UMA ANALISE DE CONFLITOS
Por: Rodrigo.Claudino • 15/5/2018 • 46.391 Palavras (186 Páginas) • 509 Visualizações
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O B J E T I V O S
- Conhecer as noções teóricas e os conceitos fundamentais que permitem identificar, descrever e analisar casos práticos relacionados ou vinculados aos conflitos.
- Fazer referência à influência da diversidade na percepção dos conflitos; em função dos protagonistas ou autores, as definições e os tipos fundamentais de conflito; em função de seu nível e âmbito no qual se apresentam, as causas que os geram, fases ou etapas pelas quais atravessa um conflito e as consequências que têm tanto positivas como negativas.
Desde meados da década de 70, vêm ocorrendo profundas mudanças no entorno das organizações. Atualmente, a taxa de inovação tecnológica é a mais acelerada que a humanidade já conheceu. Foi reduzido significativamente o tempo que transcorre entre uma descoberta científica e sua aplicação à produção, assim como o ciclo de vida dos produtos. Por outro lado, modificam-se as tecnologias de comercialização e financiamento das operações comerciais.
Três características tiveram estas grandes mudanças:
1. A extraordinária rapidez com que se produziram.
2. A profundidade e amplitude do leque de questões que abrange.
3. E por último a imprevisibilidade, quer dizer, a impossibilidade não só de prever, mas também de imaginar.
Tudo isso gerou uma crise em muitos paradigmas gerenciais tradicionais que na atualidade são limitados e inoperantes sob as novas circunstâncias de gestão. Uma investigação efetuada no início da década de 90 previu que as habilidades profissionais fundamentais dos gerentes no ano 2000 deveriam ser: a formulação de estratégias, a direção de recursos humanos, o marketing e as vendas, o manejo das finanças e a negociação-solução de conflitos.
Pesquisas iniciadas posteriormente por prestigiados especialistas, sobre o que fazem e como o fazem os gestores de êxito, acentuam que estes, mais que planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar, passam a maior parte do tempo negociando tudo e com todos. E que, provavelmente, este seja uma dos traços característicos da gestão contemporânea: as funções gerenciais se desenvolvem, essencialmente, em um ambiente negociador.
William Ury (1995), na apresentação do livro "Desenhos de sistemas para enfrentar conflitos", esclarece de maneira gráfica, através de um símile, a importância do conflito (sua utilidade ou desvantagem): "...o conflito, no final das contas, é como a chuva; quando esta se apresenta na quantidade adequada é algo proveitoso; em demasia, no momento e no lugar equivocados produz uma inundação catastrófica".
O momento atual possui uma característica distinta e é o elevado crescimento dos conflitos, seja em nossas comunidades, nossas empresas, associações sem fins lucrativos, nos escritórios oficiais, entre os indivíduos, na própria pessoa e entre todos nós. Esta dinâmica se manifesta em aceleradas e intensas mudanças e, naturalmente, a mudança cria conflito; estes não podem ser eliminados - nem devemos tentar -, mas podemos escolher a maneira de dirigi-los e de reduzir seus efeitos.
Como na vida pessoal, o conflito em todos os meios e níveis da existência humana (grupos, organizações, sociedade, etc.), é uma coisa normal. Não é nada do que devamos nos envergonhar. De fato, o conflito contribui para a saúde das organizações, lugares de trabalho e comunidade. No ambiente de interesses competitivos e diversidade de necessidades que vivemos hoje em dia, muitos líderes necessitam habilidades adicionais para enfrentar o conflito de modo construtivo.
O clima de competição em que vivemos aumenta a tensão e reduz a energia disponível para trabalhar na missão, nas metas e nos objetivos de uma organização. As tensões e os conflitos tendem a se construir em um clima de limitações, com expectativas não realistas e recursos inadequados, por exemplo, a síndrome do "fazer mais com menos".
Os conflitos e seu desenvolvimento são inevitáveis; o importante é como lutamos com eles. As diferenças culturais têm um papel muito importante neste aspecto. Os valores pessoais e culturais têm um impacto tanto na percepção de conflitos como nos métodos usados para resolvê-los. Certas técnicas nem sempre funcionam, tampouco funcionam em todas as culturas. Nem todos os conflitos podem ser resolvidos.
O desafio é construir um sistema de controle de inundações. A ameaça que representa a crescente "inundação de conflitos" é o de criar um sistema de resolução ou um sistema de manejo dos conflitos. Por exemplo, a maneira como dirigimos nossos recursos hidráulicos por meio de diques, pântanos e canais fará com que obtenhamos o equilíbrio necessário para a vida. O mesmo ocorre com o manejo dos conflitos, para conseguir processá-los terá que se obter um equilíbrio entre forças opostas e interesses enfrentados.
Uma resposta construtiva frente à crescente quantidade de conflitos foi advogar por e para praticar processos de resolução de conflitos tais como a negociação, a mediação ou a arbitragem. Entretanto, frequentemente, não basta um procedimento para solucionar uma disputa; requer-se um conjunto integrado de procedimentos.
Se a princípio a negociação não funcionar, pode-se recorrer à mediação e assim sucessivamente, iniciando um conjunto de procedimentos que possam dirigir não só os conflitos isolados, mas também o acúmulo de disputas que surgem em qualquer dos níveis sociais em que nos movemos (indivíduo - grupo - organização - sociedade) ou entre cada um deles. Dito de outro modo, adotar um enfoque sistêmico na solução e enfrentamento dos conflitos.
O objetivo do desenho de sistemas é oferecer às partes a maior quantidade possível de alternativas de ajuda para encontrar a melhor maneira de resolver sua disputa com benefício mútuo e, se for possível, com o menor custo de tempo, dinheiro e desgaste nas relações. O interessante é que o idealizador é também o consultor e o mediador, ajudando as partes a desenharem seu próprio sistema, de maneira que funcione melhor para eles. O desenho de sistema de disputa, caso se queira êxito, não pode ser imposto; o ideal é que sua necessidade surja das próprias partes envolvidas, com frequência nem necessita da ajuda de um profissional na resolução de conflitos.
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