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Resenha: Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica

Por:   •  18/10/2018  •  1.175 Palavras (5 Páginas)  •  524 Visualizações

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empresas propiciam a seus empregados uma séria de serviços assistenciais como: vilas operárias, assistência médica etc. Isto significa o controle social aliado ao incremento da produtividade e o aumento da taxa de exploração.

Tendo por núcleo central, a acumulação e a economia cafeeira, o desenvolvimento capitalista trás o aprofundamento da industrialização, a urbanização acelerada com a diferenciação social e diversificação ocupacional resultantes da emergência do proletariado e da consolidação dos estratos urbanos médicos. Sendo assim, a política de valorização do café faz-se indispensável para a acumulação capital. A burguesia ligada ao complexo cafeeiro se vê acuada no primeiro quinquênio da década de 1920, tanto pelas outras parcelas das classes dominantes que procuram redefinir as diretrizes e benesses da política econômica para seu próprio proveito, quanto pelas classes dominadas que através de sua luta abre mais uma área de contradição entre o setor industrial e a fração hegemônica após implementação de medidas sociais. Assim, o fim da década de 1920 ficou marcado pela decadência econômica cafeeira e pelo amadurecimento das contradições econômicas.

Finalmente, apresentam como a crise de 1929 agira como um acelerador das contradições, estimulando o fim da supremacia burguesa cafeeira. Abre-se então, uma crise de hegemonia estabelecendo o chamado “Estado de Compromisso” que deu fim à Republica Velha. Este Estado está ligado aos interesses mais globais que resultam do fortalecimento de um novo polo hegemônico e de uma redefinição da inserção na economia mundial e assume uma organização corporativista, que reprime a organização política e sindical. As novas medidas de legislação social são associadas a redefinição das relações do Estado com as classes sociais e tendem integrar os interesses da classe operaria através de canais dependentes e controlados, para assim expandir a acumulação e a exploração da força de trabalho. Isola-se a classe proletária e afirma-se o mito do Estado acima das classes e representativo dos interesses gerais da sociedade, da harmonia social, benfeitor, protetor do trabalho, a criação do Ministério do Trabalho, na década de 30 pode ser usada para exemplificar uma ação que veio a contribuir para tal imagem do Estado.

CRÍTICA

Do ponto de vista acadêmico, a obra é uma grande fonte de conhecimento e respondem à necessidade de uma analise profunda e rigorosa do Serviço Social como profissão no Brasil durante o período de 1930 a 1960. Com sólidos conhecimentos acerca do desenrolar histórico, os autores empenham-se em apresentar clara e detalhadamente o surgimento da questão social junto aos movimentos de correlação de forças entre as classes e também o surgimento do Serviço Social e sua legitimação inserida em um conjunto amplo de condições e relações sociais que lhe atribuem um significado e nas quais se torna possível e necessária.

A obra tem por objetivo fornecer subsídios para estudantes universitários, pesquisadores e profissionais da área pois é base para maior aprendizado e formação. Constitui na literatura do Serviço Social uma valiosa contribuição, trazendo a analise da profissão em uma perspectiva sociológica ampla com rigor cientifico. A obra também oferece uma bibliografia bastante extensa, possibilitando o conhecimento do leitor a uma documentação de alto valor histórico.

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