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A Onda, Sociologia

Por:   •  18/12/2018  •  1.362 Palavras (6 Páginas)  •  375 Visualizações

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Quando se trata de suicídio, é normal que se pense no estado mental do indivíduo, e não no estado social. É normal que se analise a vida daquela pessoa, e não se dê tanta importância à forma de como determinada pessoa enxergava o mundo, ou as circunstâncias e os elos sociais em que vivia. É incontestável de que existem padrões de relações sociais que estimulam ações tão extremas e reprováveis, como a de tirar a própria vida. Nessa perspectiva, Durkheim fala que tal o suicídio é fortemente influenciado por forças sociais. Enquanto a solidariedade social estava assegurada, no que diz respeito ao alto grau de compartilhamento de crenças e valores entre os membros do grupo, enquanto eles estavam interagindo frequentemente e intensamente, isso fazia com que existisse um maior grau de solidariedade social. Desta forma, quanto maior o grau de solidariedade social mais firmemente ancorados no mundo social estão os indivíduos e será menor a probabilidade deles cometerem suicídio. No caso de “A onda”, o rapaz não estava mais ancorado em seu grupo e com a primeira adversidade que surgiu, o fim do grupo, ele cometeu suicídio. Ratificando assim, que o suicídio é inversamente proporcional ao grau de integração e união entre os indivíduos de uma comunidade social.

De acordo com o sociólogo Talcott Parsons uma sociedade está equilibrada quando a família sabe educar as novas gerações. Seguindo esse pensamento um dos motivos que levaram com que os alunos fossem manipulados de tal maneira, seria um desequilíbrio na família e consequentemente na educação, donde não houve uma estrutura educacional para que os mesmos possuíssem uma base para a formação de seus ideais.

O final do filme mostra como as forças sociais são capazes de levar um individuo a cometer o suicídio, como foi o caso de Tim. Além de ser perceptível que anomia e famílias desagregadas são terrenos férteis para ditaduras. “A Onda” nos apresenta razões para não aceitarmos a autocracia e não nos deixarmos levar pela alienação política.

Essa história transmite a ideia de que a anomia social (ausência de valores) não existe apenas em um contexto de guerra, mas também atualmente, em que as regras de convivência e ética estão bastante relativizadas. Pagando um alto preço, o professor demonstrou como é fácil manipular as massas num clima totalitário, ele acaba perdendo o controle da situação por ele criada e acaba acontecendo uma tragédia. O professor teve que mostrar com provas de que aquele grupo se tornara um grupo fascista, evidenciando que em apenas uma semana eles começaram a se sentir diferentes, unidos e melhores ou superiores aos outros. E o pior, podendo tomar atitudes que em situação normal nunca tomariam, tornaram – se extremamente obsecados pela “onda” e eram capazes de ameaçar, torturar e até matar quem se opusesse aos seus ideais extremistas. Por fim, a pergunta do início da semana foi respondida por meio de evidências, de que na Alemanha era sim possível ainda existir um governo fascista.

REFERÊNCIAS

BERGER, PETER. “A sociologia como forma de consciência”. In: Perspectivas sociológicas. 29ª edição. Petrópolis: Vozes, 2007.

BERGER, PETER & BERGER, BRIGITTE. “Socialização: como ser um membro da sociedade”. In: Foracchi, Marialice M. & Martins, José de Souza. Sociologia e sociedade – leituras de introdução à sociologia. Rio de Janeiro: LTC, 2008.

BRYM, ROBERT et al ii. “Cultura”. In: Sociologia: sua bússola para um novo mundo. São Paulo: Thomson Learning, 2015.

________. “Uma bússola sociológica”. In: Sociologia: sua bússola para um novo mundo. São Paulo: Thomson Learning, 2015.

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