LEITURA DE IMAGEM: MICHELANGELO
Por: SonSolimar • 14/4/2018 • 1.798 Palavras (8 Páginas) • 373 Visualizações
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2.3 Projeto Arquitetônico [pic 3]
[pic 4]
3 Analise Projeto Arquitetônico da Praça do Capitólio (1534)
3.1 A Gestalt
Levando em conta os princípios da Gestalt, analisamos a imagem para identificar seus principais elementos de composição. Tratando não como a semiótica, que faz a análise da ligação e significado das partes da composição, mas sobre a percepção humana, da forma em que estruturamos mentalmente os elementos gráficos.
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3.2 Sobre a Obra
Localizada em Piazza di San Pietro in Viscoli ,Roma ,Itália . Está no tumulo do papa Julio II , foi iniciada em 1513 e terminada em 1515. Foi feita no período do Renascimento italiano.
Sendo representado sentado; o corpo volta-se para frente, a cabeça com a pujante barba olha para a esquerda, o pé direito repousa sobre o solo e a perna esquerda acha-se levantada de maneira que apenas os artelhos tocam o chão. O braço direito une tábuas a uma parte da barba e o esquerdo repousa sobre o colo.
O material utilizado é o Mármore branco de Carrara e só pode ser contemplada de frente do sepulcro.
O nome dessa escultura é Moisés. Como o nome diz é de temática bíblico. É o profeta Moisés ao regressar de sua estancia de 40 dias no monte Sinai, com as tabuas da Lei de baixo do braço, contempla horrorizado os israelitas abandonando o culto a Deus e adorando um bezerro de ouro. Sobre uma descrição mais pormenorizada de sua atitude pode se usar a teoria de Lubke [1863,666]: "Profundamente abalado, agarra com a mão direita sua barba a derramar-se(...)". e de Grimm[1990,189] diz; Sob cujo braço as tabuas repousam.
Sobre o qual das artes seria o mais importante. O Epíteto de gênio nunca foi empregado com tanto caráter quanto a Michelangelo, foi o paradigma da personalidade genial. Sua técnica preferida era a talha em mármore, ele utilizava materiais, como talha em pedra, cinzéis e pua, possuía uma técnica extraordinária, sabia lidar com os materiais, escolhia dos blocos de pedra até o esmeraldo polimento final, utilizava também, a linguagem tridimensional em suas esculturas, sabia contextualizar a predominância das cores, dos volumes, tinha uma organização icônica incrível. Seus aspectos de temática, tinha como proposta a interpretação do artista ao período, ao seu repertório, em Moises, podemos subjugar várias temáticas, pois o artista não expressava verbalmente o que criava.
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3.3 Etapa contextualização
Esse trabalho foi o que mais trouxe problemas para Michelangelo. Foi feito um contrato com o papa Júlio II, até a sua conclusão foram mais de 30 anos, acorreram brigas e uma série de mudanças no projeto, elas causaram um grande atraso a confecção daquele que seria o túmulo de Júlio II.
No projeto o túmulo teria três andares ornados com quarenta estátuas em Mamoré, com relevo em bronze, com uma planta de 7x11m. Moisés seria esculpido juntamente com são Paulo, pois certa vez ambos revelaram a visão de Deus.
Michelangelo partiu para Carrara para escolher o mármore para esse afim, o papa ordenou-o que partisse, ele (Michelangelo) ficou oito meses escolhendo, contratando e transportando em embarcações e animais, o material com maior qualidade e que por sua vez era também era o que possuía mais beleza, depositavam todo esse material na Praça de São Pedro, no vaticano; desse modo, acabou chamando atenção das pessoas, e acabou se tornando uma atração popular.
O Papa Perdeu o interesse pelo Túmulo e acreditou numa proposta de Donato Bramante, O Arquiteto famoso da Época, que era sabidamente um desafeto de Michelangelo, a proposta era a construção de uma majestosa basílica de São Pedro.
Michelangelo não satisfeito partiu para Roma, retornou dois anos depois, tinha o intuito de continuar a obra de Moisés, o Papa Júlio II o convenceu a fazer o teto da capela de sistina, utilizando a técnica de afresco, (que corresponde a duas quadras e meia de tênis), por sua vez, se tornou uma das suas obras mais famosas e que despendeu mais sacrifício.
Após alguns anos morre o papa Júlio II e os papas que o sucedem começaram a colocar obstáculos para a conclusão de Moises, nesse momento, Michelangelo escapa para Firenze, declarando o seguinte: “O Moises é a Tragédia da minha vida.” Os herdeiros de Júlio II ameaçaram Michelangelo com ações judiciais.
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Na Época do contrato Michelangelo tinha 30 anos, agora com 70, ficava triste ao ouvir as acusações dos herdeiros de seu contratante que diziam: “Ao Invés de um soberbo mausoléu, o trabalho ficou reduzido a uma mísera parede. ”
Como vemos a imagem hoje? A Imagem de Moises pode ser vista como um projeto de vida, representa os Obstáculos que sucederam a vida de um artista, mesmo não acompanhando o seu projeto inicial e sofrendo modificações, o Michelangelo soube transmitir e influenciar a arte de uma forma espetacular. Foi um artista revolucionário, que criou a imagem de Moises a várias mensagens subliminares, foi um desenvolvedor de um olhar simples ao mundo.
3.4 Interpretações subjetivas
É possível que com a finalização da obra, Michelangelo golpeou-a no joelho, com a marreta e gritou: Perché nom parli? (Porque não falas?), a escultura revela uma potência de personalidade.
Os chifres na cabeça de Moises são referências a uma interpretação medieval do Livro do Êxodo (34,29), os artistas desse período medieval representavam Moises com um par de chifres, pois representavam em uma simbologia da eminência da elevação, do poder.
Surge também outra questão, Michelangelo pretendeu criar um estudo eterno de caráter e estado de ânimo neste Moises ou retratou-o num momento determinado de sua vida, e quis recriá-lo, pois foi muito significativo?
Segundo pesquisas de arte, Michelangelo está retratando o momento em que o profeta deixa o Monte Sinai, com as tábuas da lei nos braços, e nesse momento, ele depara com seu povo adorando um bezerro de ouro. O psicanalista Freud acredita que se trata do momento em que Moisés consegue controlar a sua ira e, em vez de quebrar as Tábuas da Lei, mantém-se calmo e comedido. Freud diz: “Dessa maneira, [Michelangelo] acrescentou algo
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