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RESENHA: APOLOGIA DA HISTÓRIA OU O OFÍCIO DO HISTORIADOR

Por:   •  24/12/2018  •  1.411 Palavras (6 Páginas)  •  611 Visualizações

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Bloch recorre para a clareza dos fatos, que levarão conseqüentemente para a ação desses homens, pois a investigação das ações humanas nos leva diretamente ao homem que atua e compartilha como autor e receptor de um espaço, levando em conta a leitura histórica a partir do tempo histórico. O autor argumenta que o historiador deve escolher o período histórico também conhecido como recorte histórico, e “escolher e peneirar” o seu estudo e análise, já que ninguém precisa conhecer o passado inteiro, pois as fontes se tornam muito extensas num período muito longo. O historiador precisa ter convicção da nomenclatura da história, utilizada pela matéria de seu estudo, disponibilizada de forma ultrapassada avante a época vivenciada pelo escritor “A história recebe seu vocabulário, portanto em sua maior parte, da própria matéria de seu estudo. Aceita-o, já cansado e deformado por longo uso; ambíguo, alias, não raro desde a origem, como todo sistema de expressão que não resulta do esforço severamente combinado dos técnicos” ( Bloch 2001:136p ).

Incompleto, o ultimo capítulo não recebeu titulo, inicia-se a partir das reflexões por trás dos fatos históricos, reflexões essas, que não são impetradas e sim buscadas, fazendo uma criticam também ao positivismo, interligando um fato ao outro, enfatizando as conseqüências e impactos trazidos pelas concepções do historiador. Conclui dizendo: “Resumindo tudo, as causas, em história como em outros domínios, não são postuladas. São buscadas” (Bloch 2001: 158p).

Sobre o autor:

Nascido no dia 6 de julho de 1886, na cidade de Lyon, França, o judeu Marc Léopold Benjamim Bloch era filho do Professor de História Antiga Gustave Bloch. Durante sua formação acadêmica, estudou em Paris, Berlim e Leipzig. Trabalhou durante alguns anos como pesquisador na Fundação Thiers, mas teve que interromper suas atividades para combater na Primeira Guerra Mundial. Foi soldado de infantaria e chegou a receber uma condecoração militar por mérito após ser ferido em batalha.

Foi depois da Primeira Guerra Mundial que Marc Bloch começou a desenvolver efetivamente sua carreira. Quando ingressou na Universidade de Estrasburgo, conheceu Lucien Febvre, um colega com o qual conviveria e juntos marcariam profundamente a historiografia. Os dois fundaram, em 1929, a revista Annales D’histoire Économique et Sociale, que é um referencial de influência para muitos Historiadores até hoje e foi fundamental para o desenvolvimento das chamadas Nova História e História das Mentalidades.

Na década de 1930, Marc Bloch ocupou a cadeira de História Econômica na Sorbonne e a revista alcançou sucesso mundial, refletindo na formação da chamada Escola dos Annales. Mas, em 1939, a guerra tomou conta da Europa novamente e os nazistas invadiram a França. Marc Bloch chegou a militar na resistência francesa, mas foi capturado e torturado pela Gestapo. Morreu fuzilado no dia 16 de junho de 1944.

A vida de Marc Bloch foi caracterizada por um intenso trabalho, uma carreira universitária brilhante e uma destacada produção científica. É considerado o maior medievalista de todos os tempos e, para alguns, o maior Historiador do século XX. Como um dos grandes responsáveis pela renovação do pensamento histórico, abriu novos horizontes para compreensão do feudalismo. Abandonou o caminho da História Tradicional de seqüência de fatos com nomes e datas e se empenhou na construção de análises que consideram a complexa relação entre o homem, a sociedade e o tempo.

Marc Bloch publicou vários livros que se tornaram clássicos da historiografia. Além de diversos artigos impactantes. O primeiro deles, para citar o mais importante, foi Os Reis Taumaturgos (1924), no qual analisa a crença popular do poder de cura com o toque do rei e suas implicações na França e na Inglaterra medieval. Mas sua grande obra foi publicada em 1939 e intitulada de A Sociedade Feudal, neste livro, o autor apresenta uma nova abordagem sobre a questão do feudalismo que marcaria profundamente sua carreira como um grande medievalista. Além desses dois clássicos publicados em vida, Marc Bloch teve outras obras que foram lançadas após seu falecimento e que também se tornaram referência para os Historiadores. É o caso de Apologia da História ou o Ofício do Historiador (1949), que apresenta uma discussão teórica sobre a ciência histórica e o trabalho do Historiador.

Com tudo isso, Marc Bloch é uma eterna referência para os Historiadores e notoriamente um dos maiores intelectuais do século XX. Sua obra e vida continuam sendo objetos de pesquisa e fontes de referência para muitos trabalhos.

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