Empreendedorismo e o Desenvolvimento do Turismo na cidade de Tiradentes

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Para a pesquisa optou-se por um estudo de campo do tipo Grounded Theory de cunho etnográfico. Ao longo da pesquisa foram levados em consideração conceitos da literatura em ciências sociais que pudessem orientar e refinar as indagações. A revisão de literatura sobre tipologias internacionais de empreendedor também fez parte dos materiais utilizados pelos pesquisadores, durante e após o estudo de campo.

No que se diz à estratégia de coleta de dados, o estudo foi iniciado pela criteriosa análise de documentos históricos e administrativos visando a descrever os contextos econômicos e sociais da comunidade investigada, visando resgatar os ciclos de desenvolvimento econômico-social. Durante o período de 2009 a 2010 visitas in loco foram realizadas na cidade de Tiradentes, além das observações foram feitas entrevistas em profundidade com dirigentes de pousadas, restaurantes, ateliers, fundações, associações de artesãos, membros da igreja e representantes da classe política da cidade.

Exame por meio do software de tratamento qualitativo de dados N-vivo 8.0, seguindo o processo de codificação e categorização, também foram adotados além das entrevistas. Um dos motivos pelo qual o N-vivo 8.0 foi adotado é que através dele temas são gerados, categorias e subcategorias, e o mais importante é que os resultados obtidos são mecânicos e livre de influências pessoais dos pesquisadores.

A cidade de Tiradentes passou por um processo de transformação, de cidade esquecida para pólo de turismo e cultura, denota fatos, pessoas e instituições que se revelaram importantes. Levando em consideração o esgotamento das minas de ouro e o abandono da cidade (os trabalhadores buscaram outras regiões para explorar) fez com que houvesse a conservação da cidade. A cidade começou a chamar a atenção do Movimento Modernista brasileiro em 1920, incentivada por esse processo a cidade iniciou um lento processo de revitalização do seu centro histórico, ganhando força a partir da década de 1960.

Seguindo esse processo a cidade de Tiradentes deixa de ser uma cidade com a economia baseada na agricultura de subsistência e na pecuária de leite, atraindo novos tipos de empreendedores. São empreendedores vindos de fora, porém ainda foram pessoas que vieram da região. Esse desenvolvimento econômico atraiu dois tipos de empreendedor, os oportunistas e os artistas.

Com o fim da análise foi possível distinguir dois tipos de empreendedor, o extratiradentino possui sua propriedade no centro, tem o seu empreendimento como um “projeto de vida”, ele sempre pensa no longo prazo e tem um espírito de liderança. Já o outro é nascido na cidade, não tem formação de nível superior, seus empreendimentos se concentram na periferia, não tem uma preocupação com a preservação histórica e trabalha pelos resultados.

No fim das análises foi possível encontrar três tipos de empreendedores, os empreendedores tradicionais que podem ser divididos em empreendedores nativos e empreendedores aristocratas; empreendedores modernos que podem ser divididos em os empreendedores utilitaristas e os empreendedores conscientes; e empreendedores pós-modernos que podem ser divididos em empreendedores camaleões e empreendedores vanguardistas.

Podemos perceber que os diferentes tipos de empreendedores não são independentes um do outro, principalmente compartilhando do mesmo patrimônio histórico; eles fazem parte do mesmo ambiente, havendo competição e também colaboração pelas partes. Estão inseridos em um contexto social onde terão papéis diferenciados e conflituosos, ou ponto importante é que o empreendedor depende do entorno de formas ainda não explicitadas na literatura.

Questões:

- Os empreendimentos iniciados em Tiradentes foram por sua grande parte por necessidade ou oportunidade?