RESUMO ARQUITETURA BARROCA

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Glória ou Glorificação: efeito cenográfico que mostra a união entre Terra e Céu, exaltando o triunfo da religião. Usualmente é feita através de uma combinação de várias formas de arte, como arquitetura, pintura e escultura. Pode aparecer em paredes ou tetos(em geral, edifícios religiosos).

Quadratura: pintura que utiliza a técnica ilusionista do trompe l’oeil, para substituir elementos reais da arquitetura, simulando sua continuação em desenhos em perspectiva. Permite simular cenários celestes (glórias), com figuras esvoaçantes, como se o forro ou parede do cômodo se abrisse para o exterior...

Bossagem: aparelhamento escultural (ou tratamento) dado à cantaria, agregando-lhe uma função decorativa. Muito usada desde o Renascimento, adquire formas não usuais durante o Barroco. Muitas vezes, a bossagem é feita diretamente com a própria argamassa, que passa a imitar a pedra aparelhada...

DESENHO ESQUEMÁTICO:

1: Bossagem de aparelhamento bruto.

2: Bossagem de aparelhamento reto.

3: Bossagem de aparelhamento em ponta de diamante.

4: Bossagem de aparelhamento em meia esfera ou em besante.

Ordem Colossal: ou ordem gigante. Não se refere a um estilo, mas à sua estrutura: caracteriza-se por colunas que atravessam mais de um pavimento, perfurando a cimalha correspondente ao piso em que nasce. Apareceu pela primeira vez, em 1462, no projeto da Basílica de Sant’ Andrea (Mântua), de Leon BattistaAlberti. Desde então, foi muito usada, como em obras de Michelangelo, Palladio, Bernini, Borromini, etc.

Paredes côncavas e convexas: A parede é o principal suporte e tem caráter dinâmico. Ondula-se e modela-se permitindo plantas flexíveis. Os vãos que se abrem podem ter formas complexas, ovais, etc.

Espaço e geometria:

A arquitetura barroca utiliza geometrias mais complexas que, a partir de elementos geométricos da planta, geram movimentação de fachadas e volumes (paredes e coberturas).

O espaço interior parece estar sob a tensão constante de forças em expansão e contração. E só através da experiência de um espectador em movimento, memorizando mais visões sucessivas, é possível compreender o todo do edifício.

O jogo de luz e sombra é explorado para acentuar a movimentação e criar efeitos cenográficos de profundidade, surpreendendo o olhar. Cor e material acentuam a geometria e o desenho dos volumes.

A planta retangular dá lugar a planta selípticas, circulares, mistas. Assim, o espaço interior se concebe como forma fluida, dominado por superfícies curvas, com decoração rica e colorida, potencializando o efeito cenográfico e teatral da arquitetura barroca.

Os materiais:

Predomina a variedade: pedras, cerâmicas, estuque, madeiras, bronze. Em alguns edifícios, em especial nos interiores, empregam-se mármores de diversas cores para conseguir a suntuosidade procurada pela teatralidade barroca.

Frequentemente, foram utilizados todos esses materiais ao mesmo tempo e no mesmo edifício...

Coberturas e tetos:

Os sistemas de teto (ou forro) internos são variados. As abóbadas de berço, de aresta e semiesféricas são as mais características.

Frente a estes elementos já utilizados no Renascimento, se ensaiam novas abóbodas ovais ou estreladas internas, que obrigam a construção de cúpulas no exterior do edifício.

Também se constroem cúpulas falsas: a cúpula sobressai no exterior, mas interiormente é absorvida, como superfície semiesférica pura, pelas glorias e quadraturas, num turbilhão de figuras, pinturas, molduras e fingimentos celestes.

AS OBRAS

No âmbito da arquitetura, o barroco surge na Itália, com dois importantes arquitetos do século XVII:

Gianlorenzo Bernini (que propõe certa continuidade com o período anterior, maneirista) e Francesco Borromini (que trabalha com a ruptura total, criando uma nova linguagem formal).

Ambos criaram formas livres e complexas, assimilando para a tradição clássica realidades políticas, litúrgicas e topográficas que os ideais do Renascimento de formas purase edifícios livres não haviam absorvido, e são os grandes responsáveis pela criação da imagem mítica da Roma barroca.

GIANLORENZO BERNINI

Talvez o maior escultor barroco e um dos grandes escultores de todos os tempos. Passa a estudar arquitetura, tardiamente, por um pedido do seu grande patrono inicial, o Papa Urbano VIII, que queria que ele assumisse as obras de São Pedro. Trabalhou principalmente em Roma, como escultor e arquiteto, porém também foi pintor e organizador de espetáculos de pirotecnia.

Principais obras:

- Fachada da Basilica de São Pedro, Vaticano;

- Baldaquino de São Pedro, Vaticano;

- Colunata e Praça de São Pedro, Vaticano;

- Entrada do Castelo de Santo Ângelo, Roma;

- Igreja de Sant’ Andrea al Quirinale;

- Colégio de Ariccia;

- Igreja de Santa Maria, em Ariccia;

- Palácio Montecitorio;

- Palácio Chigi Odescalchi; e

- Escada Real, Vaticano.

Colunata de São Pedro (1675)

Vasta ornamentação arquitetônica, concebida para compensar a largura excessiva da fachada da Basílica de São Pedro, em que Bernini trabalha ao mesmo tempo, o tratamento barroco do espaço e da perspectiva, a grande fachada da basílica é o foco da praça. A entrada principal se dava por um acesso lateral, e não frontal como ocorre hoje, com a intervenção do período de Mussolini.

São três galerias, em elipse, que proporcionam um acesso teatral à Basílica, causando surpresa emovimentação espacial.

Oratório de Sant´AndreaalQuirinale(1658-60): Bernini

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