AS AVALIAÇÕES, AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS E A QUALIDADE DO ENSINO
Por: eduardamaia17 • 8/4/2018 • 2.628 Palavras (11 Páginas) • 385 Visualizações
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de 11 Estados brasileiros já possuem sistemas próprios para avaliar
suas redes de ensino, produzindo resultados por escola. O Saresp tal como Saeb, avalia
periodicamente os conhecimentos de seus alunos em português, matemática, ciências,
história e geografia, além de recolher, por meio de questionários, outras informações
associadas ao desempenho. Num estudo realizado pelos autores Sousa e Oliveira (2007)
sobre sistemas de avaliação estaduais, os pesquisadores indicaram as tendências que
vêm se formando em relação à avaliação externa e a importância que ela está adquirindo
para a escola, para o sistema de ensino e a sociedade como um todo:
Os objetivos da avaliação, declarados nos documentos oficiais, tendem a afirmar
como expectativa que a avaliação venha a subsidiar os diferentes níveis do sistema
na tomada de decisões com vistas à melhoria da qualidade do ensino. Desse modo,
espera-se que os resultados da avaliação venham a ser apropriados pelos gestores
e equipes centrais e regionais das Secretarias de Educação bem como pelas
escolas, havendo menção ainda, por alguns Estados, quanto à expectativa de que a
comunidade escolar como um todo – envolvendo alunos e pais – venha a se inteirar
dos resultados obtidos pelas escolas. Ou seja, há referências a que a avaliação
deva iluminar e trazer consequências para a formulação e/ou reformulação das
políticas educacionais, em relação às suas diretrizes, prioridades e metas,
focalizando questões relativas à gestão, currículo e infraestrutura, assim como nas
propostas e práticas das escolas, particularmente em relação a aspectos relativos
ao desenvolvimento do currículo. (p. 187)
Os objetivos do Saresp são, sobretudo, produção de diagnósticos precisos da qualidade
do ensino oferecido nas escolas públicas paulistas e acompanhamento sistemático dos
resultados na educação, sendo um importante instrumento de monitoramento das
políticas públicas no que se refere à educação e auxílio na elaboração e implementação
das políticas educacionais do Estado de São Paulo. O Saresp foi criado, segundo
documentos oficiais, para ser um instrumento que subsidiasse a Secretaria na tomada de
decisão quanto à política educacional do Estado, fornecer informações às instâncias do
sistema de ensino para capacitar professores, aprimorar a proposta pedagógica e articular
os resultados da avaliação com o planejamento escolar e, fundamentalmente, melhorar a
qualidade do ensino. Ministério da Educação, acesso em 29 de Março de 2016.
Em conformidade coma pesquisa desenvolvida pela doutora em educação Cristiane
Machado (2011) sobre os relatórios de avaliação para apreender como as Diretorias de
Ensino usavam os resultados do Saresp para além do ranking das escolas já produzido e
divulgado pela Secretaria, vimos que, em geral, esses documentos relatavam propostas
de ações que já vinham sendo empreendidas, tanto pelas escolas como também pelas
Diretorias, sem mostrar como os resultados da avaliação poderiam reorientar as políticas
e as ações em andamento.
Portanto de acordo com a doutora, embora o Saresp tivesse potencial de servir como um
instrumento direcionador de uma reflexão coletiva sobre as práticas pedagógicas e
educacionais nas escolas e nas Diretorias, apontando caminhos para intervir nas
dificuldades apresentadas pela avaliação, esse potencial não era explorado nos relatórios.
Deixar inexplorado o potencial da avaliação do sistema estadual de detectar possíveis
falhas e dificuldades nas relações pedagógicas e educacionais que perpassam o
cotidiano das escolas e de toda a rede pública é reduzir o papel da avaliação à
classificação do rendimento das escolas. É privilegiar a projeção dos resultados e ofuscar
a análise dos processos que geraram esses resultados. Utilizar os resultados das
avaliações de sistema somente como alternativa de ranking das escolas é adotar uma
concepção de avaliação que parte do princípio de que a exposição pública dos resultados
dos desempenhos escolares provoca uma corrida entre as escolas por melhores
resultados e notas, consequentemente uma melhor classificação, pois nenhuma escola
quer ficar entre as piores.
O grupo buscou dentro dos programas já existentes, uma solução para ajudar as escolas
a utilizarem os resultados obtidos no Saresp no direcionamento das políticas públicas de
educação, para que as escolas não foquem somente no ranking.
Portanto, após a implantação do currículo básico (2008) pela Secretária Estadual de Educação
de São Paulo (SEE/SP) em escolas da rede Estadual, foi divulgado em 2015 novas
diretrizes da política educacional com a finalidade de estabelecer, para o quadriênio 2014
– 2018, a evolução da
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