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Estudo de Caso da Guarnição de Remo do Exército

Por:   •  1/10/2018  •  2.258 Palavras (10 Páginas)  •  391 Visualizações

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Para medir a força e a resistência individual o treinador usava o “ergômetro” ou erg, de remar que media o trabalho realizado em uma distância ou período de cada remador. Este aparelho simulava a técnica de remar, mas eliminava a instabilidade de remar em um barco de competição, isolava os membros da guarnição. Todos eram testados constantemente durante o ano entre si e contra seus próprios resultados. Os testes eram também comparados com resultados de anos anteriores e com outras equipes de outras máquinas com precisão de um décimo de segundo de 2.000 metros.

Os exercícios de levantamento de peso auxiliavam no erg. O de banco de supino, exercícios para pernas, entre outros, davam aos técnicos outros parâmetros do progresso dos competidores durante o período.

O trabalho em equipe é de extrema importância, pois as remadas dos atletas precisam ser sincronizadas sem recompensa individual. Nenhum membro pode tentar remar mais que o outro porque o ritmo do barco poderia reduzir. Precisa haver uma sincronia de todos e para isso a concentração é primordial. Todos os membros do corpo de um remador têm que estar em perfeita harmonia, caso contrário tudo estará perdido. As remadas devem estar em equilíbrio e não podem desacelerar. Com o Centro de gravidade acima do barco qualquer movimento fora das remadas poderia fazer o barco pender de um lado para o outro e o remo bater na água. A maior dificuldade é permanecer sincronizado. Por várias vezes é muito difícil dar 200 remadas perfeitas, mas os melhores remadores se destacavam por adaptarem bem às remadas dessincronizadas e instáveis. O importante é acreditar que quem tivesse feito o erro corrigisse sua próxima remada e recuperasse a velocidade e o equilíbrio.

A confiança estava no psicológico de cada membro da equipe. Todos contribuíam com o esforço físico, mas a desconcentração era um efeito dominó e afetava os movimentos de todos os remadores.

A exaustão física ou um colapso poderia fazê-lo sentir que era impossível chegar à final. Nunca um remador poderia parar nem se quer por uma remada, pois o “momentum” da equipe seria quebrado. Esta pequena parada poderia produzir uma grande carga nos outros remadores. Se ao contrário, na ansiedade de chegar mais rápido um remador aumentasse a velocidade da remada também aumentaria as chances de falha. Em resumo ganhar uma regata exige dos remadores luta para não atingir seu limite físico e ao mesmo tempo o mínimo possível de erros técnicos de cada remada. A confiança que o companheiro de equipe se corrigirá é essencial. O treinador P. às vezes exercitava seus competidores a remarem com os olhos fechados para treinarem a coordenação das remandas ou o chamado de “swing” que é uma atividade sem esforço onde o participante sente-se em êxtase.

A temporada de 2001 a 2002, na primavera era muito aguardada pelo Treinador P. seus competidores tinham treinado bastante para melhorar suas habilidades e rendimentos e o resultado tinha sido muito bom. Foram selecionados os remadores dos dois barcos sendo o os melhores no barco V. Todos competiram entre si comparando seus tempos de regata. Para iniciar a temporada foram feitos uma série de exercícios para todos os competidores.

O primeiro de uma série de exercícios avaliou a habilidade individual de remar no erg. O tempo melhorou 10 segundos no teste de 2.000 metros em relação ao ano anterior. A média da equipe era de 6:32 comparada à média aproximada de 6:20 da Ivy League e 5:55 da Equipe Olímpica Norte Americana.

A equipe estava ansiosa pelo início da temporada depois de muito treinamento inclusive na antiga Vila Olímpica de remo de 1996, em Atlanta remando em barcos selecionados aleatoriamente para a concentração em técnica e adaptabilidade. Também liam artigos sobre o esporte e biografias sobre remadores. À tarde o treinador realizou várias “disputas por carrinho” para a seleção dos remadores do barco V. Este tipo de disputa fornecia informações sobre as habilidades de cada remador e da equipe em barcos na água. Este processo era muito utilizado na seleção da equipe olímpica. A princípio era dividido o grupo em dois barcos de quatro pessoas cada, para uma disputa em águas calmas, se houvesse uma vitória por 10 metros, isso era registrado. Depois um membro de cada barco trocava de lugar e havia uma nova disputa, se houvesse vitória por 15 metros, também havia um registro que o remador “X” do barco A era 25 metros melhor que o remador “Y” que trocou de lugar. A diferença das disputas poderia ser atribuída aos remadores que eram trocados de lugar. O remador nunca sabia que momento seria trocado de barco, portanto seria provável que ele estaria sempre motivado a ter um bom desempenho. Eram feitas todas as combinações possíveis com resultados muito próximos. Se houvesse alguma dúvida sobre alguma algum resultado, este era repetido para evitar qualquer engano. Todas estas disputas deram ao treinador uma aferição decrescente das capacidades dos competidores. Na disputa pelos carrinhos dois indivíduos com alta resistência foram para o barco VJ, um se concentrava no desempenho pessoal e atrapalhou sua equipe, criticava os colegas e não se esforçava o suficiente na água. O outro tinha uma técnica abaixo do esperado na água.

Na volta ao campus os remadores do V estavam tristes e faziam críticas entre si por não terem vencido o VJ com maior diferença em Atlanta. O treinador viu isso como positivo, como uma luta pela superioridade.

No primeiro treino dos remadores no rio Hudson o VJ venceu o V. na regata de treino e não foi só desta vez. No início o treinador estranhou e depois com a frequência de derrotas do V. pelo VJ as coisas ficaram mais complicadas. Observando as remadas das equipes o treinador percebeu que as do V. eram mais lentas e nada do que tinha sido analisado diria que isso aconteceria. Então foi feita uma experiência de disputa com dois membros de cada equipe e nestas disputas o barco V ganhava, independente das duplas envolvidas na disputa. Mais uma vez toda a análise inicial se confirmava. O problema era quando os oito remadores de cada barco se juntavam para a disputa.

Novas análises foram feitas do ponto de vista físico e comportamental. Mesmo o assistente do treinador contribuiu com critérios subjetivos sobre comentários feitos pelo treinador e os remadores. Após a nova análise e a confirmação da habilidade técnica e condicionamento físico dos remadores do barco V. nenhum destes se classificou como líder e alguns não tinham o “espírito” de equipe. Já no VJ todos eram muito unidos. Então o treinador começou a considerar os fatores psicológicos, pois tinha formação e doutorado em psicologia,

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