A CONTABILIDADE RURAL
Por: Kleber.Oliveira • 6/11/2018 • 1.631 Palavras (7 Páginas) • 410 Visualizações
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A partir das associações do capital fundiário e de exercício observa-se segundo Neuza e Marion duas personalidades distintas: o proprietário da terra, que participa com o capital fundiário, e o empresário, que participa com o capital de exercício. Assim, surgem explorações agropecuárias como: Empresário agropecuário com a propriedade da terra - somam-se os capitais fundiários e de exercício; Parceria – ocorre a parceria entre o proprietário da terra e terceiros, mediante remuneração a ser combinada entre ambos. Para Crepaldi, as parcerias rurais são insuficientes, apesar de poder ser executadas normalmente; Arrendamento – o proprietário aluga seu capital fundiário por determinado período a um empresário e recebe o aluguel como retribuição. Isso é o chamado Sistema de Arredamento; Comodato – empréstimo gratuito, onde o proprietário cede por tempo determinado e condições preestabelecidas sem nada a receber do comodatário; Condomínio – propriedade em comum, onde os condôminos proprietários compartilham na mesma proporção dos riscos e dos resultados da exploração da atividade.
Vale ressaltar que os três autores contextualizam a Contabilidade Rural, contudo Crepaldi dá mais ênfase à sua importância. Assim, para o mesmo, a Contabilidade Rural destaca-se como o principal instrumento de apoio às tomadas de decisões durante a execução e o controle das operações da Empresa Rural, porém ele afirma que esta é umas das ferramentas administrativas menos utilizadas pelos produtores brasileiros, e que quase sempre é conhecida apenas por suas finalidades fiscais.
Em se tratando de atividade agrícola, a contabilidade deve ser realizada levando em consideração o tipo de cultura existente: cultura temporária ou permanente. Assim, para ambos os autores a diferença básica entre as duas é que as temporárias estão sujeita ao replantio, e possui vida curta quando colhidas e arrancadas da terra, enquanto que a permanente estão vinculadas ao solo, proporcionando mais de uma colheita.
Para Crepaldi, o custo de produção permite diagnosticar problemas por meio de sua composição, além de concluir sobre a situação do rendimento da exploração, assim, o estudo dos custos fornece ao empresário rural um roteiro indicativo para escolha da linha de produção a serem adotadas e seguidas, visando apurar melhores resultados.
Deste modo, tanto Marion como Neuza e Crepaldi, enunciam que na cultura temporária, os registros dos custos devem ser contabilizados no ativo circulante, em uma subconta com o titulo de “culturas temporárias”, e após o termino da colheita, o saldo dessa subconta será transferido para uma nova conta, denominada “produtos agrícolas”, sendo especificado em subcontas o tipo do produto, pois pode ocorrer que na propriedade rural seja produzido mais de uma cultura, e assim os custos de cada uma delas, devem ser estipulados separadamente, para depois analisar o todo. Nessa situação, segundo Marion e Neuza os custos são divididos em diretos ou indiretos. Os diretos são aqueles que na ocasião de uma única cultura, todos os custos se tornam diretos a ela, e os indiretos, são aqueles que no caso de propriedades com mais de uma cultura, existam custos que não sejam possíveis identificá-los com cada uma delas isoladamente. Crepaldi diferencia custos diretos dos indiretos como sendo custos diretos aqueles que podem ser diretamente (sem rateio) apropriados aos produtos agrícolas, bastando existir uma medida de consumo. E os indiretos, como aqueles que para serem incorporados aos produtos agrícolas, necessitam da utilização de algum critério de rateio. Para ele, a separação de custos em diretos e indiretos leva em conta além de sua natureza, a relevância e o grau de dificuldade de medição. Este autor também diferencia custos fixos de variáveis, sendo que os fixos são aqueles cujo total não varia proporcionalmente ao volume produzido, enquanto que as variáveis variam.Vale ressaltar, que essas observações sobre os custos valem tanto pra culturas temporárias como permanentes.
Na Cultura Permanente, os custos necessários para a formação da cultura são considerados Ativo não circulante-imobilizado. Assim, os custos para a formação da cultura são contabilizados na conta “Cultura Permanente em formação”, em subcontas que especificam o tipo da cultura. Após a formação da cultura, transfere-se o valor acumulado para a conta “Cultura Permanente Formada”, também em uma subconta especifica. Daí por diante, todo custo gerado não mais compõem o imobilizado, e passará a ser contabilizado como custo da colheita ou do produto. A partir desse momento a colheita caracteriza-se como estoque em andamento, e os custos necessários para a realização da colheita, serão registrados numa conta denominada de “Colheita em andamento”, identificando o produto a ser colhido. Adiciona-se também como custo da colheita a Depreciação ou exaustão da cultura permanente formada. Após o término da colheita o custo acumulado da conta colheita em andamento deve ser transferido para a conta “Produtos agrícolas”, e a medida que a produção forem sendo vendidas, dá-se baixa proporcionalmente dessa conta, transferindo o valor do custo para a conta “Custos de Produtos Vendidos” especificando o produto. Haverá a partir disso o confronto entre a Receita e o Custo do produto vendido, permitindo a apuração do resultado. Segundo Marion, toda cultura permanente que produzir frutos
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