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A arquitetura do novo milênio - Benevolo

Por:   •  2/11/2018  •  3.673 Palavras (15 Páginas)  •  476 Visualizações

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Assim, ao tratar da produção contemporânea, elege "mestres" europeus cuja produção passa ao largo das turbulências ideológicas dos anos 60 a 80: a revisão crítica pós-moderna.

No livro, Benevolo, passa a classificar os“mestres” que eram os mais renomados da época como herdeiros, inovadores e impacientes. E que seria esses três nomes?

1º Herdeiros, o significado já diz “aquele que sucede na totalidade ou em parte da herança, o sucessor”. Benevolo foi bem especifico em relação a esse capitulo, os arquitetos que entraram nessa classificação, foram todos Modernistas, onde utilizando quase em todas as suas obras materiais industriais, como o concreto, o aço laminado e o vidro em grandes dimensões. Na época eles revolucionaram, pois tudo era algo novo para as pessoas, pois tinham acabado de sair do pré-modernismo, foi um período de transição entre simbolismo e o modernismo.

- HERDEIROS

Os herdeiros da tradição moderna europeia, cuja ética racionalista e a lógica da utilização das novas técnicas e materiais se mantêm nos limites da modernidade canônica são analisados em detalhe as obras de Gino Valle, Vittorio Gregotti, Giancarlo De Carlo, Rafael Moneo, Álvaro Siza. Seus repertórios têm longos precedentes em uma época anterior, no meio do século entre a Segunda Guerra Mundial e a mudança dos anos 90, mas sofreram uma mutação que os destaca das circunstâncias de origem e os coloca de algum modo fora do tempo, seus estilos derivam de uma seleção voluntária, que leva em consideração as demandas transformadas. É a tensão subjacente que dá qualidade à sua produção atual, distinguindo-os dos inconsequentes continuadores das tendências daquela época e de suas ramificações.

Gino Valle, já falecido, herdou o escritório de arquitetura de seu pai Provino Valle, e pôde confrontar o programa do movimento moderno com uma probidade profissional mais antiga, distante das contraposições de princípio. Sob a escolta dessa educação, segue atentamente o debate cultural italiano pós-guerra, mas evita as escolhas de princípio, cuidando em primeiro lugar do domínio da técnica e da gestão da construção civil, que, diferentemente de todo os outros, ele aprendeu na prática, não no meio universitário: assim incorpora as exigências dos modelos antigos e novos em edifício evoluído, como um grau de coerência interna incomum. Gino Valle representou outra maneira de ser regionalista, aquela em que o arquiteto centraliza sua arquitetura em apenas uma cidade, geralmente sua cidade natal. Valle foi um grande arquiteto, mas sua obra não se restringiu somente à cidade de Udine. Na Europa esta preocupação aconteceu principalmente pela devastação gerada pela Segunda Guerra Mundial, estes arquitetos queriam contribuir com o ressurgimento de sua cultura, e reconstruíam as cidades. Deixa obras excelentes não somente na Itália, mas também em várias partes do mundo. Seu talento mais secreto revela-se em alguns artefatos comemorativos, os monumentos aos caídos de Udine (1959-1969), o projeto não executado em memória dos caídos de piazza della Loggia, no cemitério de Brescia (1975), o túmulo Passolini em Casarsa (1977): os mais comovidos e compostos já projetados na Itália moderna, sem nenhum tipo de complacência. A experiência de Gino Valle, única em seu gênero pela alta qualidade não exibida, mas demonstrada concretamente, não indica novas tendências gerais. Coloca em evidência a necessidade, e também o fascínio, de tirar das circunstâncias o melhor resultado possível. O ofício da arquitetura encarrega-se de um grande número de condicionamentos positivos e negativos, que ele preferia não evitar, extrair deles uma soma positiva é um empreendimento único, que presta um serviço a toda a coletividade.

Vittorio Gregotti nasceu no Norte de Itália, Novara, em 1927. Em 1950 obtém a licenciatura em arquitetura na universidade de Milão e começa a sua carreira colaborando na conhecida revista Casabella. Começou a projetar no auge das discussões ideológicas do pós-guerra italiano. Esteve presente em todas as fases subsequentes, mantendo relações atentas com artistas, literatos, especialistas de todo tipo, clientes, administradores, e dosando judiciosamente as contribuições acolhidas em seu grupo de trabalho. Hoje depois de cinquenta anos e de diversas transformações organizativas, o Gregotti Associati acumulou experiências em todas as escalas projetuais, do design à construção civil e urbanística. Gregotti ainda desenvolve pessoalmente uma atividade crítica e autocrítica importante, não ocasional, mas profissionalmente cultivada.

Devido essencialmente à sua originalidade, Vittorio é conhecido como um grande impulsionador da arquitetura mundial, por ter influenciado não só muitos arquitetos da nova geração, como também, e essencialmente, pelas inovadoras linhas implementadas nas suas obras. Vittorio é o autor de edifícios como o Centro Cultural de Belém, em Lisboa, o Estádio Olímpico de Barcelona, entre outros.

Giancarlo de Carlo sempre combinou percursos mentais com uma inexaurível curiosidade e disponibilidade para as oportunidades concretas, e, ainda hoje, depois de mais de meio século de atividade, é impossível reconhecer-lhe uma fisionomia estabilizada. De Carlo vê a participação como uma luta pela construção de uma racionalidade dialógica na arquitetura. Uma racionalidade construída não a partir dos anseios e conceitos dos arquitetos, mas sim, da coletividade. Porém não concorda com o advocacy planning, pois considera que esta postura tira do arquiteto o impulso criativo, reduzindo-o a um tradutor dos anseios coletivos. Insiste que o arquiteto deve trazer a inovação, enriquecendo o debate participativo, superando o repertório existente daquela coletividade. O fortalecimento das pequenas comunidades, longe de nostálgico, é um passo rumo a uma sociedade mais cosmopolita, onde a consciência de cada um quanto ao seu papel na coletividade seja maior e, portanto, sejam os homens mais livres. É a mensagem que fica na arquitetura de Giancarlo De Carlo: arquitetura é a arte de se construir espaço para se viver junto.

Rafael Moneo sempre apresentou uma arquitetura com inerente arbitrariedade como algo discreto. Em outras palavras, a arbitrariedade da forma desaparecia na construção, e a arquitetura atuava como ponte entre as duas. Hoje, a arbitrariedade da forma é evidente nos próprios edifícios, porque a construção é destituída do jogo projetual. Quando a arbitrariedade é tão claramente visível nos edifícios mesmos, a arquitetura está morta; o que se entende como o atributo mais valioso da arquitetura desaparece. Os edifícios diferem

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