SELL, Carlos Eduardo. Sociologia clássica: Marx, Durkheim e Weber
Por: Evandro.2016 • 19/10/2018 • 1.461 Palavras (6 Páginas) • 416 Visualizações
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o terceiro pressuposto que existe desde o início da evolução histórica, é de que os homens se renovam diariamente e se põem a criar e se reproduzirem constituindo então a família; o quarto entende que o modo de produção ou estágio industrial está sempre ligado a um modo de produção, onde a massa de forças produtivas determina o estado social; e por fim, no quinto pressuposto verifica-se, segundo Marx, “que o homem tem consciência”, que nasce a partir da necessidade e do intercâmbio com outros homens, tal consciência é um produto social. O segundo tópico, é a teoria social - materialismo histórico, onde Marx diz que a história não é fruto do Espírito absoluto, como em Hegel, mas é fruto do trabalho humano a partir da interação entre os homens que buscam satisfazer suas necessidades desencadeando o processo histórico, tal pressuposto geral possibilitou Marx a estudar a sociedade que tem seu fundamento na economia (vida material do homem), e para ele, a sociedade começa quando tomamos consciência de que “o modo de produção de vida material condiciona o desenvolvimento da vida social, política e intelectual em geral” (MARX, 1992). Esta pode ser considerada a base de seu método sociológico.
Para Marx, o elemento fundamental da economia é o trabalho, pois para que o homem sobreviva é preciso produzir os bens necessários para satisfazer suas necessidades e através do trabalho que o homem deixa de ser apenas natural e cria uma nova realidade que seria a vida social. Tal processo envolve dimensões importantes da qual se percebe tanto a relação do homem com a natureza mediada pela matéria-prima e pelos instrumentos de trabalho produzidos pelos homens auxiliando o processo de produção quanto à relação do homem com os outros homens continuando ainda nesse processo de trabalho. A partir das relações de produção, Marx constata que a sociedade se divide em classes sociais sendo frutos das relações que os homens estabelecem nesse processo de produção que surgem quando um grupo social se apropria das forças de produção e se torna proprietário dos instrumentos de trabalho se dividindo basicamente em: os detentores dos meios de produção e os que não possuem tais meios. Essa divisão entre quem possui os meios e quem não advêm do fenômeno da propriedade privada que propicia toda a desigualdade entre os homens, as classes sociais. Portanto, para ele, os conflitos sociais são expressões das contradições econômicas da sociedade, ou seja, da divisão da sociedade em proprietários e não proprietários dos meios de produção. Essa divisão econômica constitui o fundamento de toda a divisão e luta política entre os grupos sociais. Sendo assim, Marx conclui que as sociedades se transformam quando os homens alteram o modo de produzir e precisam garantir este domínio através da esfera política e é a partir dessa necessidade que nasce o Estado, onde ele resume a essência do Estado (moderno) sendo “o comitê executivo da burguesia”, um instrumento de domínio de uma classe social sobre a outra. Por isso ele rejeita a ideia de que o Estado representa o bem comum e os interesses gerais da sociedade.
Em O Manifesto do Partido Comunista (1848), Marx afirma que “a história de toda a sociedade até hoje é a história de lutas de classes”. Ele acredita que o proletariado possui um papel revolucionário, pois cabe aos operários realizar a transição do capitalismo para o comunismo: “De todas as classes que hoje se opõem à burguesia, apenas o proletariado é uma classe verdadeiramente revolucionária” (MARX, 1996), pois é a única classe que tem papel-chave no capitalismo com forças e condições para a revolução que derrubaria a burguesia e iniciaria uma nova etapa da humanidade: a sociedade comunista. Para Marx, somente através da organização política e coletiva que os operários tomam consciência dos seus interesses de classe que os fazem passar da condição de “classe em si” (condição objetiva) à “classe para si” (condição subjetiva).
Embora não se tenha indicações de Marx sobre as características da futura sociedade comunista por serem amplas e vagas, o legado que ele deixou reforça e acrescenta em muito na luta do proletariado que se vê armado de conhecimento almejando a consciência dos seus interesses para que por fim derrube de vez a burguesia juntamente com o sistema capitalista dominante que massacra toda a sociedade. Sendo assim, os movimentos políticos e sindicais seguem em luta nos dias atuais, lembrando sempre de que a classe trabalhadora esteve e continua em luta.
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