Resenha do Artigo: Centenário sem festa
Por: Rodrigo.Claudino • 21/12/2018 • 1.104 Palavras (5 Páginas) • 335 Visualizações
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Os Russos acreditam que a revolução foi mais benéfica para o resto do mundo do que para eles já que se recordam mais dos horrores da guerra civil e da repressão do que dos seus benefícios. No centenário da Revolução de 1917 pessoas de todo o mundo se preparam para ir até a Rússia, mas é com comedimento que o país se prepara para a data, justamente por esta marcar um dos mais radicais traumas da história do país.
De um lado o desinteresse dos jovens pela política é alto e do outro Putin com seus picos de popularidade assegurando a estabilidade econômica do país, cativa tanto empresários quanto famílias que se interessam em manter o seu poder aquisitivo e o que já conquistaram. A estabilidade de Putin se equilibra sobre indicadores de uma desigualdade crescente.
O salário mínimo na Rússia é de 12 mil rublos, equivalente a 660 reais, mas poucos em Moscou vivem com essa remuneração. Em certos salões de beleza o serviço de uma manicure custa um terço do salário mínimo, os direitos trabalhistas são extremamente questionáveis ao passo que possuem apenas uma semana de férias anual paga pela empresa e inúmeros trabalhadores sem documentos são registrados com salários muito mais altos do que efetivamente recebem, graças a atravessadores que cobram por conseguirem empregos para eles mesmos sem a documentação. De acordo com o Valor Data a riqueza está concentrada no topo da sociedade da Rússia até mais do que o Brasil. Ainda, Putin usa a sua aproximação com a igreja para construir uma imagem de líder devoto à máquina pública e discreto em sua vida particular.
Por fim, o cenário que temos na Rússia é de total descrédito da população no Governo, por que por mais que Putin tenha o apoio da elite vemos que é apenas por comodidade, por terem a riqueza concentrada. Por outro lado, vemos a massa sofrendo com uma pseudo liberdade alcançada com a Revolução de 1917 que trouxe diversos infortúnios, e que hoje sentem na pele a desigualdade, e sejamos francos a liberdade infelizmente está atrelada a uma condição financeira digna e suficiência para a subsistência, o que de fato não ocorre. A pior parte é que o descrédito no Governo acaba por motivar uma desilusão com a possível mudança, vez que não possuem uma oposição que cative e floresça o interesse pela política o que reflete nos baixíssimos números nas votações. Temos que nos lembrar que a via legal e mais rápida de mudança que temos é a eleição e que a política afeta nossas vidas em todos os sentidos e que a melhora que queremos ver, precisa partir de nós mesmos.
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