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Resenha crítica - Educação Psicomotora

Por:   •  23/9/2018  •  1.495 Palavras (6 Páginas)  •  397 Visualizações

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A partir da página 25 o autor trata sobre o corpo hábil e mais uma vez o autor relaciona o movimento e a Psicomotricidade com a produção capitalista, a industrialização e segundo ele “a necessidade de adequação dos movimentos, hábitos e costumes do trabalhador aos imperativos do crescente processo de industrialização” (SILVA, 2009, p.26).

A respeito do corpo consciente reitera que as práticas psicomotoras trouxeram benefícios para o Estado burguês e também deram oportunidades à classe trabalhadora de iniciar novas contradições políticas e sociais, uma vez que se desenvolviam meios de apropriação do corpo visando o aumento da produção, explorando a força de trabalho dos mais pobres.

No corpo hábil se trata a inibição muscular, no corpo consciente temos a apropriação do corpo, mas essas técnicas de abordagem perderam suas forças e se inicia o terceiro período da Psicomotricidade chamado Corpo significante, uma linha de estudo voltada para a emancipação do corpo, onde Psicomotristas defendem que além de ouvir e aprender, o corpo também se expressa e “fala”. Assim, através da Psicanálise e da Psiquiatria, os Psicomotristas do terceiro período buscaram formas de educação lúdicas que além de integrar as emoções e sistematizar o conhecimento também promovesse a estruturação da personalidade da criança na idade pré-escolar.

A partir da página 56 já se fala a respeito de Espaço vital e Espaço relacional. Tomando como exemplo um cachorro, o autor explica que o espaço relacional é a área que está entre o ponto em que o animal percebe a presença de um estranho até o momento em que demonstra sinais de que está apreensivo e o espaço vital inicia a partir desta variação tônica do animal. Nesse contexto a Psicomotricidade Relacional vai ajudar o sujeito a perceber suas dificuldades de relacionamento, compreendendo seus limites de espaços vitais e relacionais.

Os espaços vitais e relacionais irão se expandir ou não de acordo com a vivência da criança e suas experiências. A Psicomotricidade Relacional pode contribuir através de atividades e jogos lúdicos espontâneos oferecendo à criança o tempo e o espaço adequados para que se sinta a vontade para expressar suas dificuldades de relacionamento e assim, possa reconstruir laços e o desejo de interagir com os outros.

Ao fim do livro o autor Daniel Vieira da Silva faz uma revisão em que correlaciona os tópicos do livro com as concepções de alguns autores e com o contexto a que se aplica.

Esta obra possui uma forma interessante de se apresentar, estruturada em tópicos que se complementam, com quadros explicativos e sínteses esquemáticas. Outra característica do livro são os espaços para anotações devidamente demarcados e com linhas definidas para que o leitor possa fazer suas observações.

O autor não demonstra seu posicionamento frente ao tema exposto pois usa a terceira pessoa do plural quando vai deixar sua opinião, sendo que o livro possui apenas um autor.

Sempre interligando a Psicomotricidade com os movimentos sociais, o autor em todo o livro relaciona o movimento do corpo com a produção industrial e a apropriação do corpo pelo Estado Burguês, o que já retratara em outra obra que escrevera:

Neste processo o trabalhador se tornou alienado do processo de produção como um todo e com os avanços da mecanização industrial também ficou alheio ao produto em si, transformando-se num acessório consciente de uma máquina parcial [2](SILVA 2005).

Para alguns pedagogos pode ser novidade esse estudo tão aprofundado da Psicomotricidade que passa pelo histórico das formas do homem movimentar-se conforme as necessidades impostas pela sociedade, depois um estudo meticuloso do músculo dentro do movimento, importante a compreensão do corpo pelos Psicomotristas ao longo do livro e sua forma de expressão, passando pela Psiquiatria dos espaços que irão definir a forma pela qual o indivíduo irá interagir com o meio e com as pessoas, para assim adquirir o conhecimento.

O livro é uma obra completa que cumpre bem seu objetivo de se fazer analisar as formas de inserção da Psicomotricidade e suas perspectivas dentro do campo educacional e psicopedagógico; para isso apresenta o movimento como expressão do corpo e relaciona a criança ao movimento reconhecendo o desenvolvimento motor e as múltiplas inteligências como referencial para a prática da Psicopedagogia.

SILVA, Daniel Vieira da. Educação Psicomotora. Curitiba: Iesde Brasil, 2009.

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