A transformação da malandragem carioca do seu surgimento até os dias atuais
Por: eduardamaia17 • 24/8/2018 • 1.331 Palavras (6 Páginas) • 329 Visualizações
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Nos sambas de Noel, Ismael, Geraldo Pereira e Wilson Baptista, o malandro aparece principalmente sob um registro mais boêmio, mulherengo, orgiástico. Wilson Baptista, um fluminense de Campos que chegou ao Rio adolescente, em 1930, se descreve positivamente, na primeira pessoa da narrativa musical, com «um chapéu de lado, tamanco arrastando, lenço no pescoço, navalha no bolso, passo gingando», desafiando, com o «orgulho em ser vadio», os que «falam mal do meu proceder». (Misse, 1999, pag. 256).
- A malandragem no auge da simpatia popular e logo depois transformada em banditismo social.
O malandro é identificado de forma idealizada, como recusa ao trabalho formal e a preferência pelas atividades ilícitas, como o jogo, a prostituição, o roubo et Cetera.
Segundo dados recolhidos pelo professor Michel Misse, A vadiagem, atitude comum aos malandros, desde parte do séc. XIX até recentemente, constitui grande parte dos incriminados no cotidiano da polícia carioca.
De acordo com o professor Misse, o termo “malandro” apenas foi se modificando com o passar o tempo, juntamente com o ser social que carrega esse termo como estereótipo. O sociólogo explica a modificação entre os tipos sociais de acordo com a sujeição criminal na cidade, o “malandro”, o “marginal” e o “vagabundo”.
Na década de 60, o malandro sofreu uma transformação, mais uma vez, desce para o asfalto. Ou seja, quando termo se popularizou e deixou de significar algo violento, para ter um significado mais suave, como: esperto, sagaz, maroto.
Michel Misse explica:
Todo mundo podia ser malandro, o comerciante, o político, o cara esperto na esquina. E aí surge o nome marginal para substituir o malandro [...] Mas a grande novidade nos últimos anos foi o surgimento da palavra vagabundo nos anos 80, que é uma mistura de malandro com marginal. (Misse, 1999).
O malandro é identificado de forma idealizada, como recusa ao trabalho formal e a preferência pelas atividades ilícitas, como o jogo, a prostituição, o roubo et Cetera.
Segundo dados recolhidos pelo professor Michel Misse, A vadiagem, atitude comum aos malandros, desde parte do séc. XIX até recentemente, constitui grande parte dos incriminados no cotidiano da polícia carioca.
Pode-se notar que, conforme a dinâmica social nas cidades vai mudando, as pessoas vão sociabilizando os malandros, tornando-o algo comum. Com isso, eles tendem a serem fragmentados dois tipos: malandros do asfalto, que seriam os malandros boêmios, frequentadores da Lapa; e os malandros do morro, esquecidos e novamente marginalizados.
A ele é assimilado, algumas vezes, um certo tipo de banditismo urbano, o do «descuidista », do « punguista », do pequeno dono de uma « boca-de-fumo » e do « contraventor », do « bicheiro », mas na favela ainda haveria resistência em confundi-lo simplesmente com o « ladrão » ou com o « bandido » [...].
- Conclusões pessoais
A partir da visão de pessoas capazes de falar de maneira coerente e equilibrada sobre o assunto e baseado em uma perspectiva criminológica e social do tema, Meu objetivo foi a elucidação dos fatos que envolvem a evolução dos tipos de banditismo social e mostrar que, desde seu surgimento, até sua modificação social, os “malandros” viviam a margem da lei e da sociedade.
Desde o início, em 1850, até os dias de hoje, esse segmento social foi excluído, reprimido e marginalizado. De que forma esperar algum tipo de ascensão dessa classe, com tantas exclusões que as englobam?
Fica evidente, por tanto, que o malandro não desapareceu. Ele apenas modificou seu modus operandi. Aposentou a navalha e adquiriu um revólver, adaptando-se ao meio social em que vive.
- Bibliografia
- MISSE, Michel. MALANDROS, MARGINAIS E VAGABUNDOS & a acumulação social da violência no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1999.
- História dos malandros nos morros. Disponível em:http://salveamalandragem.blogspot.com.br/2013/04/historiasdosMalandrosnosmorros.html >. Acesso em: 01 Dez. 2016.
- Sambistas da malandragem. Disponível em: http://seuhistory.com/etiquetas/sambistas>. Acesso em: 08 Dez. 2016.
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