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FUSÃO DAS CASAS BAHIA E GRUPO PÃO DE AÇÚCAR

Por:   •  20/1/2018  •  4.268 Palavras (18 Páginas)  •  290 Visualizações

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mútua, os laços afetivos fortes influenciam no comportamento e relacionamentos da organização incluindo nas decisões. Muitas vezes também o tempo que se esta na empresa supera inclusive a eficácia e competência como atributos, nesse ramo é comum a exigência de dedicação total, como por exemplo não ter horários para ir embora, levar o trabalho para casa, entre outros, com tudo isso é comum se diferenciar o que é racional do que é emocional. Nessas empresas os “cargos chave” são geralmente exercidos por membros da família.

Todas as características das Casas Bahia se enquadram na teoria clássica da administração, que possui ênfase na estrutura, ou seja, qual estrutura a empresa deve possuir para ser o mais eficiente possível, parte da estrutura como um todo tem um enfoque prescritivo e normativo por prescrever os elementos da administração, ou seja, as funções do administrador e os princípios gerais que esse administrador deve adotar. Essa teoria foi criada por Fayol que dividiu a organização em seis funções distintas que é a técnica, comercial, financeira, segurança e administrativa que é a mais importante dentre todas as outras, pois possui dentro dela planejamento, organização, comando, controle e divisão do trabalho que faz com que se possa traçar um plano de ação a curto, médio e longo prazo e que esse seja atendido.

Em 2009 as Casas Bahia sofreram um importante mudança na estrutura societária com a saída de Saul Klein filho de Samuel Klein, fundador e irmão mais novo de Michael, ele era responsável pela área comercial das Casas Bahia e dono de um terço das ações da companhia. Saul vendeu sua parte para o irmão Michael que também antes detinha um terço das ações, o outro terço é a irmã deles que possui Eva, que não participa da administração da empresa. A imprensa alega que o principal motivo por sua saída seria a intensa series de desentendimento sobre a condução dos negócios com seu irmão e também a decisão de Samuel Klein entregar o comando a Michael, filho mais velho, como segue a tradição judaica.

Sendo Saul um excelente negociador ficou difícil conseguir alguém a sua altura para ocupar o cargo, por outro lado com a saída elimina-se o conflito dentro da empresa, o que deixou livre um espaço para Michael um investidor para a rede, como foi o que ocorreu com a fusão com o Grupo Pão de Açúcar.

A fusão entre o Pão de Açúcar e as Casas Bahia, estabelece uma consolidação do setor de varejo. Com isso os dois grupos terão mais chances de ditar o preço dos produtos para outras empresas do mesmo segmento e para a indústria, com essa junção a empresa conseguirá comprar e vender em um grande volume o que fará uma grande diferença frente a concorrência, pois isto permitirá adquirir produtos a valores menores.

Os especialistas apostam em um ganho grande para as Casas Bahia, pois a mesma tem muito a ganhar com a profissionalização da gestão do Pão de Açúcar, já que a Casas Bahia é uma empresa familiar, ao contrário do Pão de Açúcar, e também ganha com o crescimento no faturamento. E o Grupo Pão de Açúcar só tem a ganhar com essa fusão, pois assim aumenta suas margens de lucro, podendo diminuir a concentração de suas operações e reduzir os riscos.

A gestão da Casas Bahia é um pouco mais conservadora e menos ágil na tomada de decisões se comparada a gestão do Pão de Açúcar, pois as estratégias de negócios das duas é distinta, pelo fato das Casas Bahia ser focada na classe C e o Pão de Açúcar é focado nas classes A e B, em questão disso é um grande desafio unir essas duas culturais organizacionais tão distintas.

O Cade - Conselho Administrativo de Defesa Economia aprovou a fusão após um acordo de que devem ser vendidas 74 lojas dessa nova empresa formada, pelo fato de que juntas as Casas Bahia e o Ponto Frio apresentam uma participação no mercado de varejo que é superior a 60%.

A filosofia das Casas Bahia era que tudo que a família possui é investido na empresa, e também seguiam processo sucessório da tradição judaica que o filho mais velho de Samuel Klein, ou seja, Michael Klein era quem sucederia a pai, garantindo assim sempre o controle familiar na empresa, com essa fusão com o Pão de Açúcar tudo isso irá mudar, o que era um dos maiores motivos por Samuel ter resistido tanto por essa fusão.

Já o Pão de Açúcar havia feito uma outra fusão antes, quando comprou o Ponto Frio, em 2009 e em 2012 cedeu o controle do Grupo Pão de Açúcar para o Casino, ou seja, prefere ter a expansão dos negócios do que a centralização de sua administração.

A família Klein se mostrou arrependida de ter vendido a Casas Bahia para o Grupo Pão de Açúcar. Michael e Raphael Klein, filho e neto de Samuel Klein, queriam o controle da Via Varejo, empresa resultante da fusão entre a Casas Bahia e o Ponto Frio, do Grupo Pão de Açúcar. Michael esteve conversando com o presidente do Casino que possui 52% da Via Varejo, para tentar resgatar a empresa. A família Klein chegou a ameaçar abrir um processo arbitral pois diz que "Foi descoberto, nas auditorias que vêm sendo realizadas, que podem existir inconsistências nos balanços da Globex usados na ocasião da fusão das empresas", disse à Reuters o advogado Ivo Waisberg, que representa a família Klein. "Se confirmado, pode ter relevância na relação de troca que foi usada."

Os Klein com isso alegam que deveriam ter mais que 48% de participação nessa empresa, ou então recebido mais dinheiro nessa fusão, ou seja, se sentem em desvantagem.

Com esses contestamentos atrapalhou a possível venda dos 52% que estão com Naouri da Via Varejo, que pretendia vender para Abílio Diniz, ex-CEO do GPA e atual presidente do Conselho de Administração da companhia.

Outros contestamentos dos Klein seriam o prazo existente para que os Klein possam vender a sua participação na empresa, pelo acordo de acionistas, a Casas Bahia fica impedida de vender as ações da nova empresa pelo período de um ano. Dentro de 12 a 48 meses, eles poderão vender 29% dos papéis que possuem. Entre 49 e 72 meses, a fatia disponível sobe para 49% e apenas a partir do 73º mês - ou seja, a partir de 2016 - todos os papéis ficam desbloqueados.

Essa briga piorou em novembro do ano passado, pois, expiraria o mandato de Raphael Klein na presidência da Via Varejo, deixando os Klein fora do controle da empresa, porém foi o que ocorreu Raphael foi substituído por Antonio Ramatis Fernandes Rodrigues, Klein passa agora a fazer parte do conselho de administração da companhia. Ramatis foi Diretor Vice-Presidente de Estratégia Comercial, Marketing, Supply Chain e TI do Grupo Pão de Açúcar, onde atuou desde 2006.

A união entre as empresas poderia

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