BASES EPISTEMOLÓGICAS DA CIÊNCIA MODERNA

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É importante essa distância das lembranças pois a retomada ao passado dava a ele uma perspectiva das suas primeiras leituras de mundo. Os “textos, as “palavras”, as “leituras”, as “letras” daquele contexto aumentavam a capacidade de compreensão das perspectivas do autor sobre determinados objetos. Para Freire (1985), a memorização dinâmica de descrição do objeto não se constitui em conhecimento do objeto. Assim, no ato de ler de um texto ou uma situação, se apenas fixar o objeto, sem uma análise mais complexa, não significa entendimento plausível do mesmo. A alfabetização não deveria se resumir ao ensino puro da palavra, das sílabas ou das letras, em que o educador “preencheria” as cabeças vazias dos estudantes com palavras. O autor exemplifica essa ideia retomando a ideia de alfabetização de adultos baseados na memorização do “ba-be-bi-bo-bu”.

Por fim, a leitura de cada mundo particular é fundamental para a compreensão da importância do ato de ler, de escrever ou de reescrevê-lo, possibilitando a transformação através de uma prática consciente. Dessa forma, o processo de alfabetização deveria trazer consigo um universo popular, em que expresse sua real linguagem, trazendo em si a experiência pessoal e não do educador. O ato de ler implica na percepção crítica, interpretação e “re-escrita” do que se leu.

- Bibliografia

FREIRE, P. A importância do ato de ler em três artigos que se completam. São Paulo: ed. Cortez/Autores Associados, 1985, Coleção Polêmicas do Nosso Tempo, v. 4, 9ªed, p. 11-24.

FREIRE, Ana Maria de Araújo. Paulo Freire: sua vida, sua obra. São Paulo, Palestra no I Encontro Nacional de Educação de Jovens e Adultos – ENEJA, 25 de abril de 1998.