A Festa do Bode

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política tinha como objetivo ligar Trujillo a imagem de Pai da Pátria, e a partir disso, ser responsável pela criação da nação dominicana. A figura de superioridade do Generalíssimo estava ligada a sua forma rígida em exercer sua rotina e a cobrança da mesma rigidez com seus funcionários: pontualidade, roupas impecavelmente arrumadas. Além disso, a exaltação da sua imagem se dava em toda República Dominicana: placas de bronze com o informe “Nesta casa Trujillo é o Chefe” , imagens do general nas residências, associação com referências divinas – “Deus e Trujillo” . Além de sua imagem como referência na construção da nacionalidade dominicana temos, em certo momento da obra, a referência da língua espanhola e da religião católica como alicerces na edificação dessa nação – sendo a última utilizada como combate ao “comunismo ateu” . Em seu livro, Nações e Nacionalismos, Hobsbawn elucida a importância da língua e da religião como alicerces construtores de uma nação . Entretanto, a relação do estado dominicano com a instituição religiosa foi quebrada ao longo do tempo e tem seu ápice com a Carta Pastoral do Episcopado. A partir daí, os EUA apoia a Igreja Católica, promovendo sanções ao governo do Chefe, causando um declínio no regime ditatorial do mesmo.

Ao longo da narrativa, compreendemos o crescimento de opositores ao regime promovido pelo Generalíssimo. Inicialmente, esses opositores estavam excluídos do regime por algum motivo específico. Porém, com a leitura, percebemos insatisfações de pessoas que estão dentro do regime. A morte das irmãs Mirabal – Las Mariposas – (opositoras ferrenhas ao governo de Leônidas Trujillo) foi um dos motivos que levou a uma maior insatisfação com o governo . Sendo assim, para a grande massa – que obtinha informações através da imprensa comprada – pensava numa estabilidade do regime. Todavia, percebemos uma teia de intrigas, insatisfações, motins para se estabelecer um novo regime na República Dominicana e promover uma festa (de liberdade) com a morte do Bode.