A ALFABETIZAÇÃO E INTERDISCIPLINARIDADE

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A função primordial da escola seria, para grande parte dos educadores, propiciarem aos alunos caminhos para que eles aprendam, de forma consciente e consistente, os mecanismos de apropriação de conhecimentos. Assim como a de possibilitar que os alunos atuem, criticamente em seu espaço social. Essa também é a nossa perspectiva de trabalho, pois, uma escola transformadora é a que está consciente de seu papel político na luta contras as desigualdades sociais e assumem a responsabilidade de um ensino eficiente para capacitar seus alunos na conquista da participação cultural e na reivindicação social (SOARES, 1995, p.73)

Sabendo que a alfabetização se da de forma continua, uma atenção especial deve-se dar aos anos iniciais, onde o professor alfabetizador deve buscar praticas e métodos que auxiliem o aluno na construção do conhecimento. Durante seu trabalho o professor deve fazer intervenções adequadas, consistentes e condizentes com o conhecimento teórico que se quer produzir, propiciando o entendimento, a compreensão e a aprendizagem efetiva.

É importante que a apropriação dos saberes se de por meio de práticas pedagógicas que priorizem atividades significativas, permitindo que as crianças tragam seus conhecimentos e experiências. Por meio de atividades, que favoreça a construção e ampliação do conhecimento. Nessa visão o professor atua como mediador ajudando o aluno se desenvolver de forma plena.

Nas diversas situações do cotidiano é importante que as crianças manifestarem suas opiniões, ouvirem o outro, descreverem situações, recordarem fatos; darem recados, relacionar acontecimentos históricos, passeios, brincadeiras; ouvir e cantar fábulas, trava-língua, adivinhações, parlendas, contos; produzir e comparar escritas.(SANTA CATARINA 1998. p.23).

Segundo Piaget o que nos motiva para a aprendizagem é os problemas cotidianos, fatores desafiantes, os conflitos intelectuais. Levando isso para sala de aula percebemos que os alunos adquirem conhecimento na medida em que são motivados e se posicionam de modo ativo diante dos conteúdos. A escola tem a função de abrir as portas para que os alunos tenham contato com o mundo de forma participativa e construtiva.

Segundo Soares:

Alfabetização é dar acesso ao mundo da leitura. Alfabetizar é dar condições para que o indivíduo -criança ou adulto - tenha acesso ao mundo da escrita, tornando-se capaz não só de ler e escrever, enquanto habilidades de decodificação e codificação do sistema da escrita, mas, e, sobretudo, de fazer uso real e adequado da escrita com todas as funções que ela tem em nossa sociedade e também como instrumento na luta pela conquista da cidadania plena.(1998, p.33)

É evidente a importância da função social da escola, como alicerce da cidadania e cultura. A escola, enquanto instituição ética e socializadora é reconhecida como um dos principais meios para a formação crítica e cidadã. E para que isso aconteça às instituições educativas precisam assegurar a realização de atividades que tenham relação com a inclusão social e a preparação para a vida, buscando a qualidade da educação.

Oliveira (2008, p. 55) afirma que a prática pedagógica é:

- É uma atividade profissional situada, orientada por fins e pelas normas de um grupo profissional;

- engloba ao mesmo tempo as atividades com os alunos, mas também o trabalho coletivo e individual fora da classe;

- é multidimensional;

- não se limita às ações perceptíveis, mas comporta também as escolhas, as tomadas de decisões e os significados dados pelo professor a suas próprias ações;

- é a atividade profissional do professor antes, durante e depois da sua ação em classe.

A interdisciplinaridade é um tema de muita reflexão, pois, esta sempre se atualizando, se renovando de acordo com a realidade que se apresenta, ainda mais em tempos de globalização, onde as fronteiras são inexistentes, se considerarmos o uso da internet.

Trindade (2008, p. 73) ao escrever sobre interdisciplinaridade afirma que:

Mais importante do que defini-la, porque o próprio ato de definir estabelece barreiras, é refletir sobre as atitudes que se constituem como interdisciplinares: atitude de humildade diante dos limites do saber próprio saber, sem deixar que ela se torne um limite; a atitude de espera diante do já estabelecido para que a dúvida apareça e o novo germine; a atitude de deslumbramento ante a possibilidade de superar outros desafios; a atitude de respeito ao olhar o velho como novo, ao olhar o outro e reconhecê-lo, reconhecendo-se; a atitude de cooperação que conduz às parcerias, às trocas, aos encontros, mais das pessoas que das disciplinas, que propiciam as transformações, razão de ser da interdisciplinaridade. Mais que um fazer, é paixão por aprender, compartilhar e ir além.

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases 9394/96. Ao frequentar os anos iniciais do ensino fundamental, é necessário que o educando alcance alguns objetivos essenciais como: seu entendimento como ser integrante na sociedade em que vive, posicionar-se de maneira crítica, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e tomar decisões, perceber-se integrante e agente transformador do ambiente, conhecer e cuidar do próprio corpo, valorizando e adotando hábitos saudáveis, utilizar diferentes linguagens, questionar a realidade e resolver os possíveis problemas do cotidiano.

É função da escola proporcionar um conjunto de prática com o propósito de contribuir para que os alunos se apropriem de conteúdos sociais e culturais de maneira crítica e construtiva. Para isso é fundamental que a escola tenha uma atitude interdisciplinar, pois, como afirma Fazenda (2001, p. 49) “Por atitude interdisciplinar entendo algo que não pode ser apenas explicado, porém vivido, que não pode ser apenas analisado, porém sentido, que não pode ser apenas refletido, porém intuído.

A relação entre as disciplinas tradicionais pode ir da simples comunicação de idéias até a integração mútua de conceitos, da epistemologia, da terminologia, da metodologia e dos procedimentos de coleta e análise de dados. Ou pode efetuar-se, pela constatação de como são diversas as formas de conhecer. Assim a interdisciplinaridade é importante para que os alunos aprendam a olhar o mesmo objeto sob perspectivas diferentes. (Mello, 1998)

Assim, a interdisciplinaridade