há iniciativas de aperfeiçoamento e estímulo à Governança Corporativa, que são: “a criação do Novo Mercado pela Bolsa de Valores de São Paulo, as linhas de crédito especiais oferecidas pelo BNDES, as novas regras de investimento por parte de fundos de pensão e o projeto de reforma das demonstrações contábeis”. (MALACRIDA; YAMAMOTO, 2006). Há os Códigos de Melhores Práticas de Governança Corporativa que são um conjunto de normas e diretrizes de Governança Corporativa. O Brasil tem um desses códigos, que tem como objetivo central indicar caminhos para todos os tipos de empresas, visando à melhoria de seu desempenho e à facilidade do acesso ao capital.

Um último ponto importante é o mercado de capitais que é em suma um conjunto de instituições e instrumentos financeiros composto por dois grupos: mercado de crédito (operações de curto e médio-prazo) e mercado de capitais (operações de médio e longo-prazo). Elas citam ainda que as operações realizadas na Bolsa de Valores são o melhor exemplo de mercado de capitais. Há índices da Bolsa que medem o desempenho dos preços das ações, mostrando seu comportamento em dado intervalo de tempo. Pode-se citar: indicadores gerais de tendência do mercado, instrumentos de suporte ao processo de administração de investimentos e instrumentos de negociação explícita em mercados futuros. Ressalta-se a importância dos índices do mercado de capitais, e o mais importante deles, o Ibovespa, mostra o comportamento das principais ações negociadas na Bolsa.

3 A PESQUISA

Para chegar aos resultados, as autoras utilizaram alguns testes estatísticos, listados por elas:

a) Análise de Cluster: trata-se de uma técnica multivariada que permite segregar elementos em grupos homogêneos internamente e heterogêneos entre si.

b) Análise de Variância (ANOVA): teste estatístico cujo objetivo é analisar diferenças entre médias aritméticas, utilizado para saber se há diferenças entre os diversos grupos identificados pela análise de cluster.

c) Teste de Kolmogorov-Smirnov: analisar se a amostra segue a distribuição normal.

d) Teste de Homogeneidade de Variâncias de Levene: verifica se a variância dentro de cada população é igual para todas as populações (homocedasticidade).

e) Teste de Tukey HSD: método que identifica quais grupos, dentre os comparados (ex: grupo 1 versus grupo 2 e 3), têm diferenças significativas.

f) Teste de Kruskal-Wallis: teste não-paramétrico destinado a verificar se K amostras (k > 2) independentes provêm de populações com medianas iguais.

Para realizar os testes, elas separaram as informações divulgadas em dois grupos: as obrigatórias e as voluntárias. Deve-se destacar que essas informações correspondem às obrigatórias antes do advento da lei 11.638/2007, pois a pesquisa é referente ao período 2002/2003, nota-se que a Demonstração dos Fluxos de Caixa e a Demonstração do Valor Adicionado, agora obrigatórias para as grandes empresas, estão ainda dentre as demonstrações não obrigatórias. Assim, as autoras definiram a porcentagem de evidenciação que cada empresa tem, tomando como base o número de informações obrigatórias e complementares, 172 e 6, respectivamente. Porém, para não prejudicar o nível da empresa, a base é o número de informações obrigatórias para ela. Assim, os níveis de cada empresa foram encontrados e listados em uma tabela. Uma observação interessante feita por elas foi sobre a divulgação das informações complementares que é feita na totalidade por grande parte das empresas, porém algumas delas não o fazem.

Após o cálculo do percentual de cada empresa e alguns testes estatísticos foi possível separar as empresas em 3 grupos, pela porcentagem média de evidenciação e constatou-se após alguns testes que os grupos 1 e 2 têm semelhanças e que o grupo 3 é muito diferente dos outros, com relação ao nível de evidenciação. Ao comparar a volatilidade das ações, percebeu-se que os grupos 2 e 3são parecidos e o grupo 1 é diferente. O resultado foi que a volatilidade média do retorno das ações é inversamente proporcional ao nível de evidenciação das informações contábeis das companhias estudadas. Por mais que foram encontradas diferenças entre os três grupos, essas diferenças se tornaram insignificantes após a realização dos testes estatísticos, pois os níveis de evidenciação são crescentes e a volatilidade média do retorno das ações é decrescente, ou seja, o nível de evidenciação é

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