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Cemitério da Consolação

Por:   •  17/4/2018  •  2.705 Palavras (11 Páginas)  •  302 Visualizações

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5. JUSTIFICATIVA

Definiu-se o tema “lazer e turismo no cemitério da consolação” a partir da percepção de seu grande potencial para fins turísticos e de lazer no cemitério. Buscar entender os interesses, objetivos e expectativas dos visitantes é de suma importância para conseguirmos relacioná-los a contextos históricos e de como essa atratividade turística deve ser estimulada. Esse projeto pretende contribuir com informações atualizadas sobre o tema, podendo colaborar em futuras pesquisas acadêmicas, ou oferecer material de estudo para interessados na área, além de que o desenvolver da pesquisa poderá servir também para conscientização da sociedade ou até mesmo como um alerta para órgãos públicos sobre a visitação e preservação do turismo cemiterial, fazendo com que haja divulgação e importância deste segmento.

6. CEMITÉRIOS COMO FORMA DE TURISMO

A palavra cemitério nos traz uma associação de tristeza, angústia e perda. Se dissociarmos essa ideia da negatividade dos cemitérios, torna-se possível uma associação considerada bastante positiva, como um local para admirar obras de arte, conhecer a história da região, descobrir curiosidades e contemplar a beleza de jardins e diferentes jazigos por puro prazer e lazer.

De acordo com Figueiredo (2014), os campos santos criados no período do século XVIII, foram concebidos precisamente para serem visitados e admirados pelas obras de arte neles contidas. Ao garantir um local inviolável para os corpos e sendo um sítio de romantização e sentimentalização da morte do morto, as necrópoles tornaram-se áreas fundamentais para as visitas, recordações e reflexões. Complementa-se o discurso afirmando que os planejadores dos cemitérios no século XVIII desejavam que estes objetos fossem parques feitos para a visitação familiar e museus de homens ilustres. Hoje em dia, observa-se que o turismo cemiterial, não é realizado em todos os tipos de campos dos mortos. Observa-se que o mesmo só acontece, essencialmente, nos cemitérios históricos, devido ao fato que eles reúnem os itens enfatizados e valorizados pela atividade turística.

Um segmento que para os brasileiros parece novo, para outros países esse atrativo de teor cultural, histórico e artístico já é consolidado há muito tempo. Meyer e Peters (2001) revelam que desde 1802, o Cemitério St. Louis nº 1 esteve referenciado em publicações de jornais, diários de viajantes e em revistas de viagens como uma fonte de inspiração para o turista e uma curiosidade que devia ser visitada em New Orleans

Atualmente no Brasil, a conservação dos cemitérios é precária, sendo que em outros países isso é levado muito mais a sério. O artigo 216 da constituição federal brasileira[1] mostra que:

Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: I - as formas de expressão; I - as formas de expressão; II - os modos de criar, fazer e viver; II - os modos de criar, fazer e viver; III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

E o processo 16264/1970 do Condephaat[2]:

Artigo 1º - Ficam tombados como bens culturais de interesse artístico, urbanístico, paisagístico, histórico e turístico os cemitérios da CONSOLAÇÃO, da ORDEM TERCEIRA DO CARMO e dos PROTESTANTES, que ocupam inteiramente a quadra definida pelas ruas da Consolação, José Euzébio, Mato Grosso e Sergipe, incluindo as calçadas e o conjunto arbóreo em torno dessa quadra.

Portanto, este artigo e este processo demonstram que a iniciativa por parte do poder público brasileiro para a conservação destes locais já ocorre, todavia é considerável enfatizar que há inúmeras defasagens na manutenção dos locais, comprovando-se que apenas o tombamento do espaço não assegura a conservação do mesmo.

7. O CEMITÉRIO DA CONSOLAÇÃO

Fundado em 1858, foi o primeiro cemitério público da cidade de São Paulo. Criado a partir de um decreto municipal, refletindo o vínculo com a história da cidade, pois estava sendo difundida as práticas higienistas, onde as pessoas não poderiam mais ser sepultadas dentro das igrejas devido a proliferação de diversos tipos de doenças (OSMAN e RIBEIRO, 2007). Sendo que as várias etapas de desenvolvimento da cidade na qual se insere e do Brasil, estão presentes na localização, ornamentação e nos materiais empregados na construção dos túmulos.

Localizado próximo ao centro do município, o acesso principal ao cemitério se da pela rua da Consolação, 1.660, delimitado pelas ruas Mato Grosso, Sergipe e Coronel José Eusébio. A entrada ocorre todos os dia das 07h às 18h, gratuitamente, possui visitação guiada aberta ao público de terça e sexta, as 9h30min e 14h.

“Os cemitérios, como patrimônio cultural, carregam valores que estão diretamente ligados aos bens materiais e aos bens imateriais.” (CARRASCO e NAPPI, 2009, p. 49). Com o Cemitério da Consolação não é diferente. Dentre os materiais, podemos citar o valor ambiental ou urbano, que significa os espaços dos cemitérios inseridos nos núcleos históricos das cidades, que são espaços abertos onde há preservação de áreas verdes; o artístico, que está diretamente ligado as obras de artes e arquitetura do local, pela sua riqueza de elaboração e nomes de artistas renomados, por exemplo; e o histórico, mostrando que as personalidades ali enterradas contribuíram de alguma forma para a história da humanidade.

Já os imateriais são aqueles ligados, principalmente, à crença popular, onde “cemitério” lembra tristeza, perda, medo, pavor e morbidez, incitando as pessoas a uma imagem negativa desses locais, levando ao afastamento e abandono do mesmo.

Muitos grupos sociais povoam o Cemitério da Consolação. Segundo Osman e Ribeiro (2007), os túmulos pertencentes aos barões de café e aos imigrantes enriquecidos são os que mais representam a riqueza e a prosperidade, tornando-os luxuosos como suas habitações em vida, como uma forma de homenagear a si próprio e consagrar a posição alcançada em sua existência. Sendo assim, o cemitério se tornou

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