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O Jango e o Golpe de 1964 na Caricatura.

Por:   •  3/5/2018  •  1.784 Palavras (8 Páginas)  •  312 Visualizações

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João Goulart foi uma figura paradoxal na história brasileira. Homem de personalidade tímida, tido muitas vezes como ingênuo e incapaz de conduzir o país, ao longo do seu mandato mostrou-se malicioso e ardiloso, com talento para negociações, chegando a ser chamado de ditador em potencial, uma figura perigosa. Especulava-se que suas estratégias maliciosas eram apenas para alcançar seus objetivos – manter-se no poder a qualquer custo - e não salvar o país, seus discursos eram para agradar quem o ouvisse, portanto, um oportunista, além de apresentar ações ambíguas e convicções nada concretas, sendo instável e indeciso. Nos capítulos 3 - O Grande Manipulador - e 4 – Hamlet Equilibrista – ficam evidentes essas suposições e as críticas ao jogo de equilibrismo político que Jango fazia. Nem atores da direita ou da esquerda confiavam nas posições de Goulart que na tentativa de agradar a todos poderia cometer um deslize e cair, como mostra a charge da Lan[2], sendo arruinado ou por machados e foices ou por lanças.

No capítulo, 5 Mar de Lama, corrupção é o tema principal. Nos dias atuais é um assunto polêmico e em 1950 não era diferente. Surgiram denúncias de práticas corruptas no governo Vargas, onde foram acusados de usar verbas públicas para benefício próprio. No governo de Jucelino Kubitschek, marcado por grandes obras, a oposição foi instigada a denúncias de corrupção pelo porte das obras – exemplo da grandiosidade dos investimentos foi a construção de Brasília. Para “varrer” essa sujeira, Jânio Quadros se elege, mas renuncia ao cargo e assim Jango assumiu a presidência, mesmo que a oposição estivesse convicta de que ele era tolerante a corrupção, já que seus antecessores no partido possuíam bagagem corrupta, sendo essa uma suposição ponderante na mobilização culminante no Golpe.

Ao assumir a presidência, Jango deparou-se com um desiquilíbrio econômico exacerbado. Por consequência do Plano de Metas do Governo JK, a expansão acelerada levou a economia ter avanços gigantes enquanto que as relações de trocas exteriores não acompanharam esse ritmo, findando a dívida externa. A Crise Econômica e o Monstro da Inflação, capítulo 6, traz ao leitor caricaturas que mostram a tentativa frustrada do Governo de João Goulart em reduzir a inflação e equacionar e economia com o Plano Trienal, que mais parecia afundar o país de vez que reergue-lo.

Entra em cena no capítulo 7, O Movimento Sindical e a Onda Grevista. Com a intensificação do surgimento de movimentos sindicais, fundou-se a CGT que serviu de grande instrumento de pressão política, incentivando greves. Os líderes sindicais mantinham boa relação com Jango, sendo sempre bem recebido no Palácio, escandalizando a oposição conservadora, temerosa de que se estabelecessem alianças com os comunistas e que se implantasse um regime autoritário ou uma República Sindicalista.

O capítulo 8, O Governo e as Reformas da sequência ao tema do surgimento dos movimentos sindicais que impulsionavam o espírito reformista. Jango queria fortalecer as bases políticas, visando o “interesse da população” e as reformas de base tornaram-se bandeiras políticas de disputas por conta do forte apelo popular.

O quadro político e social do país e o contexto internacional eram favoráveis a reformas. Como mostra Patto em Política Externa Independente, o mundo vivia os dias da Guerra Fria, a política anticomunista espalhou-se pelos países curvados a hegemonia norte americana, em Cuba vivia-se uma revolução que inspirava jovens revolucionários.

Desde Dutra havia uma aproximação com os Estados Unidos, mesmo que nos governos de Vargas e JK essa proximidade fosse menor que a de Dutra. Jânio Quadros mudou alguns caminhos com a política externa independente, abrindo espaço para países não-aliados, gerando polêmicas.

Com a Revolução Cubana o governo dos EUA viu-se necessitado de ações que contivessem a expansão soviética. Uma das ações foi à criação da Aliança para o Progresso (ideia original de JK).

João Goulart aprofundou o estreitamento de laços políticos com outros países, reatando, inclusive com a URSS, fato que jogou mais lenha na fogueira da crise, aumentando o medo da esquerdização. Além disso, a diplomacia do governo Goulart oferecia muita resistência às pressões dos EUA, mas nem por isso pretendia romper os laços com o governo de John Kennedy.

Capítulo 10, Candidato a Ditador. Por ser herdeiro do Getulismo, João Goulart recebia acusações de ter tendências golpistas e autoritárias, intensificadas com sua aproximação do comunismo, sendo assim, um ditador em potencial aos olhos da oposição. Aliados a essas especulações estava à crise política, econômica e social que o país vivia, tornando esse conjunto suficiente para que os adversários de Goulart impedissem seu “golpe” com um golpe.

Nesse meio em que o espírito de um golpe reinava, Jango dava sinais de que era para esse caminho que o país caminhava, visto os episódios do pedido de declaração de Estado de Sítio, da ordem de sequestro de Carlos Lacerda pelo Governo Federal, das denúncias de influência do presidente argentino Juan Perón, da censura e do cerceamento da liberdade de imprensa e da possiblidade de fechamento do Congresso com a realização das reformas.

No capítulo, Goulart e o Perigo Vermelho, Rodrigo Motta encaminha para o desfecho do livro. O medo comunista estava presente no Brasil desde 1935, quando ocorreu a “Intentona Comunista” e com a chegada de Jango ao poder esse medo retornou ao coração dos conservadores, principalmente quando ele se afinou com o PCB.

Neste capítulo 11, Motta faz link com o 4 que trata dos posicionamentos do presidente, mantendo-se sem a certeza do porquê de suas ações, pois é difícil saber se João Goulart era mesmo oportunista demagogo, que apenas pensava no seu poder ou se realmente era esquerdista e

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