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O ESTADO DESENVOLVIMENTISTA NO BRASIL: PERSPECTIVAS HISTÓRICAS E COMPARADAS

Por:   •  14/11/2018  •  2.132 Palavras (9 Páginas)  •  915 Visualizações

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ALGUNS SUCESSOS DO DESENVOLVIMENTISTO BRASILEIRO

Algumas das maiores empresas brasileiras como a Vale, Usiminas, Embraer e Petrobrás passaram por dificuldades durante sua trajetória como estatal. Porém, na década de 1990 e 2000 tiveram um desempenho excelente graças ao aumento das exportações e também por liderarem o mercado em suas respectivas áreas.

Embraer: foi fundada pela Força Aérea em 1969, sua produção era direcionada exclusivamente aos militares e era vinculada ao Ministério da Aeronáutica.

No final dos anos 1980, o Brasil passava por uma crise econômica que quase a levou à falência, no entanto se restabeleceu após ser privatizada, já que contava com uma equipe especializada, e com o apoio político no intuito de evitar que fosse vendida para empresas estrangeiras, e a crescente tendência mundial por jatos regionais.

Vale: era conhecida como Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e desde a sua fundação em 1942, no governo de Getúlio Vargas até a década de 1980, passou também por momentos de lento crescimento.

Quando foi privatizada em 1997, a Vale já era uma das maiores mineradoras do mundo, atuando na pesquisa, extração, produção e comércio de ferro e níquel. Todo esse sucesso se deve principalmente a proteção política do governo de Minas Gerais, a experiência de seus administradores e a grande demanda do ferro em solo brasileiro.

Aço: na década de 1940 surgiu a indústria de aço no Brasil, com a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) com forte apoio político militar. No decorrer dos anos, surgiram várias siderúrgicas estatais com importante apoio financeiro do BNDES, mantendo-se no ritmo de desenvolvimento regular. Após terem passado pela crise de 1980 e a privatização de 1990 assim como a Embraer e a Vale tiveram sua produção elevada, concorrendo internacionalmente.

Por possuir matéria prima abundante e alta tecnologia, o país possui hoje quatro gigantes na produção de aço, que em 2013 corresponderam ao 9º lugar no ranking mundial.

Petrobrás: é uma empresa estatal que explora, produz e comercializa combustíveis, derivados de petróleo e GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), e que nas primeiras décadas após sua instituição em 1953, sua produção ainda era considerada pequena, restrita a importação e distribuição do petróleo.

Com a descoberta das grandes reservas em àguas profundas, aliada ao pesado investimentos na formação de seus engenheiros e o seu envolvimento com a indústria de bens de capital, demonstrado na fundação da ABDIB (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base), faz da Petrobrás um sucesso mundial.

Tecnologia do motor flex e o etanol: a fabricação do etanol foi iniciativa do governo após a iniciativa do petróleo em 1975, no intuito de ser um substituo da gasolina. O que não deu muito certo, pois mesmo com os subsídios oferecidos pelo governo ao programa pro-álcool, os preços do petróleo caíram novamente e com isso os veículos à gasolina passaram a ser fabricados em grande quantidade.

No término dos anos 90, o petróleo teve um aumento nos preços e mesmo assim os consumidores não se interessaram em adquirir automóveis a etanol, pois os mesmo se tornaram uma aquisição insegura. Então, entraram no mercado brasileiro modelos de automóveis que aceitam a mistura do álcool e a gasolina no tanque, conhecido como motor flex.

O êxito do etanol e do motor flex é um caso curioso, pois não houve a criação de uma estatal pelo governo, e o apoio político que foi mais intenso durante o período de promoção do etanol, já não existia na época do desenvolvimento do motor flex guiado principalmente por empresas privadas.

Analisando a produção brasileira por volta dos anos 2000, vemos grandes empresas privadas crescendo rapidamente e competindo de forma agressiva internacionalmente, e que anteriormente eram mantidas pelo governo. Mas, as correntes de mercado forçaram-nas a investir em profissionalização e tecnologia, auxiliadas pela privatização.

ALGUMAS FALHAS DO DESENVOLVIMENTO BRASILEIRO

Com a redução que o governo fez da prática de proteção aos produtores nacionais, várias fábricas brasileiras foram à falência e muitas venderam suas atividades para empresas no exterior. Com isso, as indústrias regrediram, diminuindo empregos e seu conceito diante de tecnologia e informática foi um fracasso na competição do mercado.

Tecnologia de informação: como nos casos de sucessos citados anteriormente, o governo tentou criar estatais como a “Cobra Computadores”, uma fábrica de minicomputadores, mas que foi logo atropelada por outras empresas privadas na fabricação de computadores pessoais, e também a tecnologia evoluía muito rapidamente e de forma descentralizada.

As tecnologias se deslancharam rapidamente, mas por terem custos elevados e baixa qualidade na produção local o governo retirou o apoio político e a supervisão do desenvolvimento da tecnologia, e com isso as empresas brasileiras deixaram de produzir.

Energia nuclear: em torno dos anos 60 e 70, o governo firmou acordo e implantou programas de desenvolvimento de energia nuclear para fins pacíficos, resultando na construção das conhecidas usinas de Angra I e Angra II, que passaram por longos períodos de paralização por atrasos ou por excessos no orçamento.

É importante salientar que mesmo o país sendo grande consumidor de energia elétrica e que possuímos uma reserva de urânio considerável, a implantação de usinas nucleares pode levar décadas e se tornar dispendioso, como foi o caso de Angra II.

Café: apesar de ser o maior exportador de café do mundo, o governo brasileiro fez pouco para incentivar esse setor. Devido as recorrentes geadas e longos períodos de seca, até o brasileiro passou a consumir menos café, pelos anos de 1980.

O fechamento do IBC (Instituto Brasileiro do Café) pelo governo provou que as associações privadas podiam monitorar com facilidade a qualidade e o desempenho da produção com menos pessoal e menos recursos.

PROMOÇÃO ECONÔMICA REGIONAL

Desde o fim da 2º guerra mundial os sucessivos governos sempre tentaram com diversos planos e estratégias favorecer o desenvolvimento do interior brasileiro, provada pela transferência da capital para o Centro-Oeste, na criação das agências como a Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia) e Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus).

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