A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE NEGRA
Por: eduardamaia17 • 18/4/2018 • 2.468 Palavras (10 Páginas) • 366 Visualizações
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Após esta abolição foi-se instaurado uma ideologia de branqueamento por meio da Corte, trazendo imigrantes da Itália e da Alemanha, a fim de branquear a população visto que os negros eram em sua grande maioria, o que revela mais um descaso frente a população negra pós-abolição, visto que estes novos imigrantes é que tomaram o mercado de trabalho da época.
Este branqueamento refletiu na assimilação da cultura branca pelos negros, o que ocasionou a perda do conhecimento e dos valores da cultura negra, também refletindo a cerca da democracia racial, havendo um atraso em relação à política do Estado visando a igualdade racial.
Estes resquícios da perda de identidade do negro se refletem até os dias atuais, quando o jovem negro se sente desvalorizado pela sua cor, quando o negro tenta se esbranquiçar para se sentir aceito no meio social, quando este negro tenta alisar o seu cabelo para ter o cabelo do branco, quando este negro não se acha capaz o suficiente pelo fato de ser negro, e ter o ato de se vestir e se comportar “como os brancos”, tendo assim todo este esforço para se sentir aceito perante a sociedade branca. Estas vontades de ser aceito no meio branco se incita ao individuo negro devido às influencias sociais que são expostas em várias das instituições sociais que o individuo está inserido, como escolas, mídias sociais, a próprio âmbito familiar e mercado de trabalho.
Este trecho de FANON(2008) reflete bem a realidade dos jovens negros na atualidade, aonde o ato de se esbranquiçar reflete na sua capacidade intectual, num contexto aonde o negro para a sociedade se repercuti como um ser de inteligência inferior em comparação ao branco.
Solicitado, o branco consente em lhe dar a mão da irmã, mas protegido por um pressuposto: você não tem nada a ver com os verdadeiros pretos. Você não é negro, é “excessivamente moreno”. Este processo é bem conhecido pelos estudantes de cor na França. Recusam-se a considerá-los como verdadeiros pretos. O preto é o selvagem, enquanto que o estudante é um “evoluído”. Você é “nós”, lhe diz Coulanges, e se o consideram preto é por equívoco, pois de preto você só tem a aparência. (FANON, 2008, p.73)
Este pensamento de superioridade do branco demonstrar a sua monopolização do poder, o que leva a marginalização do negro destacando a diferença e a desigualdade social, tratando o grupo negro como “menos valor humano”.
Este racismo esta presente nas conjunturas atuais da cidadania, por meio de imposições de distanciamento sociais, sendo implantadas a partir da significativa diferença de renda e de educação para negros e brancos, tendo assim por meio da desigualdade social e econômica a separação entre raças.
Para que haja a construção desta identidade perdida é necessário que estes indivíduos se apoiem em grupos para que através da união dos traços de solidariedade e de fortalecimento haja a construção de identidade negra, isto auxilia os indivíduos a amenizarem os seus conflitos internos e a unir o grupo em ideias comuns.
Havendo assim o conhecimento de que ser negro é ter a sua identidade negada no contexto social, mas também é de ter um resgate histórico da vivencia negra e a partir deste resgate construir o fortalecimento do individuo, sendo este fortalecimento não só no âmbito étnico, mas de fortalecimento político e coletivo.
Os negros percebidos como agentes, como pessoas com capacidades cognitivas e mesmo com uma história intelectual – atributos negados pelo racismo moderno. (GILROY, Paul, 2001, p.40)
Esta construção de identidade do negro não se dá somente no âmbito individual, mas na construção de uma identidade social e étnica, está identidade então é fundada no momento que o individuo reconhece no outro negro a mesma cultura, origem e história comuns, formando assim um grupo de multo apoio.
Retornar a identidade do negro é abrir espaços para a cultura, valores, educação, transformação do ser, e costumes do povo negro, visto que estes espaços foram velados devido à imposição de um “processo civilizador”. Estas manifestações na forma de se vestir, de ter orgulho do seu cabelo crespo, no trançar dos cabelos, da forma de dançar se manifesta como um ato político e de expressão da cultura afro-brasileira, reafirmando assim o seu pertencimento e a sua identidade negra.
Se o negro brasileiro que emergiu da senzala é um elemento culturalmente híbrido, as manifestações culturais religiosas que surgiram a partir dessa mistura também parecem marcadas por essa característica. Diferentemente do que ocorre no pensamento social, a África está presente nos cultos afro-brasileiros, mesmo que diluída. (COSTA, 2007, p.9)
Dessa forma a construção de identidade do negro no Brasil se dá primordialmente por meio da escravidão no país, tendo apenas resquícios em relação à África. O que se difere no contexto caribeno, aonde o pensamento social é marcado pelo contexto africano e não de escravidão.
No que diz respeito em relação à realidade educacional brasileira é possível identificar o frágil processo de um ensinamento amplo e satisfatório no que diz respeito a um envolvimento étnico-racial. Abordando esta temática de forma equivocada e não tendo um aprofundamento histórico e cultural do negro no contexto brasileiro.
Havendo assim uma necessidade de modificação deste discurso, para se trabalhar uma articulação com a cultura e valorização do negro em espaços institucionais, ampliando assim uma abordagem cultural e social, construindo assim um espaço aonde a criança negra desde cedo possa afirmar sua identidade e ter conhecimento sobre sua cultura.
Portanto, é imprescindível a implementação de políticas publicas educacionais que direcione para um processo de igualdade racial e que promova a construção da identidade negra dentro do âmbito escolar. Visto que se precisa avançar para uma abordagem plena da historia e cultura negra.
Posto que a realidade da educação básica não cumpra este papel de construção da identidade do negro, este individuo só irá ter um amplo conhecimento sobre a luta negra através de sua inserção no ensino superior. Em razão do extenso espaço para o dialogo entre estudantes e professores e do amplo conhecimento acadêmico a cerca do tema. Construindo assim a sua identidade a partir deste contato com pessoas do mesmo grupo étnico e de uma conjuntura política que está presente dentro das Universidades.
Tendo assim este debate sobre questões raciais dentro e fora de exposição de aulas, dado que esta construção de identidade
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