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Burnout e a gestão escolar

Por:   •  20/4/2018  •  1.603 Palavras (7 Páginas)  •  267 Visualizações

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No entanto, segundo Reinhold (2006, p.64), entre os professores, o Burnout é dimensionado pelo sentimento de frustração e exaustão ao trabalho desempenhado, sentimento este proveniente da falta de contribuição e apoio por parte de um sistema educacional, que se encontra falho em algumas áreas, mas que, porém, continua a fazer exigências ao professor, das quais a maioria necessita de recursos que fogem da sua alçada.

É correto afirmar, porém, que a gestão escolar pode desempenhar um papel importante nas questões relativas ao Burnout do corpo docente:

Racionalizar as tarefas administrativas, criar um espaço e tempo para que os professores compartilhem ideias e aprendam uns com os outros, encorajar a cooperação entre profissionais da educação, iniciar e valorizar as inovações, criar um sistema de tutela dos profissionais com mais experiência para com os novos colegas: todos estes são passos possíveis em uma equipe educacional bem gerida. (CARLOTTO, 2002, p.26).

A criação de um bom clima no espaço destinado aos professores também é crucial para os docentes permanecerem motivados e positivamente envolvidos. Isso porque o ensino é um trabalho solitário; apesar de estarmos com nossos alunos o tempo todo, não são os alunos, mas os colegas trabalhadores que formam a comunidade profissional. Deste modo, suas ideias são importantes e sua apreciação do trabalho mútuo é significativa (REINHOLD, 2004). Então, o que proporcionaria um ambiente saudável para relações profissionais desse quilate?

Ao entrar em uma escola onde exista uma boa interação entre os profissionais, é possível apreender tal relação no clima institucional (SILVA e CARLOTTO, 2003). Professores em um contexto desses apresentam uma relação de cordialidade com os outros, conversam sobre as classes e sobre outros assuntos profissionais. Apresentam a cooperação de várias formas: pela partilha de ideias e materiais de ensino, por compartilharem sucessos e problemas. Em um ambiente como esse, os professores prestam atenção uns aos outros:

À gestão caberão medidas de orientar o clima institucional para esse sentido, implementando iniciativas que visem não somente lidar com aspectos emocionais do docente, mas também com suas facetas profissionais. A educação escolar não é executada meramente com a aplicação de conhecimentos técnicos, mas também com o envolvimento emocional do profissional. Investir nesse sentido poderá ser o diferencial de uma gestão comprometida com o trabalho pedagógico desenvolvido. (CARLOTTO, 2003, p.15).

Aos gestores caberá aproveitar dos profissionais que integram sua equipe: os professores também poderão fazer a sua parte aproveitando uma das suas habilidades profissionais, ou seja, a capacidade de interagir com as pessoas. Se conseguimos o envolvimento dos nossos alunos na sua própria aprendizagem, ajudando-os a definir metas e permanecerem motivados, então poderá ser possível para os professores ajudarem uns aos outros e, ao fazerem isso, evitarem o Burnout (LIPP e NOVAES, 2003). Isso significa praticar o que pregamos, fazendo o que exigimos que nossos alunos façam, usando algumas das nossas competências de gestão de classe na gestão dos professores.

Entretanto, outro fator que deve ser levado em consideração é de que a própria equipe de gestão pode apresentar um quadro de Burnout. Isso se deve, principalmente, à constante demanda por esclarecimentos por parte da comunidade, ao surgimento de problemas de ordem individual dos estudantes e que influenciam nas decisões tomadas, bem como movimentos políticos e demais pressões sociais; todavia, um dos principais motivos apresentados é a má relação entre os profissionais e os administradores (LIPP, 2002; LIPP e NOVAES, 2003). As medidas para evitar-se o Burnout e o estresse são então em uma via de mão dupla: além de proporcionarem um espaço para a reflexão e valorização dos profissionais, acaba por proporcionar um espaço mais saudável também para os gestores. Podemos afirmar então que as medidas para a prevenção do Burnout e do estresse poderão recorrer em melhorias na qualidade de vida de toda a comunidade escolar

Para isso, é necessário que se opte por um ou outra técnica, por tal ou qual procedimento para que os educadores possam prosseguir em uma rotina escolar que não implique no desgaste dos profissionais (seja o corpo docente, seja o corpo técnico). Uma das técnicas que se colocam no horizonte de perspectiva para todo um campo teórico e conceitual é a utilização da Musicoterapia, que pode ser definida como:

A musicoterapia é um campo da ciência que estuda o ser humano, suas manifestações sonoras e os fenômenos que decorrerem da interação entre as pessoas e a música, o som e seus elementos: timbre, altura, intensidade e duração. (CUNHA, 2008, p.86)

Seu principal objetivo é:

(...) trazer à consciência das pessoas essa dimensão de ser sonoro-musical. É a partir das sonoridades expressadas pelos participantes que se busca encontrar alternativas para a construção de ações e posturas que possam contribuir para a promoção do bem-estar e de melhorias na vida das pessoas. (CUNHA, 2008, p.86-7).

Assim, nos próximos capítulos, nos debruçaremos sobre as principais possibilidades e benefícios da utilização da musicoterapia aplicada em uma unidade escolar, no âmbito da Gestão Educacional.

Referências Bibliográficas

BENEVIDES-PEREIRA, A. M. T. Burnout: o processo de adoecer pelo trabalho. In: BENEVIDES-PEREIRA, A. M. T. (org.). Burnout: quando o trabalho ameaça o bem-estar do trabalhador. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002. p. 21-91.

CARLOTTO, M. S. A síndrome de Burnout e o trabalho docente. Psicologia em Estudo, Maringá, v.7, n. 1, p. 21-29, jan./jun., 2002.

CARLOTTO, Sandra Mary. Burnout e o trabalho docente: considerações sobre a intervenção.

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