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Resenha o que é sociologia

Por:   •  3/10/2017  •  2.067 Palavras (9 Páginas)  •  543 Visualizações

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Pode-se dizer que a oficialização da sociologia foi uma criação do positivismo. A sociologia de inspiração positivista visa criar um objeto autônomo, o social, e a instaurar uma relação de independência entre os fenômenos sociais e econômicos.

A sociologia não foi de inicio uma ciência de entendimento geral, fato esse que se deve ao caráter antagônico da sociedade capitalista, esse caráter antagônico impediu um conhecimento comum por parte dos sociólogos em torno do objeto e dos métodos de investigação, dando margem para o nascimento de distintas sociologias.

O pensamento conservador exerceu grande influencia entre autores positivistas como: Saint-Simon, augusto Comte e Emile Durkheim, que modificaram algumas concepções das ideias dos conservadores, adaptando-as ao momento histórico.

Saint-Simon, um dos fundadores do positivismo, acreditava que a existência de uma ciência da sociedade seria vital para a restauração da ordem na sociedade francesa pós-revolucionária. Assim, a nova ciência deveria usar em suas investigações os mesmos métodos das ciências naturais, que deveria descobrir as leis do progresso econômico e do desenvolvimento social. Saint-Simon acreditava que a industrialização traria progresso econômico satisfazendo as necessidades humanas, de maneira que reduziria os conflitos sociais, assim o pensamento social deveria orientar a indústria e a produção. Ele admitia, porém, a existência de conflitos entre os dominantes e os dominados. Caberia, portanto, a ciência da sociedade descobrir novas formas capaz de guiar a conduta da classe trabalhadora, refreando seus ímpetos revolucionários.

Segundo vários historiadores, muitas ideias de Saint-Simon foram incorporadas por Augusto Comte, um pensador inteiramente conservador e contrário ao iluminismo. Acreditava que o iluminismo em uma sociedade industrial provocaria uma desunião entre os homens. Segundo Comte, as sociedades europeias se encontravam em profundo estado de caos social e para acabar com essa desordem social seria necessário a criação de um conjunto de crenças comuns a todos os homens. Assim, defendia a fundação de uma ciência "físico social", ou seja, a sociologia, que deveria utilizar em suas investigações os mesmos procedimentos das ciências naturais. Comte considerava como destaque de sua sociologia a reconciliação entre a "ordem" e o "progresso", pregando a necessidade mútua destes dois elementos para a nova sociedade, já que os conservadores defendiam a ordem em detrimento do progresso e os revolucionários eram ávidos pelo progresso, desprezando a necessidade de ordem. Acreditava que implantando a ordem através de um conjunto de crenças comuns a todos os homens, seria possível reverter a desorganização social e atingir gradativamente ao progresso.

Émile Durkheim, assim como Comte, também se preocupava com a ordem social. No decorrer de seus estudos, as constantes crises econômicas contribuíam para que o socialismo ganhasse força. Porém, Durkheim não concordava com o pensamento socialista de que as questões econômicas eram a causa da desordem social. Para ele, a causa da crise social seria a fragilidade da moral vigente. Para solucionar o problema da causa social, Durkheim considerava importante restabelecer a disciplina, criando novas ideias morais a fim de resgatar a consciência do dever, possibilitando relações estáveis entre os homens, isso através da ciência. Em relação ao industrialismo, Durkheim mostrava-se otimista, acreditava que a divisão do trabalho traria maior solidariedade entre os operários. Durkheim afirmava que os fatos sociais são coercitivos e exteriores às consciências individuais, que o individuo já é submetido, ao nascer, as regras e costumes criados por gerações anteriores, assim, o homem não possui criatividade em relação ao processo histórico. Para ele a sociedade poderia ser analisada da mesma forma que os fenômenos da natureza. Com isso, os sociólogos deveriam utilizar em seus estudos os mesmos procedimentos naturais e precisavam utilizar e se encontrar durante as suas investigações em um estado de espírito semelhante ao dos físicos ou químicos. Insistia que para restabelecer a "saúde" da sociedade seria necessário criar novos hábitos e comportamentos no homem moderno e assim, obter o bom funcionamento da sociedade. Segundo ele, a sociologia teria a função de detectar e buscar soluções para os problemas sociais, se convertendo assim, numa técnica de controle social e de manutenção do poder vigente.

Como o positivismo se preocupava com a manutenção e a ordem do capitalismo, os proletariados procuraram apoio no pensamento socialista, que trazia uma crítica radical ao pensamento capitalista e procurava superá-lo.

Os filósofos Marx e Engels merecem destaque por suas pesquisas de cunho sociológico e socialista. Esses dois estudiosos procuravam oferecer uma explicação da sociedade como um todo e, por isso, não estavam preocupados em fundar a sociologia como disciplina específica. Marx e Engels assimilaram, de maneira crítica, as três principais correntes do pensamento europeu do século XIX, o socialismo, a dialética e a economia política. Através dessa assimilação, constituiu-se a formação teórica e o desenvolvimento do pensamento sociológico crítico e negador da sociedade capitalista.

Anteriormente ao socialismo marxista, existiu o socialismo utópico, cujos principais pensadores foram Saint-Simon, Owen e Fourier. Na visão de Marx e Engels, embora os socialistas utópicos tivesse uma crítica contra a sociedade capitalista, não apresentavam meios de promover uma transformação nessa sociedade. Isso se devia ao fato desses pensadores representarem os interesses da sociedade, mas de uma forma apolítica, não reconheciam em nenhuma classe social o instrumento para a concretização de suas ideias.

Marx e Engels fundaram uma teoria científica de grande importância e inegável valor - O materialismo histórico – segundo o qual a investigação de qualquer fenômeno social deveria partir da estrutura da sociedade. Os fatos econômicos seriam a base de apoio aos outros níveis da realidade social, como religião, política, cultura, etc.

A análise da estrutura econômica da sociedade deveria ser pautada pela economia politica, todavia, Marx e Engels não concordavam com os economistas clássicos em relação à ideia clássica de que a produção de bens materiais seria uma contribuição isolada do homem, em caráter singular, pois estes perseguiam egoisticamente a seus interesses particulares. Para eles, o homem é um ser essencialmente social, portanto, contribui enquanto grupo para a produção dos bens materiais,

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