CARACTERÍSTICAS FORMAIS DA ARQUITETURA DA TERCEIRA GERAÇÃO
Por: Kleber.Oliveira • 30/8/2018 • 2.368 Palavras (10 Páginas) • 881 Visualizações
...
LE CORBUSIER E A “TERCEIRA GERAÇÃO”: A CAPELA DE RONCHAMP
O desenvolvimento das obras de Le Corbusier se incluem ao “neobrutalismo”. Dessa forma ele fica ciente de ter superado com sua obra brutalista o limite que separa o Movimento Moderno e os novos padrões formais para atribuir-se a nova realidade.
A Capela de Ronchamp se tornou uma das obras mais claras sobre a revisão formal que foi inserida nos anos 50. Em Ronchamp podemos observar que se atinge elevados níveis de expressividade e uma arquitetura épica que pretende rememorar os valores espirituais de seu destino como edifício religioso.
A capela é formada por formas curvas, côncavas e convexas desenvolvidas em muros espessos e na cobertura gigante, com claras ressonâncias aaltianas em seu interior, e em sua textura contrastam o granulado branco dos muros e o concreto bruto da cobertura.
A ideia de arquitetura de lugar se da em seu interior, em que o espaço cultural se define através da luz, formas, materiais, valores simbólicos.
Le Corbusier em suas obras mostra seu esforço por novas formas, ao contrário do seu trabalho em “Unité d’habitation, onde os arquitetos buscavam volumes repetitivos e então ele renuncia para obter a distinção do símbolo e o monumento como no caso da Capela de Ronchamp.
A ÓPERA DE SIDNEY, DE JÖRN UTZON
O projeto de sua obra venceu o concurso internacional de Sidney e mostra claramente as marcas da “terceira geração”. O arquiteto desenvolveu um novo conceito de monumentalidade para uma arquitetura pública.
O edifício se apoia sobre uma plataforma sobre a água por onde surgem cascas que atuam conjuntamente como fachadas e coberturas. Escalinatas ocupavam toda a largura da plataforma e dessa forma marcam a transição entre o espaço urbano cotidiano e o espaço da cena e música. Sua proposta final alcança leveza e esbelteza, ao mesmo tempo em que os arcos são autoportantes.
A CONTINUIDADE DA ARQUITETURA EXPRESSIONISTA
O expressionismo alemão se elaborou com base na arquitetura dos anos 20 tendo com um dos seus principais arquitetos Hans Scharoun que uniu os experimentos da transparência, luz, fluidez espacial com características especificas da arquitetura pós-guerra. Mostrando assim que o Movimento Moderno não era absoluto.
O EXPRESSIONISMO ESTRUTURAL
Podemos destacar obras de Pier Luigi Nervi na Itália, onde, priorizou o uso de simetria, regularidade, solidez e horizontalidade em que desenvolveu formas únicas e usou materiais para configuração de grandes espaços em planta livre, são esses o concreto armado e o tijolo aparente. Mostrando que o expressionismo estrutural busca as novas formas e técnicas, porém se tem mais experimento que produção.
O CASO DA ARQUITETURA ESCULTURALISTA HOLANDESA
A arquitetura esculturalista holandesa tem arquitetos atentos a qualidade da sua arquitetura, por sua produção industrial e pelo custo da residência massificada. Buscavam o resgate do vigor plástico (arquitetura racionalista) e tornando-a uma arquitetura reconhecida mundialmente por sua técnica rigorosa, com direta e mesurada força formal que sugere um caminho critico ao funcionalismo estrito, porém apenas as vezes caiu no historicismo ou nos excessos formais.
TAD 01 -
MUSEU DE ARTE DA PAMPULHA – MAP
[pic 1] [pic 2]
FONTE: AU.PINI
O Museu de Arte da Pampulha foi projetado em 1940 por Oscar Niemayer e teve como princípio funcionalista a influência de Le Corbusier. Os jardins projetados por Burle Marx circundam o edifício e mostram suas formas sinuosas com grandes blocos ou manchas de cores, com espécies da flora brasileira. O edifício a principio foi projetado com o intuito de ser um cassino, que logo ao ser inaugurado atraia jogadores de diversas cidades, porém em 1946 com a proibição do jogo no Brasil, o cassino foi fechado. O MAP foi o primeiro projeto do Conjunto Arquitetônico da Pampulha. E só passou a funcionar como museu em 1947, data em que era conhecido como “palácio de cristais”, o edifício é tombado nas esferas municipal, estadual e federal. Atualmente oferece visitas orientadas, técnicas e mediadas, incluindo também oficinas, atividades e exercícios práticos, encontros e conversas com artistas e convidados.
Em sua implantação pode-se perceber que se tirou o máximo de proveito possível. O MAP possui uma rica frontalidade com o volume retangular principal onde possui o foyer, salas de jogos em platôs livres, fachada envidraçada em dupla altura e a marquise de concreto à entrada. Uma parte do pavimento é voltada para o lago, e repousa sobre uma fileira de pilotis finos que geram um vão no térreo em que se aloja uma galeria externa coberta.
O projeto é dividido em três blocos em volumes diferentes, dois paralelepípedos e um cilindro que se conectam através de rampas, passagens e escadas representando uma versão brasileira do modernismo sem rigidez para se organizarem em formas livres e plásticas que é concebida através do uso do concreto.
[pic 3][pic 4]
Fonte: Au.Pini Piso superior- Fonte: Au.Pini
[pic 5]
Corte – Fonte: Au.Pini
CASA DO BAILE
[pic 6] [pic 7]
FONTE: Império Mineiro FONTE: GuiaBH
A Casa do Baile foi projetada por Oscar Niemayer possuindo um restaurante e uma casa de dança, com o intuito de completar o Conjunto Arquitetônico da Pampulha e proporcionar um espaço para o lazer da população. Nos anos 80, funcionou como anexo do Museu de Arte da Pampulha, como restaurante e acabou novamente fechada. Como reconhecimento de sua importância para a identidade cultural do país, a edificação mereceu o tombamento em esfera federal, estadual e municipal. Foi restaurada por Alvaro Hardy e Mariza Machado Coelho, seguindo os conceitos do projeto original de Oscar Niemeyer. Após o restauro em 2002 foi reaberta e o uso da Casa do Baile passou a abrigar o Centro de Referência de Urbanismo, Arquitetura e Design. Esta mudança prioriza a preservação de um dos maiores patrimônios da arquitetura mundial, atribuindo o pleno uso público,
...