Conto "Um sobrevivente"
Por: Evandro.2016 • 29/1/2018 • 1.050 Palavras (5 Páginas) • 414 Visualizações
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Tenho uma faca e cinco balas. Apenas cinco. Encontro-me em um quarto escuro, estou totalmente às cegas. Minha lanterna se foi, sua bateria acabou ontem, ao menos eu acho, já parece uma eternidade. Os gemidos dos mortos vivos estão se aproximando. Ou será o meu estomago?
Saímos a quase dois dias da comunidade. Desta vez resolvemos não ir a mercados, estava na hora de procurar por comida nos apartamentos. Péssima ideia. Fomos encurralados ainda na estrada. Alguns correram para os prédios no fim da rua, outros, como eu, entraram no primeiro prédio que conseguiram abrir suas portas.
Não entrei sozinho neste prédio, Lucas e Matt me acompanharam. Não sei exatamente como aconteceu, mas eles não estão mais aqui comigo. Foram atacados, mordidos centenas de vezes, seus gritos atraíram mais e mais zumbis. Subi para o último andar do prédio e esperei por ajuda. A noite caiu adentro e foi quando minha lanterna se foi. Alguns mortos vivos acharam o caminho até o meu esconderijo e tive que exterminá-los. É onde me encontro agora. Com cinco balas e uma faca. Das cinco, acabo de usar duas. Em um ato totalmente desesperador. Dois zumbis entraram e tentaram me atacar de uma só vez. No chão se encontram ambos.
Sei que o barulho irá atrair mais deles, mas o que pensei foi que o barulho também iria atrair ajuda. Estava enganado. Escuto uma batida forte na porta, seguido de outra e outra. Eles me acharam. Posso escutar seus gemidos, cada vez mais alto. Mais batidas.
O número de mortos vivos aumenta do lado de fora do quarto e sei que não conseguirei conte-los sozinho. Será questão de tempo para que a porta não resista e venha de encontro ao chão. É o meu fim. Só consigo pensar em Caroline. Prometi que voltaria.
— Prometa-me que irá voltar. Prometa-me que não irá me deixar sozinha aqui. Exclamou ela, aos prantos. Caroline sabia que estava ficando mais perigoso a cada saída.
Quando não me restavam esperanças, escuto tiros e gritos chamando pelo meu nome, vindos das ruas.
— Eu prometo, estamos juntos nessa jornada. Logo estarei de volta Caroline. Eram os meus pensamentos a ela.
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