Os reinos Afro-islamicos da Costa
Por: Jose.Nascimento • 24/10/2018 • 1.309 Palavras (6 Páginas) • 415 Visualizações
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económica
A sua actividade económica principal era o comércio de escravos.
Estrutura social e aparato ideológico
No Xeicado de Sancul, a sucessão do poder fazia-se por alternância de linhagens, para evitar conflitos entre estas. Tal situação trouxe uma certa estabilidade de xecado, pelo menos até ao século XIX. A religião dominante era o islamismo.
Decadência
Sancul manteve uma certa lealdade à Coroa portuguesa, pelo menos até 1753, altura em que o Xeque de Sancul é assassinado por um comandante português. A partir de então, as relações tornam-se azedas, o que terá contribuído para a decadência do xecado no fim do século XIX e no princípio do século XX. A partir de 1885, Portugal levou a cabo campanhas de conquista e ocupação, em cumprimento das decisões da Conferencia de Berlim, encontrada uma forte resistência dirigida por Suali Bin Ibrahimo, também chamado Marave.
Xecado de Sangage
Origem
Nominalmente dependente do Sultanato de Angoche, estabeleceu a sua autonomia no primeiro quartel do século XIX na base de alianças com a administração portuguesa, com os dirigentes de Sancul e com comerciantes banianes da Ilha de Moçambique.
Base económica
A sua principal actividade económica era o comércio de escravos.
Estrutura social e aparato ideológico
A sucessão dos xeques de Sangage era definida por via matrilinear, o que garantiu o estabelecimento de fortes laços económicos e de parentescos entre o número reduzido de famílias do xecado.
Graças ao apoio português contra os seus vizinhos de Sancul e Angoche, Sangage possuía uma certa independência e prosperidade no comércio de escravos.
Decadência
No prosseguimento da sua campanha de conquista e ocupação, na primeira década do século XX, as terras do xecado foram ocupadas por portugueses e transformadas num regulado. Nesta campanha, encontraram uma forte resistência dirigida por Mussa-Phiri, derrotado em 1912.
Xecado de Quitangonha
Origem
Esse xecado foi formado no século XVI por emigrantes da Ilha de Moçambique.
Base económica
A sua principal actividade económica foi o comércio de escravos. A aristocracia de Quitangonha monopolizava toda a actividade esclavagista na zona compreendida entre a baía de Nacala e a Condúcia, estendendo-a até ao interior do território macua. Mantinha relações comerciais com Comores, Zanzibar e Madagáscar.
Estrutura social e aparato ideológico
A sociedade de Quitangonha era essencialmente patrilinear e a sucessão era hereditária. O islamismo garantia a unidade e a coesão desta sociedade.
Decadência
Tal com os restantes reinos atrás referidos, Quitangonha mantinha relações amistosas com autoridades portuguesas, desde o momento em que estas não interferissem na sua estrutura económica, politica e ideológica. Quando foram impostos na região os decretos anti-esclavagistas de 1836-1842, os Portugueses passaram a ser hostilizados pelas aristocracias de Quitangonha.
Quitangonha manteve a sua autonomia e resistiu a dominação portuguesa até ao princípio do século XX. Nessa resistência, destacou-se Mahamud Amade, que se opôs à penetração portuguesa.
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