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O Relatório de Estagio

Por:   •  3/10/2018  •  2.026 Palavras (9 Páginas)  •  359 Visualizações

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A pesquisa para aferição do grau de escolaridade tomou 66 mulheres como representantes do universo de 207 famílias cadastradas, o que representou 31,8% do total de famílias. Esses dados nos possibilitaram constatar que a maioria das usuárias pesquisadas estão dentro do perfil de mulheres que são prisioneiras do chamado ciclo de violência doméstica, ou seja, constatamos, neste grupo, a incidência de baixa escolaridade combinada com falta de inserção no mercado de trabalho, vejamos o que nos informa (GOMES et al. 2012, p. 113):

A dependência financeira é um dos motivos relatados pelas mulheres para não deixar seu companheiro, especialmente quando existem filhos, pois sem remuneração, a mulher fica impossibilitada de se autossustentar e de sustentar seus filhos. O grau de dependência econômica tem relação direta com o nível de escolaridade por constituir-se pré-requisito para entrada no mercado de trabalho.

Realizamos contato com o Centro de Referencia de Atendimento a Mulher (CRAM) de Corumbá-MS, coordenado pela psicóloga Rosiene Mauro, onde pudemos observar a dinâmica de atendimento à mulher em situação de violência doméstica, a unidade funciona desde março de 2012 e já exerce papel importante dentro da rede de proteção social contabilizando, até janeiro de 2013, cerca de mil atendimentos à mulheres em situação de violência, um dado importante, coletado durante a visita ao CRAM, foi que a maior incidência de procura pelos serviços daquela unidade, corresponde à parte alta da cidade de Corumbá. O público alvo, da intervenção aqui relatada, está geograficamente localizado na parte baixa da cidade o que nos suscitou duas hipóteses: a) não há violência contra a mulher, que possa ser significativa, na parte baixa da cidade e; b) há significativa violência contra mulheres na parte baixa da cidade mas, esta se torna invisível porque as vitimas não denunciam seus agressores. A pesquisa realizada nos arquivos do CRAS III nos forneceu indícios de que a hipótese b) é viável, o que veio fundamentar e justificar a intervenção.

Estivemos no Núcleo de Defensoria Pública de Atendimento á mulher. Implantado em setembro de 2011, o núcleo conta com 01 assistente social e 01 psicólogo na composição de sua equipe. Em conversa com a assistente social Elizabeth pudemos constatar uma demanda de aproximadamente 40 atendimentos por mês, o que até setembro de 2011 já havia gerado mais de 500 atendimentos. A equipe ainda é muito reduzida, seria interessante pelo menos mais um profissional de Serviço Social em sua composição. Aliás, a efetiva aplicação da lei passa por um processo de educação e conscientização da população coisa que, dado ao número de acompanhamentos, a profissional daquele núcleo pouco pode fazer pois, além das entrevistas individuais, também são realizadas visitas, estudos técnicos, encaminhamentos para a rede pública e pareceres para subsidiar as medidas judiciais propostas pelos defensores públicos em favor dos usuários.

Outro contato realizado foi com o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS). O CREAS passou a encaminhar todas as ocorrências de violência contra a mulher para o CRAM a partir da entrada deste na rede de proteção social de violência contra a mulher. Naquela oportunidade conversamos brevemente com o Assistente Social Iber Mosciero Gomes que nos colocou a par dos processos de trabalho do CREAS e a sua efetiva participação na rede de proteção social de violência contra a mulher, o referido assistente social nos informou que o CREAS passou a atender somente a demanda relativa a violência contra a criança e o adolescente encaminhando os demais casos para o CRAM.

As visitas ao CRAM, CREAS e ao Núcleo da Defensoria Pública de Atendimento à mulher foram deveras importante, pois nos possibilitou traçar um panorama a cerca do atendimento da demanda dos casos de violência contra a mulher na cidade Corumbá, durante a coleta de dados pudemos observar que a rede de proteção de violência contra a mulher carece de maior integração entre os seus componentes. Para Carvalho (2011, p.05):

Comunicação e articulação são indispensáveis ao trabalho social em rede, costura a oferta de oportunidades e de relações no território; conjuga e integra a população-alvo a uma cadeia de programas e serviços ligados entre si. Exige forte investimento no planejamento de ações conjuntas, além de requerer um esforço por parte de cada um dos parceiros em compartilhar princípios e objetivos comuns, agregando valor às diversas ações desenvolvidas num programa movido em rede.

Ainda, segundo Carvalho (2011, p.06), “[...] não basta sermos bons pedagogos, assistenciais sociais... Precisamos ganhar competências comunicativas, relacionais, articuladoras e saber somar competências e habilidades [...].”

Concluímos que um maior estreitamento entre os profissionais das instituições integrantes da referida rede de proteção social seria de grande valia, isso passaria, necessariamente, por um maior e melhor aproveitamento das Tecnologias da Informação (Tis).

A participação do público alvo ocorreu dentro do que era esperado, sendo a palestra o momento de maior interação entre executantes da intervenção e público alvo. Percebemos que o tema desperta grande interesse, mas ainda há certa resistência quando se trata de expor experiências próprias ou de familiares próximos. No âmbito geral a intervenção beneficiou o publico alvo no sentido de alterar o velho modelo onde se afirma que: “em briga de marido e mulher não se mete a colher”. Procuramos, durante a palestra, atacar essa visão desqualificada e já enraizada no senso comum. Ao levantarmos discussão a cerca do dito “Em briga de marido e mulher não se mete a colher” podemos constatar que o público dividiu-se quanto a confirmação ou não de tal afirmativa, o que demonstra que boa parte da população ainda corrobora para que o chamado ciclo da violência se perpetue.

Entrelaçamos as dinâmicas de grupo com a palestra o que possibilitou a discussão imediata dos questionamentos propostos. O único óbice, com relação às dinâmicas de grupo, nestas circunstâncias, é que o tempo deve ser rigorosamente estabelecido para que conteúdo e tempo disponível sejam equacionados.

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cONSIDERAÇÕES FINAIS

Planejamos e executamos a ação no sentido de Capacitar as usuárias do Centro de Referência da Assistência Social III (CRAS III) de Corumbá – MS com relação às medidas

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