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Panorama da Econômica no Século XX

Por:   •  21/3/2018  •  1.357 Palavras (6 Páginas)  •  372 Visualizações

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O polo de crescimento de Perroux, assim como os Blocos Econômicos, formam um novo panorama regional constituído pela Indústria Motriz e indústrias movidas que pode ou não implicar em um processo de desenvolvimento da região. O desenvolvimento segundo Perroux (1967) é a combinação das transformações de ordem mental e social de uma população que possibilita o aumento cumulativo e duradouro do seu produto real global. Segundo Moseley, a diferença entre desenvolvimento e crescimento está no fato de que o primeiro está ligado ao processo de expansão quantitativa juntamente com uma mudança qualitativa, o que não ocorre no segundo.

Ou seja, para haver desenvolvimento é preciso necessariamente que haja crescimento. Porém, o crescimento não implica obrigatoriamente em um desenvolvimento. Um “polo de desenvolvimento” não incorpora apenas o campo das variáveis econômicas, mas também social, político e cultural no espaço geográfico. A discussão entre a classificação de países desenvolvidos e subdesenvolvidos é muito antiga e ao mesmo tempo instável, pois muitos países não se enquadram perfeitamente nessa classificação.

Foi criado em 1990 o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que tem como função medir o grau de desenvolvimento humano dos países com base na expectativa de vida ao nascer, educação e PIB. Porém, o IDH é alvo de muitas críticas, pois tenta englobar muitos aspectos ao mesmo tempo, sem aprofundar nenhum deles. Dessa forma, como já dito antes, acabam classificando incorretamente os países.

No aspecto econômico, os países desenvolvidos são os que participam do setor secundário e terciário. Ou seja, possuem estrutura industrial completa, produzem bens de consumo industrializado, tem o domínio da tecnologia, possuem mão de obra qualificada, entre outros aspectos. Com isso, exercem a dominação sobre os países subdesenvolvidos.

Estes, fazem parte do setor primário da economia, fornecendo a matéria prima para a indústria de transformação, normalmente localizada nos países desenvolvidos ou em desenvolvimento. Tem como característica principal a desarticulação econômica, a dominação exercida sobre eles e a não cobertura do estatuto humano de sobrevivência.

A desarticulação da economia diz respeito à falta de uma rede homogênea de preços, fluxos e informações. Sem contar com a insuficiência de infraestrutura e meios de transporte material e intelectual. Dessa forma, ao aplicar-se uma força de crescimento em determinado ponto, este não se propaga em um vasto conjunto, exemplo de uma carência geral de comunicação, causando assim um desequilíbrio econômico e social na região.

A dominação é fruto desde a colonização e até hoje alguns países sofrem as consequências. Os países dominantes, mesmo após a descolonização, continuam impondo condições ao desenvolvimento dos “colonizados” através da restrição do crescimento econômico dos mesmos. Assim, muitos países não alcançam o progresso, pois não conseguem desprender-se da dependência dos países dominadores.

Mesmo em contexto de crescimento, os países subdesenvolvidos não alcançam o êxito na distribuição de benefícios de modo a garantir a sobrevivência e reprodução social em condições modernas. Nessas sociedades, é muito comum a não cobertura do estatuto humano de sobrevivência. Ou seja, os níveis de educação, saúde, infraestrutura, alimentação entre outras características essenciais a vida, são tão baixos que o crescimento e o desenvolvimento não conseguem disseminar-se.

Para uma maior organização da disseminação do crescimento e do desenvolvimento econômico, Perroux propõe a “racionalização” do desenvolvimento onde as grandes empresas deveriam reinvestir seu capital na própria região e regiões de maior crescimento deveriam auxiliar as mais necessitadas. Seria necessário realizar “planos de expansão de infraestrutura” e arranjos cooperativos entre países para atingir níveis igualitários de crescimento e desenvolvimento.

Segundo Perroux, o “desenvolvimento recíproco” teria três frentes: redes de polos de desenvolvimento extra nacionais, criação de blocos regionais transitórios entre nações e maior valorização do homem. Se não houver articulação entre os polos ou mesmo entre os países, não haverá crescimento, nem muito menos desenvolvimento. Assim, como afirmou Perroux: o desenvolvimento é pleno na medida em que pela reciprocidade dos serviços, prepara a reciprocidade das consciências.

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