O Messianismo em Jesus Cristo para uma visão pastoral
Por: kamys17 • 9/7/2018 • 5.464 Palavras (22 Páginas) • 369 Visualizações
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Cremos ser pertinente perguntarmos qual tem sido a ênfase dada quando o assunto abordado é o fazer discípulos? Que tipo de discípulos temos sido e formado? Qual tem sido nosso referencial? Será que verdadeiramente temos seguido o bom exemplo de Jesus Cristo e temos trabalhado o verdadeiro discipulado cristão, de acordo com os padrões estabelecidos por Ele, trabalhando os valores do Reino de Deus, a missão libertadora e salvífica de Cristo, e valorizado a vida em todas as dimensões?! As respostas, encontraremos ao refletirmos diante de nossas realidades pastorais; mas isto somente se dará, se não nos intimidarmos e realmente, formos sinceros para com nosso ministério e com nossa participação pessoal no compromisso que enquanto igreja, assumimos perante Deus.
O exemplo de Jesus deve nortear a caminhada daqueles(as) que anseiam verdadeiramente serem chamados de seus discípulos. A teologia aplicada no discipulado cristão deverá ser uma teologia libertadora que restaure vidas, que resgate os marginalizados; que retire do nosso meio todo e qualquer tipo de opressão, seja ela sócio-politica-religiosacultural e econômica; que ofereça o Reino de Deus para todos como um meio de Graça e que tenha a igreja como referencial de Reino e do amor incondicional de Deus por toda a humanidade. Assim sendo, desejamos que o presente trabalho possa despertar e difundir uma maior reflexão sobre a necessidade de uma práxis cristã, nos moldes dos ensinamentos do próprio Cristo, a partir de um discipulado norteado pelos exemplos e ensinamentos deixados por Jesus Cristo, pressupostos esses, utilizados na Igreja primitiva.A abordagem cristocêntrica que estaremos dando é mister, já que estaremos nos propondo a realçar a missão messiânica de Cristo como protótipo para a construção de um pastorado eficaz para a introjeção de um discipulado genuinamente cristão.
Faz-se também imperativo no presente trabalho, a abordagem do Jesus histórico para que possamos entender a mensagem antropológica de Jesus, e ao fazê-la, conseguirmos entender que Nele se nos apresenta e revela a verdadeira essência do ser humano, mas também se nos revela a verdadeira essência de Deus, ou seja, nele encontramos o modelo do que é ser humano e a interpretação (palavra e imagem) de Deus.Nesse ponto, estaremos nos forjando com uma visão pastoral que enfatize e valorize o discipulado, já que estaremos partindo do chamamento de Jesus, e dos caminhos que deverão ser seguidos. Ao conseguirmos inserir no ministério pastoral, a práxis de seu discipulado, o estilo de vida vivido por Ele e seus discípulos, e que devem ser seguidos para vermos transformado o mundo a nossa volta, fazendo da Igreja um ponto de partida para que a ação do Espírito Santo de Deus flua na vida e no coração dos que dela se aproximam, poderemos desta forma estar atendendo verdadeiramente a ordenança que a nós foi dada pelo próprio Cristo, e deste modo ir pelo mundo fazendo discípulos, pregando a palavra, vivendo o Evangelho.
Num tempo, aonde existem vários tipos de distorções do Cristianismo sendo propagados, não podemos permanecer inertes, estáticos e sem ação. É imperativo um modelo de Evangelho fiel às Escrituras e aos moldes do ensinamento de Cristo para que a Cruz continue tendo seu escândalo, e não simplesmente seja a Cruz de um Cristo que não é Senhor e Salvador. Necessitamos que o sentido original do evangelho seja amplamente difundido, mas para que isso aconteça, necessitamos de práticas pastorais comprometidas com um discipulado que verdadeiramente aborde e abrace tais questões com seriedade e compromisso.
No momento que tomarmos consciência da responsabilidade pastoral para a qual fomos não só designados mais também instituídos, poderemos estar nos aprofundarmos na ênfase de Cristo quanto ao discipulado e estar atuando com mais subsídios para um melhor aproveitamento de Sua metodologia, aplicando-a nas diversas áreas de atuação da igreja, dentro e fora das comunidades cristãs, já que ao realizarmos o discipulado com ênfase na proposta cristológica, cremos que estaremos dando uma contribuição maior, tanto no que diz respeito à intensificação da propagação dos valores do Reino de Deus, quanto ao âmbito de inserção social que atendam as necessidades reais de todos quanto o buscam. A esperança de estabelecer uma melhor compreensão e condução em relação ao que diz respeito à questão da responsabilidade pastoral no ensino e na preparação de um discipulado realmente preocupado como divulgação do Reino, tendo por base fazer uma teologia que liberta de todas as opressões, visando o resgate da ação transformadora da Graça de Deus que alcança a todos e derrubando todos os dogmas de religiosidade estabelecida pelos homens, que, no entanto, não foi pregada por Jesus Cristo, é que o presente trabalho se fundamenta.
Temos também em mente nosso compromisso – enquanto Metodista, de difundir um discipulado que aponte para sua práxis num contexto soteriológico e escatológico, já que vivemos momentos de tensões onde necessitamos enfatizar o significado salvifico de Cristo para o mundo.
A IMPORTÂNCIA DA CRISTOLOGIA
1 - O QUE É CRISTOLOGIA
Cristologia” significa literalmente “doutrina ou discurso acerca de (Jesus, o) Cristo”. Christos corresponde à tradução para o grego do termo hebraico mashiah (o Ungido [de Deus]). Originalmente, portanto, Christus (forma latinizada) não é um cognome da figura histórica de Jesus de Nazaré, mas uma confissão dela. Quem diz ”Jesus Cristo” com seriedade confessa: Jesus é o Ungido de Deus, o portador da salvação. O título “Cristo” representa, de modo vicário e sucinto, todas as predicações do portador da salvação (Filho de Deus, Salvador, libertador, etc.) com as quais se tentou, tanto no passado quanto no presente, expressar quem Jesus é, e o que ele significa para nós.A pergunta primordial da cristologia é: “Quem é este, afinal?”(Mc 4,41)”. Está em pauta aí o significado soteriológico de Jesus (soteriologia: o discurso sobre a redenção ou salvação), portanto seu significado salvífico para o mundo e nosso posicionamento e nossa relação com ele.1
Com esse conceito podemos concluir que a cristologia não só constitui o tema central e ponto crucial da teologia cristã, como também entender que ela é a chave para todos os outros temas não apenas da teologia científica, como de toda a práxis da teologia pastoral, pois é o elemento fundamental da fé cristã e da comunhão eclesial, e que não se encontra em uma idéia abstrata antes, numa pessoa viva.
Nesse sentido é interessante a abordagem da cristologia que permita
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