Impliações do currículo por competências para o trabalho pedagógico

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organizados em ordem crescente e linear de complexibilidade, que muitas vezes contraria as condições de aprendizagem e ensino. A cultura da exclusão possui ainda a marca do preconceito e da discriminação.

Outra crítica feita foi à vinculação das competências no currículo ao mercado de trabalho e à tese recorrente de que a escola estaria estreitamente a serviço da economia. É possível ver uma proximidade entre a noção de competências proposta por Perrenoud e o modelo de competências tomado como referência para a organização dos currículos da formação profissional.

Outro ponto debatido sobre a abordagem das competências do currículo diz respeito à relação entre saberes e competências. indaga-se se construir competências é negar saberes. Para Pierrenoud, competência mobiliza saberes, que por sua vez possibilita a transferência de conhecimentos. Porém, não ocorre de maneira automática, mas "adquiri-se por meio do exercício de uma prática reflexiva, em situações que possibilitam mobilizar saberes.."

Para Pierrenoud, a oposição entre saberes e competências é uma falsa polêmica. Contudo, centrar o desenvolvimento de competências numa questão de treinamento, tem como resultado uma limitação das finalidades para a multiplicidade de conhecimentos. Além disso, treinar os alunos na mobilização dos saberes não tira da escola o papel de conduzi-los à reflexão crítica?

Segundo Adorno, o sentido da experiência para a formação humana torna-se de fato ato de formação somente quando ultrapassa de treinamento para auto-reflexão, para análise e para crítica.

A experiência formativa não se restringe a dar respostas imediatas, tampouco é propiciada pela escola por meios metodológicos.

Para que a escola seja vista como um lugar onde se tenham experiências de fato formadoras, é necessário que sejam repensadas muitas de suas práticas.