A Ética Boi Gordo - Pirâmide financeira
Por: Jose.Nascimento • 10/12/2018 • 2.324 Palavras (10 Páginas) • 427 Visualizações
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A empresa trabalhava com contrato por arroba, com o dinheiro captado através dos novos investidores, eles compravam e engordavam novos bezerros, ao termino do tempo necessário para engorda que é de 18 meses, a empresa garantia ao investidor rentabilidade de 42%, valores acima do que era praticado pelas empresas na época.
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FRAUDE CORPORATIVA FAZENDAS UNIDAS BOI GORDO S.A.
A empresa Boi Gordo, foi fundada por familiares, além de contar com o amparo de alguns investidores que tinham o objetivo de alavancar seus resultados, conquistou grande crescimento ao longo dos anos, onde resolveu expandir seus negócios e se lançar no mercado de ações.
Contando com excelente trabalho de marketing a empresa arrecadou um grande número de investidores, com comerciais regulares na TV realizado pelo ator global Antônio Fagundes, que também fazia parte do quadro de investidores que foram lesados pela companhia.
A empresa acreditava no sonho de pessoas que desejam investir na criação e compra de cabeças de gados, acreditando na fidedignidade da empresa e de seus vários parceiros, bem como a rentabilidade que fora oferecida aos seus investidores que era alarmante, cerca de 42% que seria recebido ao final do período de engorda que seria após os 18 meses, a empresa garantia a seus colaboradores esse percentual, sendo quase inalcançável. A grande trama que envolvia os recursos de investidores seria destinada a compra de fazendas e enriquecimento do dirigente da entidade.
(Jr & CostaI, 2012) A fraude na Boi Gordo foi articulada a partir de uma estrutura com tomada de decisão e controle centralizados no controlador. A empresa, até sua regulamentação em 1998, foi mantida com capital fechado, sob o comando de um único controlador. Após a regulamentação, foi transformada em sociedade anônima, embora o quadro de controle centralizado não tenha sido alterado. Paulo Roberto de Andrade continuou controlando a empresa, com apoio de um esquema que envolvia familiares, advogados e outras empresas.
Em 2001 a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), passou a exigir novas regras onde a empresa deveria se adequar, para que pudesse transparecer maior segurança a seus investidores, nesse mesmo período a entidade abriu concordata, por não estar conseguindo honrar suas obrigações aos credores, onde algumas empresas tentaram contribuir para sua reabilitação, mas nenhuma delas possuía recursos para bancar os passivos da Fazenda Reunidas Boi Gordo S.A, passando assim mais 3 anos, até decretar falência em 2004.
Com o decreto de sua insolvência, seus credores assumiram um prejuízo no valor de R$ 2,5 bilhões, em valores da época, gerando vários processos a entidade, envolvendo órgãos como CVM (comissão de Valores Mobiliários), Câmara dos deputados, TCU (Tribunal de contas da união), entre outros, em prol dos investidores prejudicados, bem como julgar os envolvidos na infração.
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PIRÂMIDE FINANCEIRA
Ganhos exagerados em um curto espaço de tempo, por investimentos baixos, que dificilmente se pode obter em um curto espaço de tempo, receitas que envolvam a recomendação de pessoas, pode ser um sinal de uma pirâmide financeira.
Pirâmide financeira ocorre quando o dinheiro que e distribuído aos sócios e proveniente da adesão de novos investidores, assim sendo os dividendos não serão provenientes das atividades que envolvem as operações da investida.
(Aragão, 2014) O primeiro golpe conhecido de pirâmide financeira aconteceu em 1870, na Espanha, criado por Baldomera LarraWetoret, uma mulher que havia sido abandonada pelo marido e lançou um sistema que remunerava 30% ao mês. Fez fama e fortuna, mas depois que o esquema ruiu, morreu pobre em La Habana, Cuba.
Em muitos países como Estados Unidos, e Inglaterra podemos ver a criação de órgãos que regulam essa pratica, além de fechar as empresas que estão envolvidas, seus dirigentes são presos. Essa é uma pratica adotada em vários países, por se tratar de um ato criminoso.
Sendo a Fazenda Reunidas Boi Gordo S.A, uma das empresas que praticou esse ato criminoso aos seus acionistas no Brasil, deixando vários deles sem seus dividendos, que seria a remuneração sobre seus capitais investidos.
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RELAÇÃO COM O CÓDIGO DE ÉTICA
Senge (1994, p. 4-6) ao referir-se sobre ética diz:
A ética existe em todas as sociedades humanas, e talvez, mesmo entre nossos parentes não-humanos mais próximos. Nós abandonamos o pressuposto de que a Ética é unicamente humana. A Ética pode ser um conjunto de regras, princípios ou maneiras de pensar que guiam, ou chamam a si a autoridade de guiar, as ações de um grupo em particular (moralidade), ou é o estudo sistemático da argumentação sobre como nós devemos agir (filosofia moral).
Analisando o caso de criminalidade sucedido na empresa Fazendas Unidas Boi Gordo S.A, observamos além de um mau gerenciamento de recursos que levou a sua ruína, a má índole dos dirigentes que tinham ciência da execução de seu ludibrio, exercido com êxito durante anos.
Com tudo, também devemos analisar o papel do contador, que tem por princípio ético e moral, agir de forma honesta, diligente e transparente, mostrando aos empresários as melhores escolhas, fazendo com que a entidade possa desenvolver os melhores resultados, dentro dos meios lícitos e transparentes.
Nos deparamos a um caso onde o contador agiu em oposição ao seu código de ética, além de ir contra as vias legais. Vários artigos e parágrafos foram desrespeitados, como por exemplo:
(CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 1996) Capítulo 2:
I - exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, observada a legislação vigente e resguardados os interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem prejuízo da dignidade e independência profissionais;
II - guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício profissional lícito, inclusive no âmbito do serviço público, ressalvados os casos previstos em lei ou quando solicitado por autoridades competentes, entre estas os Conselhos Regionais de Contabilidade.
III - zelar pela sua competência exclusiva na orientação técnica dos serviços a seu cargo;
IV
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