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ESTUDO SOBRE AS VARIAÇÕES DE TEMPERATURA E UMIDADE DO AR NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA: UFMG

Por:   •  20/4/2018  •  3.788 Palavras (16 Páginas)  •  416 Visualizações

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níveis, na interface com a superfície, as fontes de radiação provêm da superfície, vindas deste fluxo de energia que é a principal fonte de calor no sistema terra-atmosfera.

A superfície úmida se aquece pelo processo de liberação e/ou absorção de energia na mudança de fase do vapor d’água (calor latente), enquanto as secas se aquecem ou emitem calor através do processo de condução (calor sensível). Estas diferentes formas de aquecimento podem interferir no tempo de resposta do aquecimento da atmosfera dado o aquecimento da superfície. As secas tendem a aquecer o ar mais rapidamente que as superfícies escuras e úmidas, tornando o ar mais quente, nos períodos iniciais do dia, o que leva a sensação térmica humana a um maior desconforto, pois o aumento da temperatura implica na sensação de calor por mais tempo, até o período em que a superfície torna-se menos aquecida, quando o fluxo de calor inverte sua direção, da atmosfera para a superfície.

A escala climática diz respeito à dimensão ,ou ordem de grandeza ,espacial (extensão) e temporal (duração),segundo a qual os fenômenos climáticos são estudados. mecanismos atmosféricos determinam os climas de toda uma zona planetária, como é o caso da intensa radiação solar (insolação) nas baixas latitudes da zona intertropical .As ilhas de calor urbanas e o clima das áreas agrícolas, por outro lado, não são diretamente determinadas por esses mesmos mecanismos, ainda que eles tenham importante influência na sua configuração.

O clima pode ser estudado por meio de dimensão espacial e de sua dimensão temporal ,sendo as duas dimensões, de forma geral, empregadas conjuntamente nos mais variados estudos .As escalas espaciais ganham maior destaque na abordagem geográfica do clima, sendo as mais conhecidas as escalas macroclimática, mesoclimática e microclimática; as escalas temporais mais utilizadas são as escalas geológica, histórica e contemporânea.

A noção de escala em Climatologia implica uma ordem hierárquica das grandezas climáticas, tanto espacias quanto temporais. Dessa maneira, o micro clima está inserido no mesoclima ,que por sua vez, está inserido no macroclima; este somente existe com base nas grandezas inferiores. Sendo assim, na dimensão cronológica, a escala contemporânea está imbricada na histórica ,que o está na geológica e vice-versa.

A escala zonal é a principal determinante de um clima local, pois segue uma

decomposição escalar dos controladores climáticos que influenciam as características dos atributos locais. Compreender as consequências das alterações locais da superfície não permite afirmar que o somatório de áreas alteradas modifica o clima global, porém reforça a premissa que não se pode afirmar estas alterações. A influência do clima local no global é ínfima e a diversidade de alterações locais da paisagem dificulta esta assertiva.Dada essa necessidade de compreender as conseqüências das alterações locais, este trabalho tem como objetivo verificar se modificações do uso do solo: impermeabilização por asfalto ou concreto, e retirada da cobertura vegetal altera o tempo gasto para estas superfícies absorverem a radiação emitida pelo sol e transformá-la em radiação que aquece o ar no espaço urbano.

A partir das diferenças de temperatura entre a superfície e o ar adjacente, acompanhando o tempo gasto para atingir a temperatura máxima diária, tanto a superfície, como o ar, infere-se a influência da modificação da superfície na variação diária da temperatura.

A evolução do sistema produtivo, a intensificação da urbanização e a eclosão da questão ambiental tornaram evidentes os problemas sociais derivados da degradação das qualidades de vida e do ambiente.

Objetivo

A análise da relação entre clima e vegetação no meio urbano é o objetivo deste artigo. A partir de dados de campo da Estação Ecológica da UFMG, foi traçado comparações entre os diferentes tipos de temperatura. Considerando a variação dos aspectos microclimáticos, umidade, direção e intensidade dos ventos, nos permitindo estabelecer relações inter-escalares com os dados obtidos.

Metodologia

Entre os recursos metodológicos utilizados para a construção deste trabalho, estão as revisões bibliográficas acerca do tema vistas e orientadas pelo professor em sala de aula e visita a campo para a coleta dos dados no dia 27 de Abril de 2013.

O campo foi realizado no dia 27 de Abril, no período de 8:00 às 15:30h, onde foram feitas medições em pontos distribuídos na estação para coleta de dados nos quais foram usados a Olaria, uma área gramada que estava exposta ao sol, e com poucas árvores. A mata atlântica com abundante vegetação, árvores de grande porte. Cerradão com vegetação típica do cerrado, proporcionando condições de luminosidade que favorecem a formação de camadas de arbustivas e herbáceas diferenciadas (aqui foram feitas medições em mata fechada e estrada de terra descampada). Bambuzal, colonizada por espécies de bambu, e próximo à Av. Carlos Luz, em que o solo é exposto.

Foi coletados a cada 30 minutos, os dados de temperatura do ar (bulbo seco e úmido), umidade relativa do ar, temperatura do solo (superfície com cobertura vegetal de gramíneas e solo exposto), nebulosidade, velocidade e direção dos ventos. As medidas foram obtidas através de um psicrômetro giratório manual, ou “psicrômetro de funda” (Fig. 2), uma fita simples presa a um galho de uma árvore, um termômetro digital de solo e uma bússola (Figura 2.1).

[pic 1] [pic 2]

Fig. 2 – Psicrômetro de funda.

Fig. 2.1 – Termômetro digital de solo e bússola.

Através da rotação manual do psicrômetro (durante 2 minutos), foram obtidas as medidas de temperatura do ar, tanto do bulbo seco, quanto do bulbo úmido, o que permitiu, através de tabelas psicrométricas, o cálculo da umidade relativa do ar. Após esse procedimento, foram observadas a quantidade, medida em “oitavos”, e os tipos de nuvens no céu. Utilizando a Escala de Beaufort[2] foram estimados a velocidade dos ventos, e com o auxílio de uma fita de cetim presa a galho de uma árvore e uma bússola, foi observada a direção dos ventos. O termômetro de solo, por fim, foi utilizado para medir as temperaturas no solo exposto (trilha), e na vegetação rasteira.

Com os dados coletados formulou-se um conjunto de gráficos e tabela para servirem

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