Educação e Modernidade - Resenha
Por: Jose.Nascimento • 4/7/2018 • 2.127 Palavras (9 Páginas) • 278 Visualizações
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O texto apresentado no capítulo três intitulado em ciência e a arte de educar , compõe um Seminário que teve a participação de Anísio Teixeira onde estavam professores que trabalhavam diretamente na sala de aula e mestres ligados à pesquisa, condições sine qua non para se pensar a educação. Por esse motivo, o autor propõe pensarmos a educação como uma aproximação entre ciência e arte, suas técnicas, modo de fazer e domínio de conhecimento. Na medida em que tratamos a educação como uma ciência, damos a ela um possibilidade de “desenvolvimento inteligente, controlado, contínuo e sistemático” (TEIXEIRA, 1969, p.46).
Nesse artigo, Anísio Teixeira nos mostra que as práticas educacionais podem também se beneficiar de um progresso semelhante aos das ciências exatas ou biológicas frisando que toda ciência foi em primeiro lugar, uma filosofia e que se afastar dessa condição primeira é um erro grave. Ao comparar, em certo momento os educadores a artistas o autor indica que a arte de educar exige técnica, método, inovação e transformação constante para finalizar, (Teixeira, 1969); a ciência da educação, será constituída de toda e qualquer porção de conhecimento científico e seguro que entre no coração, na cabeça e nas mãos dos educadores e, assimilada, torne o exercício da função educacional mais esclarecido, mais humano mais verdadeiramente educativo.
No quarto capítulo o autor apresenta uma conferência realizada no Centro Regional de Pesquisas Educacionais do Recife sobre as bases da teoria lógica de John Dewey, filósofo e pedagogo norte americano, considerado por muitos o expoente máximo da escola progressiva norte americana. Vale relembrar que Anísio Teixeira sofreu influências decisivas no seu modo de pensar não só a educação e sim vida de John Dewey (1859-1952) justamente entre meados de 1928 a meados de 1929, quando ele passou dez meses no Teachers College.
A transição de um mundo pré-científico, pré-tecnológico e pré-democrático para um mundo científico, tecnológico e democrático colocava problemas relativos à alienação do sujeito dos quais Dewey demonstra em sua teoria e mais especificamente em sua obra Logic – Theory of Inquiry que Anísio Teixeira esboça nessa pequena conferência. Uma importante questão mostrada por Teixeira é a forma como Dewey concebe a investigação humana como estreitamente ligada à dúvida, que surge numa situação conflituosa e inerente vivida pelo ser humano. A admissão desta ideia ocasiona certo modo de se conceber o fim da investigação. Este fim pode ser entendido tanto como um objetivo prático proposto, quanto como o fechamento ou conclusão da pesquisa, após ter-se alcançado o objetivo. Sendo assim, a pesquisa um ato que se inicia com a dúvida, sua finalização significará naturalmente a remoção deste estado de dúvida. Dewey admite, inicialmente, duas designações para tal estado de finalização: crença e conhecimento.
O capítulo cinco figura-se a partir do que se chama de duplo funcionamento do cérebro ou seja; a capacidade de pensarmos de forma simbólica e de forma concreta. Anísio Teixeira credita a esse duplo funcionamento do cérebro o progresso humano, intelectual e social. Nesse ensaio, Anísio Teixeira discorre a intelectualidade humana partir do que ele chama de “milagre grego” até os dias atuais considerando que sem a capacidade de um pensamento abstrato, sem acreditar em mitos, sem a Igreja, nosso desenvolvimento não teria sido possível.
No capítulo seis, um emocionante e otimista discurso que Anísio Teixeira proferiu como paraninfo para a turma de professorandos no ano de 1959 para a Faculdade Nacional de Filosofia*, autor discorre brevemente sobre a importância da educação escolar em nossa sociedade, a beleza da transmissão da cultura seja ela direta ou indireta, sobre o que é educação espontânea e o que ela contrasta com a educação escolar. Além disso, como é de costume do autor, ele traça um panorama histórico da educação que termina em uma esperançosa projeção para o final do século XX, época que o texto foi produzido, e começo do século XXI.
O capítulo sete é reservado para pensar sobre a universidade, o texto apresenta uma longa retrospectiva sobre a história da universidade, para o autor sua importância é muito clara: seria a universidade o centro da própria existência de um povo “o objetivo da educação é a formação da cultura de uma nação” (TEIXEIRA, 1969, p. 147). Uma visão extremamente significativa e inovadora para o Brasil. Vale destacar que, Anísio Teixeira não só desenvolveu uma reflexão sobre a questão da universidade, como pode-se ver no texto mas teve a oportunidade de tentar concretizar suas ideias através das instituições por ele criadas.
De acordo com o autor no Brasil, ainda há muito o que fazer no campo material do conhecimento, o saber desses recursos e a sua utilização pelo brasileiro, abrem perspectivas enormes para a investigação e a experimentação dentro das grandes linhas, já conhecidas, do desenvolvimento científico moderno (Teixeira, 1969).
Ainda segundo o autor: “O importante é salientar-lhes, assim, a missão de instrumentos fundamentais do desenvolvimento brasileiro e humano e acentuar quanto é ainda, incipiente o nosso desenvolvimento nacional.”(TEIXEIRA, 1969, p. 147).
Sobre os mestres de amanhã, o capítulo oito, o autor pretende apresentar as condições e a situação da profissão focalizando os profissionais do atual ensino fundamental. A partir de uma visão de sociedade industrial Anísio Teixeira reflete sobre o futuro da profissão na modernidade. Todas essas considerações nascem de uma atitude de aceitação do progresso científico moderno, de aceitação das terríveis mudanças que este progresso está impondo a vida humana e da crença de que ainda não fizemos em educação o que deveria ser feito para preparar o homem para a época a que foi arrastado pelo seu próprio poder criador.
O nono capítulo, uma oração de paraninfo pronunciada na formatura dos licenciados e bacharelados da Faculdade Nacional de Filosofia no ano de 1957. Em um clima de mudança Anísio Teixeira fala a evolução humana, cita o filósofo Alfred North Whitehead e compara com a situação da educação mencionando o livro Science, Liberty and Peace de Aldous Huxley, George Orwell, Burnnhams e H.G. Wells. O autor finaliza o discurso falando brevemente sobre a democracia e capitalismo e idealiza o futuro como uma forma de revolução.
O capítulo de número dez mostra um conferência proferida por Anísio Teixeira no “Encontro Regional de Educadores Brasileiros” realizada no Rio de Janeiro no ano de 1961. O texto que
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