Operadores Logístico: Suas Funções e Aplicações

...

2.3 Operador Logístico

Fleury et al (2000) caracteriza os Operadores Logísticos integrados da seguinte forma:

- Oferece serviços sob medida – personalizados;

- Oferece múltiplas atividades de forma integrada: transporte, estoque, armazenagem;

- Objetivo do contratante é reduzir os custos totais da logística, melhorar os serviços e aumentar a flexibilidade;

- Contratos de serviço tendem a ser a longo prazo;

- Possui ampla capacitação de análise e planejamento logístico, assim como de operação.

Fica clara a complexidade desse tipo de serviço, e, por isso, a capacitação desses profissionais tem de ser fiel aos seus contratantes. Segundo Bowersox e Closs (2001), quando são utilizados especialistas externos em um sistema logístico, esses prestadores de serviços devem estar dispostos a se enquadrarem na forma de trabalho de seus clientes, seja adaptando-se a suas diretrizes empresariais, seja submetendo-se a certo nível gerencial.

Os mesmo autores enfatizam que o motivo dessa utilização de especialistas externos é que as empresas começaram a examinar o papel que a competência logística poderia desempenhar no processo de agregação de valor para o cliente. Isso conduziu a um novo modo de pensar com relação à melhor maneira de alcançar o desempenho logístico integrado.

Nesse contexto, Novaes (2001) classifica os operadores logísticos em três grupos:

- Operadores baseados em ativos: detém investimentos próprios, como transporte, armazenagem, etc. E alugam esses recursos a terceiros.

- Operadores baseados em administração e tratamento de informação: não possuem ativos operacionais próprios, mas fornecem recursos humanos e sistemas para administrar toda ou parte das funções logísticas.

- Operadores híbridos: formados pelos dois tipos acima.

Com tais definições, percebe-se a grande gama de serviços que os OL’s podem oferecer, e que são de extrema importância no enredo gerencial das empresas. Para aclarar de modo mais prático esse tema, segue um estudo de caso que apresentará dois artigos sobre a prática dos operadores.

- Estudo de caso

3.1 ARTIGO 1: Um estudo de caso sobre a transformação de uma transportadora tradicional em um operador logístico

Processo de transformação:

A logística, sendo compreendida como um serviço que afeta os custos e lucros das empresas, bem como a satisfação de seus clientes, é importante que a empresa, bem como a satisfação de seus clientes, é importante que a mesma acompanhe os resultados advindos dos seus indicadores de desempenho logístico em suas operações.

No artigo 1, temos um estudo de caso sobre o processo de transformação de uma transportadora tradicional em um operador logístico no sentido de agregar valor aos serviços prestados aos clientes e ampliar o seu nível de competitividade.

As empresas possuem a necessidade de se organizar melhor, para se tornarem flexíveis e ágeis para enfrentarem seus concorrentes e permanecerem aptas no mercado competitivo. Para que isso ocorra, é essencial escolher um operador logístico que esteja comprometido com a organização no desenvolvimento de soluções.

Os operadores logísticos desempenham um papel relevante na economia mundial, visto que estes podem colaborar com as empresas gerando outros benefícios operacionais, como a redução dos níveis de estoque, melhoria no atendimento aos clientes, minimização no tempo de ciclos dos pedidos e nos prazos de entrega, dentre outros benefícios.

A empresa em estudo

A empresa Trapuru Transportes Ltda, localizada no Rio Grande do Sul (RS) tem destaque por sua atuação como um operador logístico, a empresa conta com 1.433 funcionários e atua em todo o território brasileiro, servindo cerca de 400 clientes, entre eles indústrias de grande porte e montadoras de veículos.

Os serviços prestados pela empresa são: expedição, gerenciamento de recebimento e almoxarifado, just in time, abastecimento de linhas, montagem e embalagem de Rits, controle de estoque por meio de WMS, armazenagem, TMS (Sistema de Gerenciamento de Transporte), desenvolvimento de projetos para supris as necessidades dos seus clientes, entre outros.

A Trapuru Transporte Ltda possui certificação ISO90 (Organização Internacional de Normalização) e certificado SASSMAQ (Sistema de Avaliação de Segurança, Saúde, Meio Ambiente e Qualidade), que visa prestar um serviço de valor agregado aos clientes e aumentar a eficiência de suas operações.

Motivações para a Transformação do Negócio

Depois da aquisição da empresa pelo grupo Randon, em 1997, os gestores não previam a transformação conceitual do negócio, isso ocorreu tempo depois e houve aceitação tanto interna como do mercado, de passar a Trapuru que era uma transportadora tradicional, para um operador logístico.

Algumas das motivações que levaram a empresa a realizar tal mudança foram: mudança no foco de atuação, oportunidade de mercado, diferencial competitivo, aumento do volume de negócios, entre outros.

Etapas de Transformação do Negócio

[pic 1]

Figura 1: Etapas de transformação do negócio

Após analisar e buscar conhecimentos sobre os operadores logísticos se encaminhou para a fase de estruturação da transição de transportadora para operador logístico, e implentou-se aspectos tais como: profissionalização, investimentos ativos e mudanças culturais.

Mudanças Estratégicas e Operacionais Decorrentes

Em 1998, o proprietário da Trapuru Transportes Ltda, se inscreveu na CICS (Câmara de Indústrias, Comércio e Serviços) que juntamente com o governo da Alemanha, mantinha um programa de cooperação técnica, para ajudar empresários da região em adquirir novos conceitos, e prestando consultório às empresas da região.

[...] mudança cultural da empresa de transporte simples, pequena, para uma empresa de ponta em termos de transporte e, depois, de logística. E esta mudança de cultura