IPEA Emprego no Brasil

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De acordo com a primeira tabela apresentada no texto, enquanto a população, tanto total como a economicamente ativa, crescia, entre 1940 e 1980, em uma média de 2,7%, o emprego formal assalariado com carteira assinada crescia a uma taxa média superior a 6%. Porém, o assalariamento incluindo contratações com registros em carteira e as sem registro cresceu cerca de 3,6%, diferença que fez aumentar de maneira chamativa o peso do emprego assalariado formal no conjunto das ocupações do mercado de trabalho brasileiro.

Em contrapartida aos dados acima, o peso relativo da ocupação por conta própria e da taxa de desemprego foram reduzidos, assim como a subutilização da mão de obra, devido ao aumento de trabalhadores por conta própria, trabalhadores sem remuneração e desempregados. Assim, a marca da estruturação do mercado de trabalho foi forte não somente na expansão do volume de ocupações como, também, o aumento significativo do peso relativo dos empregos com registro formal nos setores do mercado brasileiro de trabalho.

A entrada de trabalhadores com registro formal nos setores organizados é importante pois representa o aumento do número de trabalhadores amparados pelo estatuto legal que regulamenta a legislação trabalhista. Ou seja, passam a ter direitos mínimos de cidadania, tratando-se, assim, de uma situação onde o trabalhador fica menos suscetível que um trabalhador sem registro.

A partir dos anos de 1980, a ampliação da economia foi dependente do esforço do exportador para honrar os encargos da dívida externa. O trabalhador comum- o assalariado – deixou de aumentar seu peso no conjunto de ocupação, pois o mesmo crescia a taxas semelhantes à do crescimento do PEA. Apesar do crescimento semelhante, a desaceleração da economia, inflação e expansão da financeirização da dívida externa promoveram um cenário macroeconômico crítico. Isso fez com que a contratação de mão de obra regredisse, apelando para os não formais.