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Seminário de Paidéia

Por:   •  4/4/2018  •  4.925 Palavras (20 Páginas)  •  320 Visualizações

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“Não podemos traçar o processo de formação dos Gregos daquele tempo senão a partir do ideal de Homem que forjaram. ” (p.19)

2.2 Cultura

“(...), A história daquilo a que podemos com plena consciência chamar cultura só começa com os Gregos. ” (p.5)

“Entendemos assim por cultura a totalidade das manifestações e formas de vida que caracterizam um povo” (p.7-8)

“Mas o que hoje denominamos cultura não passa de um produto deteriorado, derradeira metamorfose do conceito grego originário. A Paidéia não é, para os Gregos, um "aspecto exterior da vida", (...) incompreensível, fluido e anárquico. ” (p.8)

“ A importância universal dos gregos como educadores deriva da sua nova concepção de lugar do indivíduo na sociedade” (p. 9)

“(...), eles já consideravam as coisas do mundo numa perspectiva tal que nenhuma delas lhes aparecia como parte isolada do resto, mas sempre como um todo or­denado em conexão viva, na e pela qual tudo ganhava posição e sentido. Chamamos orgânica a esta concepção, porque nela todas as partes são consideradas membros de um todo. ” (p.11)

“As formas literárias dos Gregos surgem organicamente, (...) na oratória, a sua aptidão para dar forma a um plano complexo e lucidamente articulado deriva simplesmente do sentido espontâneo e amadurecido das leis que governam o sentimento, o pensamento e a linguagem, o qual conduz finalmente à criação abstrata e técnica da lógica, da gramática, da retórica. (...), a filosofia. Nela se manifesta da maneira mais evidente a força que se encontra na raiz do pensamento e da arte grega, a percepção clara da ordem permanente que está no fundo de todos os acontecimentos e mudanças da natureza e da vida humanas. ” (p.11-12)

“ Colocar estes conhecimentos como força formativa a serviço da educação e formar por meio deles verdadeiros homens, como o oleiro modela a sua argila e o escultor as suas pedras, é uma ideia ousada e criadora que só podia amadurecer no espírito daquele povo artista e pensador. ” (p.13)

2.3 Humanismo

“A Grécia representa, em face dos grandes povos do Oriente, um progresso fundamental, um novo estádio em tudo o que se refere à vida dos homens na comunidade. Dissemos que a importância universal dos Gregos como educadores deriva da sua nova concepção do lugar do indivíduo na sociedade. E, com efeito, se contemplarmos o povo grego sobre o fundo histórico do antigo Oriente, a diferença é tão profunda que os Gregos parecem fundir-se numa unidade com o mundo europeu dos tempos modernos. E isto chega ao ponto de podermos sem dificuldade interpretá-los na linha da liberdade do individualismo moderno. ” (p.9)

“O princípio espiritual dos Gregos não é o individualismo, mas o "humanismo"(...) Significou a educação do Homem de acordo com a verdadeira forma humana, com o seu autêntico ser. (...) Não brota do individual, mas da ideia. Acima do Homem como ser gregário ou como suposto eu autônomo ergue-se o Homem como ideia. ” (p.14-15)

“Como vimos, a essência da educação consiste na modelagem dos indivíduos pela norma da comunidade. ” (p.15)

“A superior força do espírito grego depende do seu profundo enraizamento na vida comunitária, e os ideais que se manifestam nas suas obras surgiram do espirito criador de homens profundamente informados pela vida superindividual da comunidade. ” (P.18)

3NOBREZA E ARETÊ

3.1 A Formação

A educação é uma função tão natural e universal da comunidade humana, que, pela sua própria evidência, leva muito tempo a atingir a plena consciência daqueles que a recebem e praticam, sendo, por isso, relativamente tardio o seu primeiro vestígio na tradição literária. O seu conteúdo, aproximadamente o mesmo em todos os povos, é simultaneamente moral e prático. Também entre os Gregos assim foi. (p.23)

“(...) apresenta-se ainda como comunicação de conhecimentos e aptidões profissionais a cujo conjunto, na medida em que é transmissível, os Gregos deram o nome de techne. (p.23)

Da educação, neste sentido se distingue a formação do Homem por meio da criação dum tipo ideal intimamente coerente e claramente definido. Esta formação não é possível sem oferecer ao espírito uma imagem do homem tal como ele deve ser. (...) O que é fundamental nela é a beleza. (p. 24).

“(...) Platão a comparou ao adestramento de cães de raça. A princípio, esse adestramento limitava-se a uma reduzida classe social, a nobreza. “ (p.24)

A formação não é outra coisa senão a forma aristocrática, cada vez mais espiritualizada, de uma nação. ” (p.25)

3.2 Cultura e Educação

“ É fato fundamental da história da formação que toda a cultura superior surge da diferenciação das classes sociais, que por sua vez se origina da diferença natural de valor espiritual e corporal dos indivíduos. Mesmo onde a diferença de formação conduz à constituição de castas rígidas, o princípio da herança que nelas domina é corrigido e compensado pela ascensão de novas forças procedentes do povo. ” (p.24)

“(...) a mais antiga tradição escrita nos mostra uma cultura aristocrática que se eleva acima da massa popular, importa que a investigação histórica a tenha como ponto de partida. Toda cultura posterior, por muito alto que se erga e ainda que mude de conteúdo, conserva bem clara a marca da sua origem. (...) “ (p.25)

3.3 Areté

“(...) não se pode utilizar a história da palavra Paideia como fio condutor para estudar a origem da educação grega, porque esta só aparece no séc. v. (...) a palavra tinha um simples significado de “criação dos meninos”, em nada semelhante ao elevado sentido que mais tarde adquiriu o que é o único que nos interessa aqui. O tema essencial da história da educação grega é antes o conceito de Areté, que remonta os tempos mais antigos. (...). É nas concepções fundamentais da nobreza cavalheiresca que remonta a sua raiz. Na sua forma mais pura, é no conceito de Areté que se concentra o ideal educador dessa época. ” (p.25)

“(...)A Areté é o atributo próprio de nobreza. Os gregos sempre consideraram a destreza e a força invulgares

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