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A PRÁTICA DO ASSISTENTE SOCIAL EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE SÃO LUÍS-MA: A prática do profissional e as dificuldades encontradas pelo mesmo

Por:   •  15/5/2018  •  3.007 Palavras (13 Páginas)  •  487 Visualizações

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O exercício do Serviço Social na saúde, é fundado na percepção da questão social e nos aspectos por ela gerados para que assim, o profissional possa estabelecer as táticas de intervenção e a propiciação dos direitos e do bem estar sociais. Desse modo, o papel assumido pelos assistentes socais, é obtido por meio das circunstâncias existentes na área da saúde.

O sistema de saúde vem sendo penalizado devido à falta de investimentos, causada pelo descompromisso das autoridades e isso acaba afetando a população. Dessa forma, as ações criadas pelos assistentes sociais estão conectadas a esse contexto. Estes profissionais, mesmo cercados de adversidades tem a oportunidade de articular intervenções que visam satisfazer as necessidades da população ao mesmo tempo que nota quais são os impedimentos.

As relações produtivas transformaram-se, as desigualdades da sociedade aumentaram, assim, foram surgindo outras necessidades que requerem do profissional outras habilidades. Nessas condições tornou-se essencial que os profissionais da área, tivessem uma visão e ação profissionais mais críticas. Para que desse modo, possa realizar suas intervenções.

Os profissionais do Serviço Social, são, através de sua formação, capacitados para lidar com necessidades. A prática profissional no ambiente da política de saúde, não se limita a simples atitudes feitas nas instituições, pois o assistente social possui um papel de importância na condução e realização de políticas que atendam as demandas sociais.

O assistente social a partir do momento em que está inserido numa equipe no âmbito da saúde, passa a observar as condições de saúde do usuário, de um modo diferente de outros profissionais como médicos e enfermeiros. Devido a sua formação, ao atuar em equipe, é reivindicado do assistente social uma análise baseada em seus conceitos éticos-políticos explicitados em documentos como o Código de Ética Profissional e Lei da Regulamentação da Profissão. O profissional do Serviço Social, deve debater o significado da humanização para assim, poder analisar as determinantes sociais do processo saúde-doença.

- O HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PRESIDENTE DUTRA E A ÁREA DA ASSISTÊNCIA

A inserção da saúde, no Brasil, dentro da área da seguridade social representa um bom avanço no reconhecimento dos direitos sociais. Com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) a saúde passou a ser colocada como um direito da cidadania.

O Hospital Universitário possui duas unidades, uma delas é a Unidade Materno Infantil e a outra é a Unidade Presidente Dutra. Além disso, conta com dez Unidades Externas Ambulatoriais. A Unidade Presidente Dutra faz parte da rede SUS e opera como formador de recursos humanos e unidade assistencial. Com isso ele torna-se um Centro de Referência Estadual no fornecimento de serviços de muita complexidade.

O hospital sofre, em virtude da falta de crescimento e qualificação da rede primária, com o estímulo ao aumento do setor privado na oferta dos serviços da saúde e a consequente erosão dos direitos sociais.

Assim como outras unidades de saúde, o hospital segue um hierarquia com o objetivo de facilitar o funcionamento interno. Sendo assim, possui uma diretoria geral e quatro diretorias anexas, inclusive uma delas é a de Serviços Assistenciais, incluindo a Divisão de Serviço Social que fica responsável por coordenar o trabalho dos assistentes sociais nas unidades hospitalares.

De acordo com o Hospital Universitário Presidente Dutra (HUPD), o objetivo geral do Serviço Social é “Contribuir para a excelência institucional do HUUFMA, na qualidade de hospital público vinculado ao SUS e direcionado à assistência, ensino, pesquisa e extensão, desenvolvendo ações pedagógicas e assistenciais, de forma crítica, em face das situações sociais apresentadas pelos usuários”.

O Hospital Universitário também conta com uma equipe multiprofissional, formada por nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, educadores físicos, fonoaudiólogos e enfermeiros, juntos realizam estudos de caso. Cada profissional em sua área apresenta como está contribuindo, no que está intervindo para a melhora do paciente. Nessa parte multiprofissional, o assistente social é bastante valorizando.

- Dificuldades encontradas pelo Assistente Social em um hospital público de São Luís-MA

Em 2009, o hospital contava com um total de 12 assistentes sociais, hoje são em torno de 25 assistentes sociais, que dividem-se por turnos, matutino e vespertino. Dentro desses espaços, os assistentes sociais desenvolvem, sobretudo, ações socioassistenciais, tudo isso com o objetivo de possuir uma maior interação com as pessoas que utilizam o serviço. Além disso, com o assistente social inserido em diversos espaços hospitalares tem-se o objetivo de contribuir para uma formação crítica dos usuários dos serviços. A partir dessa formação, do conhecimento é possível um maior engajamento na luta pela ampliação das políticas públicas.

Com base em seu projeto ético-político, o qual está relacionado com os princípios do SUS, o assistente social acaba enfrentando muitos desafios devido a realidade em que está inserido para a realização do trabalho que visa a defesa dos direitos sociais e na sua realização juntamente à população. Além da igualdade e justiça social.

Na área da saúde pode-se observar o encontro entre dois projetos que são contrários, um é o projeto de reforma sanitária e também o projeto saúde articulado ao mercado. Como são gestados em realidades diferentes, os projetos vivem em tensão e com diferentes exigências para o profissional da assistência. O projeto de reforma sanitária de acordo com DIAS E LEMOS (2011, p.5) é um projeto amplo que tem como premissa a universalização dos direitos, a gratuidade de acesso aos serviços, integralidade e equidade das ações de saúde na perspectiva de um sistema único de saúde, mas que desde a segunda metade da década de 90, encontra resistência por parte do projeto saúde articulado ao mercado, pautado na política de ajuste e no projeto societário de democracia restrita. Com isso, encontra-se uma realidade restrita “aos que não podem pagar, ficando para o setor privado o atendimento dos que têm acesso ao mercado.”

Observa-se assim que existe um maior estimulo para a saúde privada. Esse fato acaba prejudicando a saúde pública, juntamente com precarização do Sistema Único de Saúde. Além disso, o pacote de saúde oferecido aos mais pobres é mínimo, o que

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