Essays.club - TCC, Modelos de monografias, Trabalhos de universidades, Ensaios, Bibliografias
Pesquisar

MODO DE REGULAÇÃO LIBERALISMO WELFARE STATE

Por:   •  29/3/2018  •  2.130 Palavras (9 Páginas)  •  370 Visualizações

Página 1 de 9

...

Os modos de regulação (MR) constituem-se em um conjunto de cinco formas institucionais: 1. A relação de trabalho (a forma da divisão técnica do trabalho, o tipo de vinculo dos trabalhadores às empresas, os determinantes de renda dos trabalhadores); 2. A relação concorrencial intercapitalista (qual é a lógica que preside a concorrência entre os capitais, que tipo de concorrência predomina). 3. O regime monetário e financeiro (que tipo de moeda predomina, como se estruturam os pagamentos internacionais, qual é o papel das finanças); 4. A forma de organização do Estado (quais são os objetivos que presidem sua organização e forma de intervenção) e 5. O regime internacional (que tipo de postura predomina nas relações econômicas entre as diversas economias nacionais).

A teoria da regulação, em síntese, se preocupa com a s instituições, normas, os modos de cálculos e procedimentos que asseguram a reprodução do capital como relação social, sendo que segundo os mesmos estudiosos, as crises existem porque o processo de reprodução capitalista, mesmo regulados, por seu caráter contraditório, sofre de rupturas e descontinuidades, muitas vezes ligadas à luta de classes existentes nas estruturas sociais como, por exemplo: a atual crise do capitalismo Neoliberal norte americano (2008), provocada pela bolha no sistema imobiliário, não sustentada pelo “mercado”, exigindo a intervenção do Estado, para garantir o equilíbrio da economia, trazendo efeitos em todo o capitalismo mundial.

LIBERALISMO

O liberalismo é uma doutrina político-econômica e um sistema doutrinário, que tem como característica por suas atitudes de abertura e tolerância em vários níveis. Segundo essa doutrina, de modo geral, o interesse coletivo deve respeitar a liberdade cívica, econômica e de consciência individual dos cidadãos.

O liberalismo nasceu do momento histórico de que o Iluminismo encontrava- em luta aberta contra os Estados Nacionais Absolutistas e pregava que, a razão humana é um direito inalienável à ação do próprio homem, livre e sem limites, sendo a liberdade o melhor caminho para a satisfação de seus desejos e necessidades. Em sua origem, esta corrente de pensamento também defendia dos povos, colaborando com os movimentos de libertação nacionais tanto na Europa e também na América Latina.

A base do pensamento liberal repousa na defesa da livre concorrência das forças sociais e posicionava-se de forma contrária à dominação das autoridades estatais e religiosas sobre a conduta do indivíduo, no campo ideológico e também no campo material, defendendo como ato de fé, os direitos humanos. No campo político, a doutrina do liberalismo desenvolveu-se nas Revoluções Francesa e Americana.

A burguesia da Europa adotou esta Doutrina, no século XIX até a primeira Guerra Mundial (1914-1917).

O princípio da plena liberdade na vida econômica se desenvolveu primeiramente em condições de plenas desigualdades sociais (com não libertação do regime de campesinato na Europa, as guerras napoleônicas e o rápido crescimento demográfico), tendo posteriormente forte reação das doutrinas socialistas e comunistas em sua oposição, bem mais fortes do que as correntes tradicionais e conservadoras. (O fracasso do liberalismo Europeu provocou o surgimento de países que mergulharam em crises gravíssimas e longas, contribuindo para o nascimento dos sistemas totalitários a exemplo do fascismo, nacional-socialismo e outros). A nível econômico adotava a teoria do livre câmbio entre as moedas, comércio livre, tendo uma relação intima com os objetivos estruturais do capitalismo (garantindo a acumulação espoliadora do capital) e permitindo a expansão econômica imperialista da Inglaterra no Século XIX.

No campo político o liberalismo implicava a restrição do poder estatal, (O Estado Mínimo), não permitindo que o ente estatal regulasse em alguns direitos fundamentais, como o direito à vida, à felicidade e à liberdade. No campo social, o liberalismo se limitava a propor que o Estado deveria proporcionar aos cidadãos oportunidades a nível econômico, de saúde, de educação etc.

O texto do livro “Política Social – Fundamentos e História inicia sua análise, afirmando que o liberalismo como doutrina se sustenta nas seguintes bases: 1. No princípio do trabalho como mercadoria e na regulação pelo mercado livre”. 2. O interesse individual sobrepondo sobre o interesse coletivo; 3. O funcionamento livre e ilimitado do mercado asseguraria o bem-estar social; 4. “A mão invisível do mercado” regula as relações sociais e econômicas e produz o bem comum, e 5. O papel do Estado seria limitado a produzir modos de regulação, (leis, normas e regras), que permitam maximizar a atuação do mercado, garantindo sua liberdade.

Apoiadas nas suas experiências na área do Serviço Social e na análise das políticas sociais, as autoras enumeram e criticam os elementos essenciais da doutrina do liberalismo, no tocante á mínima intervenção do Estado nessa área:

- Predomínio do individualismo: os liberais consideram o indivíduo não à coletividade como sujeito de direito. Defendiam a propriedade individual, uma sociedade de classe e os direitos individuais.

- O bem estar individual maximiza o bem estar coletivo. Defendiam que o bem estar individual deve ser buscado para si e sua família por meio da venda da força de trabalho no mercado. Assim não cabe ao Estado garantir bens ou serviços públicos para todos. A liberdade em detrimento da igualdade.

- Predomínio da liberdade e da competitividade.

- Naturalização da Miséria. Para os liberais a miséria é insolúvel e decorrente da imperfeição inerente a moral humana e não como resultado do acesso desigual à riqueza socialmente produzida.

- Predomínio da lei da necessidade. A produção deve se limitar a escassez para garantir o crescimento populacional e como mecanismo de controle da miséria.

- Manutenção do Estado Mínimo. O Estado deve ser “neutro”, um legislador e arbitro, desenvolvendo ações complementares do mercado, regulando as relações sociais, garantindo as liberdades individuais, a propriedade privada e o livre mercado.

- As políticas sociais estimulam o ócio (não trabalho) e o desperdício. Para os liberais, o Estado não deve garantir políticas sociais, pois estaria estimulando à miséria, gerando acomodação, e colocaria em risco a sociedade de mercado.

- A política social deve ser paliativa. “O estado deve assegura assistência mínima para alguns segmentos sociais (crianças, deficientes

...

Baixar como  txt (14.4 Kb)   pdf (58.5 Kb)   docx (16.9 Kb)  
Continuar por mais 8 páginas »
Disponível apenas no Essays.club