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Comunicacao Empresarial

Por:   •  21/3/2018  •  2.899 Palavras (12 Páginas)  •  247 Visualizações

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é intenção nesse artigo vitimizar os adeptos a tradição religiosa Africana, entretanto, é de conhecimento que ao decorrer da história do Brasil que a cultura Africana carrega o menosprezo, especialmente em sua herança religiosa. Sabemos também que não só os ritos religiosos africanos foram descriminados no Brasil, porém o fato de abordarmos a religião afro-brasileira nos faz enfatizar a religião de uma maneira ampla catalizadora para engajamento social.

2.1 Umbanda e a doutrina espirita

A origem das religiões afro-brasileiras remonta à vinda dos negros e escravos da África para o Brasil durante o período colonial. Essa herança religiosa e cultural dos ancestrais passa por um processo de “reconstituição”, no século XIX, junto aos escravos e negros libertos nas grandes cidades, como na Bahia, Pernambuco, Alagoas, Maranhão e Rio Grande do Sul, dando origem às diversas vertentes do candomblé PRANDI, 2000, p. 59).

Já o sincretismo dos orixás africanos com o catolicismo branco, com os símbolos indígenas e com o espiritismo kardecista dará vazão ao surgimento, no Rio de Janeiro, da Umbanda (PRANDI, 2004, p. 223), isto nas primeiras décadas do século XX. Prandi (2000, p. 59) ressalta o processo de “branqueamento” pelo qual passou a umbanda, como forma de apagamento dos marcadores étnicos africanos, processo que foi revertido a partir das década de 1960, vinculado à uma revalorização da cultura afro.

As principais religiões afro-brasileiras são o candomblé e a umbanda que desenvolvem significativa atuação no país, especialmente em São Paulo, no Rio de Janeiro, e na Bahia. A Umbanda é uma religião brasileira (Bastide, 1971) enquanto sincretismo nacional a partir de matrizes negras (candomblé) e ocidentais (Catolicismo, Kardecismo), é a umbanda também recente.

De acordo com o recenseamento do IBGE de 2010, apenas 0,4% da população brasileira adulta declaram-se pertencentes a uma das religiões afro-brasileiras, o que corresponde a aproximadamente 588 mil seguidores, embora pesquisas feitas com metodologia de mais precisão indicam valores maiores, da ordem de pelo menos o dobro dos resultados encontrados pelo censo (Pierucci , 1996).

Em relação às estatísticas sobre as religiões afro-brasileiras os seus seguidores costumam oferecem números subestimados, o que se deve às circunstâncias históricas nas quais essas religiões surgiram no século XIX, se levarmos em conta que na época o catolicismo era a única religião tolerada no País, a religião oficial, e a fonte básica de legitimidade social maculando seus seguidores.

Entre as diversas discussões que entrelaçam a questão do surgimento da Umbanda como religião, está aquela em que essa prática apareceu como um ritual organizado e praticado por negros fugitivos que se instalavam em lugares longe de centros urbanos e de difícil acesso, ou seja, os chamados Quilombos. Estes escravos negros criaram essa vertente da religião católica para se aproximar de sua religião de origem, o Candomblé.

Nas grandes fazendas e estâncias em que servia como mão de obra, era proibida a prática do Candomblé, pois a população a via como um ritual maligno. Diante disto, os senhores estancieiros os obrigavam a participar dos cultos católicos, tal fato justifica a criação da Umbanda como uma religião que tem bases no catolicismo, e congrega os santos da religião católica em seus rituais, porém com denominações diferentes.

A religião umbanda de um modo geral tem como um de seus princípios a elevação espiritual do médium e das entidades que nele se manifestam. Ela também se propõe a produzir pela magia, modificações existenciais que permitem a melhoria de vida do ser humano.

Como qualquer outra religião, a Umbanda tem suas principais entidades, que norteiam as crenças e o modo de vivência do homem. Cada uma delas tem seu nome correspondente na religião Católica tal fato justifica sua forte relação com a mesma.

Dentre as muitas entidades que são incorporadas pelos médiuns das correntes nos inúmeros terreiros de Umbanda, citam-se como exemplos os Caboclos e Pretos Velhos que são considerados as entidades mais cheias de luz espiritual e sabedoria. Diante disso, pode-se dizer que é através dessas entidades que a umbanda se caracteriza por ser umaque a Umbanda se caracteriza por ser uma religião com forte relação com o meio natural (água, terra, mata entre outros), seguindo muitos ensinamentos ligados a natureza.

Essa ligação com a natureza é consequência dos rituais e práticas que os negros realizavam nas matas fechadas. Como exemplo pode-se citar os Quilombos, os quais se caracterizavam como refúgios e locais de proteção. Nesses lugares eles canalizavam as forças de seus antepassados e também de antigos índios guerreiros como forma de manifestação ao meio sagrado.

2.2 Doutrina espirita no Brasil

Os vários elementos da doutrina espírita foram formulados pelo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, mais conhecido pelo pseudônimo Allan Kardec, e publicados em O Livro dos Espíritos em 1857. Essa obra tornou-se o marco fundador do espiritismo enquanto doutrina sistematizada e diferenciada do que se denominou de Espiritualismo Moderno, movimento que congregou diversas expressões místicas e religiosas durante a segunda metade do século XIX e das quais o espiritismo é uma vertente. Formulado como ciência,filosofia e religião o espiritismo se apresenta como uma doutrina universalista, passível de ser aceita por adeptos de todas as crenças e assentada sobre bases científicas, tendo como pressupostos básicos a existência de Deus, a imortalidade da alma, a comunicabilidade dos espíritos, a reencarnação e a evolução universal e infinita.

Allan Kardec afirmava ter codificado o espiritismo com bases científicas ao empregar os critérios das ciências positivas na análise dos fenômenos e comunicações espirituais. O próprio desenvolvimento científico seria aceito como responsável por futuras reelaborações doutrinárias. Com efeito, a doutrina espírita foi elaborada num momento histórico em que o pensamento científico e filosófico encontrava-se profundamente influenciado por ideais de racionalismo e evolucionismo, incorporando várias possibilidades frente a esses ideais. A explicação racional oferecida por essa doutrina contribuiu para sua aceitação, principalmente entre grupos intelectuais e outros elementos das classes médias que buscavam novas formas de articulação entre o pensamento científico e o religioso. Para esses grupos, a nova doutrina seria capaz de apresentar uma interpretação mais coerente

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